quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Grupo enviado por Maduro ao Brasil dá aulas de socialismo ao MST: foram primeiro a SP e PR

Veja o que este blog encontrou num dos sites do governo da Venezuela. É o site do Ministério do Poder Popular Para as Comunas e Movimentos Sociais.
Vamos traduzir: enviaram para o Brasil um grupo socialista-bolivariano, um dos orgulhos do presidente Maduro, que vai firmar acordos com os nossos Sem Terra. Os bolivarianos estão percorrendo o Brasil e em dois dias terão estado em São Paulo e Paraná.
Para Dilma tudo bem que tenha perdido no Congresso da lorota dos conselhos populares. Quem precisa deles oficialmente? Já acontecem diariamente, com passagens pagas por Maduro. Veja o que o site venezuelano diz:
“No âmbito da visita ao Brasil do vice-presidente de Desenvolvimento de Socialismo Territorial, Elias Jaua, foram assinados uma série de acordos na terça-feira, nas áreas de treinamento e desenvolvimento de comunidade, entre a produtividade do governo bolivariano e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Terra do Brasil (MST), em Guararema, estado de São Paulo.
O Ministro de Comunidades e Movimentos Sociais disse que os acordos visam aumentar a capacidade de compartilhamento de experiências de formação “para fortalecer o que é essencial para uma revolução socialista, o que é treinamento, conscientização e organização do povo para defender o que foi alcançado e avançar na construção de uma sociedade socialista “.
O MST é uma organização fundada em meados dos anos 80 que surgiu entre os setores rurais do Brasil para lutar pela reforma agrária e promover o desenvolvimento sustentável e coletivo no campo brasileiro.
Espera-se também que nesta quarta-feira (29) visita à cidade de Curitiba seja realizado acordo para uma consultoria com o prefeito, pois, segundo Elias Jaua   a cidade é modelo na gestão local

Hora de arrumar a casa
Os problemas do Brasil já foram medidos por trocentos índices sociais, brasileiros e internacionais. As metas para as políticas públicas estão claras. As mazelas estão listadas e quantificadas
Nadja Sampaio nadja.sampaio@brasileconomico.com.br
Pronto. A eleição acabou, voltamos a vida normal, é hora de voltar a pensar, e solucionar, os problemas do dia a dia. Por exemplo, terminar as obras que ficaram paradas esperando para ver quem seria o próximo governador. No Rio, é preciso terminar de tirar a perimetral e acabar a obra do Porto. Quem passa pelos enormes engarrafamentos em torno da rodoviária não aguenta mais esperar a obra andar. A nível nacional, é também uma boa hora para as empresas arrumarem a casa e trabalharem no sentido de diminuírem os problemas resultantes da má oferta. Temos que pensar numa agenda prática. Que tal pensar fora da caixinha e premiar o produto que menos dê problema de cobrança indevida? Ou, o combo mais honesto?
O Brasil tem que aprender com as mulheres a fazer várias coisas ao mesmo tempo. Parar o país de dois em dois anos, por pelo menos seis meses, para cuidar de eleição, já é um tempo enorme parado. Além disso, nosso calendário ainda teve que incorporar uma Copa e daqui há um ano e meio, vai entubar uma Olimpíada e outra eleição. Então, não dá para ficar esperando o Congresso ficar remanchando, que nem criança com birra, sem querer fazer o dever de casa.
Obviamente, as discussões em torno das reformas nacionais, política e tributária, vão continuar numa discussão sem fim porque nenhum político e nenhum estado quer ceder. E elegemos um Congresso ainda mais conservador, com aumento nas bancadas ruralista e religiosa. Ninguém quer sair da zona de conforto e nem perder regalias. Mas o resto do Brasil continua a andar, então, é preciso começar logo a investir na educação, no saneamento básico, nas estradas, nos portos, nos transportes públicos, na segurança, em outras matrizes energéticas. Enfim, melhorar logo a vida das pessoas. Gerar emprego investindo nestas áreas. E rapidamente, sem mais adiamentos.
Por outro lado, esta é uma boa hora para as empresas também desentupirem seus canais de informação e trabalharem para diminuírem a quantidade de reclamações repetitivas em todos os procons do Brasil. Um levantamento do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) do Ministério da Justiça, que reúne informações dos procons de todo o Brasil, mostra que, nos últimos dez anos (de outubro 2004 a outubro 2014), cobrança indevida foi o problema mais reclamado, totalizando 2,74 milhões de reclamações, ou seja, 22% dos 12,35 milhões de registros. Entidades de defesa do consumidor afirmam que a maior parte destas reclamações deriva-se da má qualidade da oferta.
Ou seja, as empresas não sabem se comunicar com o consumidor, não conseguem falar com o seu público-alvo sem induzi-lo a erro. Pensamos logo que esta é uma forma fácil de ganhar dinheiro, pois nem todo mundo reclama, e este percentual de consumidores lesados, que estão pagando a mais, mostrado pelo Sindec, deve ser, na realidade, bem maior.
As empresas sempre relativizam o número de reclamações, citando a base de clientes e tentando mostrar que o número é ínfimo. Não entendo este raciocínio de defesa. Se o problema é pequeno para as empresas, acabem logo com ele. Trabalhem para saírem das listas das empresas com mais reclamações do Sindec.
As empresas que estão no topo das mais reclamadas ganharam uma boa fatia do público C e D, e o número de reclamações mostra que as companhias ainda não estão sabendo se comunicar com este novo público. Esta é a hora de arrumar a casa, melhorar treinamentos, rever estratégias de marketing, de vendas e de pós-venda. No mínimo, para não perder clientes. Conquistar é caro, reconquistar é muito mais caro.
Cobrança indevida ou abusiva é um problema tão comum no Brasil, que somente ele reúne mais queixas do que os outros quatro problemas que vêm a seguir na lista: produto com vício, 804 mil reclamações; problemas com garantia, abrangência de cobertura, etc, 802 mil; questões com contrato (alteração, irregularidade, rescisão, etc), 530 mil; e não entrega ou demora na entrega do produto, 462 mil.
Só de olhar esta lista dá para ver de onde vêm os problemas. A cobrança indevida, está, obviamente, ligada à telefonia e aos bancos. No segundo, o produto com defeito vai para assistência técnica e a garantia estendida não funciona. Questões com contrato estão intimamente ligadas a bancos e aos cartões de crédito. E, por fim, não entrega do produto, denuncia a velha questão da logística do varejo, que também esbarra nos problemas de infraestrutura do país.
Os problemas do Brasil já foram medidos por trocentos índices sociais, brasileiros e internacionais. As metas para as políticas públicas estão claras. As mazelas estão listadas e quantificadas. Os objetivos dos brasileiros para chegarmos a uma sociedade mais justa foram deixados claros nesta eleição. Então vamos acabar com as obras que foram começadas e tratar de investir logo nas melhorias que estão na nossa cara e ao alcance das mãos dos dirigentes neste momento. Enquanto isso, o Congresso discute a reforma política, a reforma tributária, a criminalização da homofobia, a maioridade penal, o aborto, a descriminalização da maconha, etc. O povo vai cobrar, os políticos e empresários vão ter que melhorar. Vai dar trabalho arrumar a casa, mas a limpeza já começou.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Prova de fogo para os democratas
A renovação do Congresso dos EUA tem importância de uma eleição presidencial
Heloísa Villela heloisa.vilela@brasileconomico.com.br
As previsões não são nada boas para o partido democrata. Na terça-feira da semana que vem, os americanos vão renovar um terço das cadeiras do senado. São trinta e seis disputas que provavelmente inverterão o controle da casa. Hoje os democratas têm 55 representantes no senado enquanto os republicanos têm 49 (existe um senador independente). Segundo as pesquisas, a eleição vai inverter a contagem de votos deixando 48 cadeiras com os democratas contra 52 para os republicanos.
Foi por isso que recebi um e-mail assinado pela atriz Susan Sarandon. Conhecida ativista das causas liberais, eleitora do partido democrata, ela emprestou o nome a uma campanha voltada para as mulheres. Ela pedia a todas as cidadãs interessadas em manter conquistas importantes para as mulheres que participassem de uma maratona de telefonemas no último domingo. Cada uma se compromete a telefonar para eleitoras dos estados onde a disputa é mais acirrada e pedir não apenas o voto nos candidatos democratas mas, acima de tudo, que se disponham a sair de casa para votar no dia 4 de novembro. Em geral, o índice de participação nas eleições para deputado e senador é baixíssima. O grupo de ativistas do qual Susan Sarandon faz parte teme que a luta por salários iguais para funções iguais, por exemplo sofra um baque com uma maioria republicana no Senado.
No Brasil, nós costumamos não tratar republicanos e democratas como animais políticos tão diferentes assim. Claro, na política externa, é sabido que os republicanos são mais rápidos no gatilho... costumam optar por soluções bélicas para conflitos diplomáticos com mais avidez do que seus colegas democratas. George W. Bush e Barack Obama são dois bons representantes dessa diferença. A desfaçatez com que Bush invadiu o Iraque usando pretextos mentirosos entrou para os livros de história. Obama demorou, mas de certa forma, acabou adotando a mesma fórmula, com roupagem distinta.
Mas é na política doméstica que as diferenças costumam ser mais visíveis. Por isso os liberais estão apavorados. Uma vez maioria no Senado, os republicanos vão comandar o Congresso como um todo, porque já tem a maior parte dos votos na Câmara. E prometem desfazer o pouco que se pode apontar como progresso nos dois mandatos de Barack Obama. Eles prometem uma demolição completa dos principais projetos aprovados, com muito custo, nos últimos seis anos.
A jornalista Lauren Windsor, produtora do programa independente “The Undercurrent”, conseguiu uma cópia do áudio da palestra do senador Mitch McConnell a um grupo reunido pelos famosos irmãos Koch, empresários ultra conservadores que são os maiores financiadores de campanhas e causas da extrema direita no país. Se os republicanos ganharem as disputas como indicam as pesquisas, McConnell será o próximo líder da maioria no Senado. E na conversa, ele prometeu mudanças.
Para aprovar qualquer coisa no Senado são necessários 60 votos... mas para o orçamento não. Então, na Câmara ou no Senado, nós mandamos no orçamento. O que isso significa? Não se pode gastar dinheiro algum para isso ou para aquilo. Nós vamos atrás deles no programa de saúde, no de serviços financeiros, na Agência de Proteção Ambiental, em tudo... -, garantiu McConnell.
Isso significa que o avanço modesto do programa de saúde que Obama conseguiu aprovar, apelidado de Obamacare, está ameaçado. O que se cobrou de empresas como a BP, por conta do vazamento de óleo no Golfo do México, é coisa do passado. Como na era Bush, as empresas voltarão a ditar as regras no que diz respeito ao meio ambiente. Ou seja, vão poluir o quanto acharem necessário. Quando menciona serviços financeiros, McConnell está se referindo, claramente, à lei Frank-Dodd que tentou restabelecer alguma ordem no caótico e desregulado mercado financeiro. Segundo o senador, a Frank-Dodd é o Obamacare dos bancos. Precisa ser eliminada. Ele também prometeu acabar com o orçamento do Serviço de Proteção Financeira ao Consumidor, criado para impedir abusos dos bancos e cartões de crédito, como aconteceu na crise de 2008, quando milhares de americanos foram induzidos a comprar casas com empréstimos que não poderiam pagar, com condições que nem compreendiam.
Apesar de renovar apenas um terço do Senado, essa é uma eleição decisiva. Não foi por menos que a disputa na Carolina do Norte bateu todos os recordes de gastos da história, para este tipo de eleição. Entre o republicano Thom Tillis e a democrata Kay Hagan, serão gastos US$ 90 milhões. Deste total, US$ 55 milhões entraram na Carolina do Norte vindo de outros estados. Entre os dias 14 e 20 de outubro, quem ficou com a televisão ligada o tempo todo no estado viu mais de um comercial bastante agressivo a cada minuto.
Esta é uma eleição na qual os americanos, em geral, não prestam a menor atenção. A oito dias do pleito, ainda existem 11 disputas sem resultado definido. Mas este voto é mais decisivo, para o futuro do país, do que a eleição presidencial. Como se viu durante os até aqui seis anos de governo Obama, o presidente pode fazer muito pouco se tiver que enfrentar um Congresso determinado a travar cada iniciativa, impedir cada passo e desfazer até mesmo as medidas já adotadas que a maioria da população apoia.

Dilma venceu. E agora?
Como baseou a campanha no mote “governo novo, ideias novas”, é de se esperar que forme um novo ministério. O segundo mandato de Dilma não começou, mas o PT já está pensando em 2018
Octávio Costa ocosta@brasileconomico.com.br

Graças ao talento do marqueteiro João Santana, Dilma Rousseff conseguiu vencer a eleição mais difícil vista no País desde 1989. Como a própria presidente ressaltou ao votar, aconteceu de tudo no meio do caminho, houve até a morte de Eduardo Campos. De favorita inicial, quando Santana chegou a dizer que os adversários não passavam de anões, Dilma foi submetida a um verdadeiro suplício. No primeiro turno, viu Marina Silva ressurgir das cinzas e liderar as pesquisas da noite para o dia. A ex-ministra, porém, deixou-se abater pelos erros de uma campanha ingênua. No segundo turno, Aécio Neves tornou-se a grande surpresa. Mas ela resistiu à ameaça do tucano e livrou vantagem mínima,  de 3,28%, nas urnas. Sem dúvida, enfrentou a reeleição mais sofrida de que se tem notícia. Mas essa é uma página virada. Dilma Rousseff vai presidir o Brasil até 2018.
E agora? Há quem diga que a primeira tarefa da presidente será restabelecer pontes com a oposição na tentativa de desarmar os ânimos de vencedores e vencidos. Se, de um lado, a estratégia comandada pelo maquiavélico Santana ajudou a desconstruir a imagem de Marina e de Aécio, de outro, abriu um enorme fosso entre petistas e tucanos. Analistas são quase unânimes em afirmar que esta foi a campanha mais agressiva desde a retomada da democracia. Dividiu o eleitorado ao meio. Na última semana, Dilma se disse alvo de “golpismo” e Aécio acusou o PT de práticas “terroristas”. Militantes enfurecidos enfrentaram-se nas ruas e membros da União da Juventude Socialista (PCdoB) despejaram lixo na porta da Editora Abril, em protesto contra a revista Veja. Daí, defende-se que Dilma, reeleita, emita sinais claros a favor da pacificação nacional.
Na política brasileira, não existem somente PT e PSDB. Há outros partidos e outras correntes de pensamento. Mas a ferida está aberta e nada indica que cicatrizará tão rápido. Entretanto, não é certo que um entendimento entre governo e oposição seja de fato tão necessário. Certa vez, em Londres, após impor a enésima derrota aos trabalhistas, perguntaram à conservadora Margaret Thatcher por que ela, pelo bem do Reino Unido, não buscava um consenso com seus adversários. A primeira-ministra, com o peso de seus votos, atirou: “Se Jesus Cristo buscasse o consenso em sua época, o cristianismo não teria durado através dos tempos”. Ou seja, na visão da dama de ferro inglesa, a acomodação de interesses não leva a avanços, mas ao atraso, ao retrocesso. A se espelhar em Thatcher, o PT e o PSDB devem se preparar para futuros embates no Congresso.
Dilma sabe que os tucanos não vão lhe facilitar a vida. Mas deve estar mais preocupada em dar respostas a quem votou nela. Como baseou a campanha no mote “governo novo, ideias novas”, é de se esperar que forme um novo ministério. Executivas provadas, como Tereza Campelo, do Desenvolvimento Social, e Miriam Belchior, do Planejamento, devem ser mantidas. Haverá mudanças em pastas essenciais como Saúde e Educação e Guido Mantega será substituído na Fazenda. Em 1º de janeiro, ele deixará o cargo que ocupou por mais de oito anos. O nome mais citado é o do ex-secretário executivo Nelson Barbosa. Fala-se também que um alto cargo está reservado para o governador da Bahia, Jaques Wagner, nome forte no PT depois de fazer seu sucessor. O segundo mandato de Dilma Rousseff não começou, mas o PT já está pensando em 2018.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

UM RETRATO MAGISTRAL FEITO HÁ 118 ANOS. MAS COM ATUALIDADE ATERRADORA.

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverossímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
Guerra Junqueiro, 1896.

Aécio e o voto feminino

Quando um time de futebol brilha durante o campeonato e perde fôlego nas rodadas finais, costuma-se dizer que “nadou, nadou, mas morreu na praia”

Octávio Costa ocosta@brasileconomico.com.br
Nas atuais eleições para presidente, a considerar a última pesquisa do Datafolha, o senador Aécio Neves está correndo este risco. Ele começou a disputa sem grandes pretensões. Parecia fazer apenas um teste de urnas para 2018. Com a morte de Eduardo Campos e a ascensão meteórica de Marina Silva, chegou se comentar, no próprio PSDB, que ele desistiria da candidatura. Mas o neto de Tancredo insistiu e conseguiu passar para o segundo turno à frente de Marina. Para surpresa geral, ultrapassou Dilma e liderou a disputa até esta semana. Agora, porém, à medida que os indecisos saem de cima do muro, o tucano começa a ficar para trás. Por enquanto, há empate técnico dentro da margem de erro. Mas se a tendência se firmar, o fosso pode aumentar até domingo.
Informam os responsáveis pelo Datafolha que Aécio está perdendo os votos das mulheres no Sudeste – exatamente a faixa de eleitores que formava o maior contingente de indecisos na semana passada. A queda do senador mineiro seria resultado de um flanco aberto pela insistente campanha de desconstrução do PT nas mídias sociais e na campanha de rádio e TV. Em meio ao forte tiroteio entre os dois candidatos, as pesquisas telefônicas instântaneas (trakings) feitas pelos petistas indicaram que houve forte reação ao bate-boca de Aécio com Dilma, no debate do SBT. As telespectadoras não gostaram de ver a presidente ser chamada de “leviana” e “mentirosa” por seu adversário. Consideraram que Aécio foi longe demais em seu ataques. Ele teria sido desrespeitoso.
O PT não pensou duas vezes. Passou a alardear que Aécio não tem consideração com as mulheres. Na internet, está circulando um vídeo que traz diálogos do tucano com William Bonner, do JN, Luciana Genro e Dilma Rousseff sobre as denúncias que envolvem a construção do aeroporto na cidade de Claudio (MG), em terras de seu parente. Ao responder a Bonner, Aécio disse que era uma excelente oportunidade para esclarecer o assunto. Ao rebater pergunta da então candidata do PSOL, ele a chamou de “leviana” com o dedo em riste. No debate do SBT, Dilma retomou a polêmica e também foi chamada de “leviana” pelo tucano. O tratamento ríspido tirou votos de Aécio. Ciente disso, o ex-presidente Lula, em evento na segunda-feira, tratou de pôr lenha na fogueira: “Esse rapaz não teve educação de berço para respeitar as mulheres. E, sobretudo, uma presidente, mãe e avó”. Dilma também se queixou do tom agressivo.
Ninguém ignora que Aécio também foi alvo de ataques violentos durante o segundo turno. Mas o que importa é a impressão do eleitorado feminino. Para parte das mulheres indecisas, o tucano passou dos limites. E, por isso, elas estão optando por Dilma na reta final. Se ficar de braços cruzados, o tucano dificilmente vai estancar a sangria de votos. Em 2002, quando viu a Bolsa derreter e o dólar disparar com medo de sua eleição, Lula, por recomendação de José Dirceu, divulgou uma “Carta aos Brasileiros”, na qual assumiu compromisso com os fundamentos sólidos da economia. Aécio Neves, diante da reação negativa das mulheres, deveria pensar em gesto semelhante. Talvez seja o caso de ele lançar uma “Carta às Brasileiras”. E assim escapar de “morrer na praia”.

Militares brasileiros se preparam para assumir missão no Líbano

Publicado em Terça, 21 Outubro 2014 16:28 | Última atualização em Terça, 21 Outubro 2014 18:10
Brasília, 21/10/2014 – Militares da Marinha que vão integrar, no fim de fevereiro próximo, o 9° Contingente Brasileiro no Líbano participaram de uma semana de palestras no Ministério da Defesa, em Brasília (DF). O evento foi coordenado pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).

A preparação, concluída na última sexta-feira, buscou alinhar conceitos de proteção e segurança aplicáveis nas operações de paz que acontecem sob a égide da Organização das Nações Unidas (ONU).
Mais de 260 homens vão compor a tripulação da fragata União (F45), embarcação nacional que compõe a Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-UNIFIL).
O futuro comandante da União, capitão-de-fragata Guilherme Lopes Malafaia, considerou a iniciativa do EMCFA proveitosa. “A preparação inicial, aqui na Defesa, foi fundamental para o grupo. Teremos também quatro semanas de adestramento no Centro Conjunto de Operações de Paz (CCOPAB) e, depois, algumas atividades a bordo do navio, tanto teóricas quanto de avaliações no mar”, disse.
Passagem de comando
Os militares designados para a missão vão participar, no início de 2015, da passagem de comando entre as fragatas Constituição e União. A troca de função e serviço – chamada de handover pela Marinha – acontece em Beirute, no Líbano. A partir da ação, a fragata União será empregada pela ONU na missão de paz, enquanto sua antecessora retorna ao Brasil.
Também está prevista para o fim de fevereiro a passagem de comando da FTM, com a substituição do contra-almirante brasileiro Walter Eduardo Bombarda pelo o contra-almirante Flavio Macedo Brasil.
A fragata União é composta por militares de diversas especialidades da Marinha do Brasil. Além da tripulação regular, participam da missão o Destacamento Aéreo-Embarcado (DAE) – que opera a aeronave AH-11 Super Lynx –, o Grupamento de Mergulhadores de Combate (GruMeC) e o Destacamento de Fuzileiros Navais.
Os efetivos contribuem na operação de interdição marítima, objetivo principal da missão da ONU. “Nessa situação, temos de monitorar o tráfico marítimo, identificando os navios. Caso seja confirmada alguma ação suspeita, indicamos as embarcações a serem abordadas e a Marinha do Líbano faz a vistoria”, afirmou o comandante Malafaia.
 

Troca de experiências
De acordo com o conselheiro Eduardo Uziel, do Ministério de Relações Exteriores (MRE), o Oriente Médio é uma região de conflitos históricos, mas Líbano e Brasil têm fortalecido suas relações a partir da troca de experiências profissionais.
Durante a missão, militares brasileiros também procuram contribuir para a formação e o adestramento da Marinha libanesa, que ainda está em fase de desenvolvimento de procedimentos e doutrinas.
O intercâmbio militar envolve também atuação integrada com embarcações de outros países, como Alemanha, Grécia, Turquia Bangladesh e Indonésia. Ao longo da missão, esses navios operam em áreas e subáreas no litoral do Líbano, cada qual com um perímetro de responsabilidade pré-definido.
Foto: Tereza Sobreira
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa

Exército descontamina aeronave que transportou paciente com suspeita de ebola

Publicado em Terça, 21 Outubro 2014 13:00 | Última atualização em Terça, 21 Outubro 2014 18:44
Brasília, 21/10/2014 – O Exército Brasileiro realizou uma missão quase inédita este mês. Ficou a cargo do 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear, localizado no Rio de Janeiro, descontaminar a aeronave Learjet da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportou um paciente da Guiné, na África, com suspeita de infecção por ebola.
De acordo com o comandante da organização militar, tenente-coronel Márcio Luis do Nascimento Abreu Pereira, essa foi a primeira operação da atualidade, com risco de contaminação por produto letal. “Procedimentos deste tipo não aconteciam desde 1987, quando ocorreu o acidente radiológico com Césio-137, na cidade de Goiânia (GO)”, disse.

A equipe responsável pela limpeza do jato executivo foi composta por sete homens da Força Terrestre, sob a chefia do tenente Douglas Silva Frango. Equipados com roupas de segurança, oficiais e soldados atuaram durante cinco horas na descontaminação.
“Só o painel demorou uma hora e meia no total. O trabalho é bem desgastante emocional e fisicamente”, acrescentou o tenente-coronel Abreu. Toda a atividade aconteceu no pátio da Base Aérea do Galeão (RJ), onde o avião estava estacionado isoladamente.
Produtos utilizados
Estudo preliminar, feito pelo efetivo empenhado na missão, indicou a necessidade de descontaminar o Learjet em duas fases: interna e externa.
Para o interior, a equipe usou o LDV-X, material recém-adquirido pelo Exército. Ele consiste em um sistema de nebulização, onde o produto é aplicado para neutralizar a ação de agentes químicos e biológicos. No painel da aeronave foi utilizado o SX 34 – substância específica para equipamentos sensíveis.
Já na parte externa, o grupo empregou o PRNDS 12 Mil para aplicar o BX 40. O solo também precisou de tratamento, com o agente BX 24. Ele funciona para prevenção do terreno. Todas essas substâncias apresentam certificado internacional e não geram resíduos prejudiciais ao meio ambiente.
Para o comandante do 1º Batalhão, a operação trouxe “sentimento de responsabilidade ao fazer os procedimentos corretos aprendidos em treinamentos e serviu para aprimorar as técnicas de descontaminação”. “A equipe está orgulhosa da missão”, finalizou.
Foto: Exército
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa

KC-390: produzida para a FAB, maior aeronave fabricada no país é apresentada ao público
Publicado em Terça, 21 Outubro 2014 15:26 | Última atualização em Terça, 21 Outubro 2014 17:28
Gavião Peixoto (SP), 20/10/2014 – Convidados civis e militares, entre os quais o ministro da Defesa, Celso Amorim, foram apresentados nesta terça-feira (21) à maior e mais moderna aeronave já fabricada no Brasil: o cargueiro militar KC-390.
Em concorrida cerimônia realizada na fábrica da Embraer, em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, o público pôde conferir o chamado “roll out” do protótipo do avião, cuja primeira entrega, para a Força Aérea Brasileira (FAB), está programada para 2016.

O acordo entre a FAB e a fabricante brasileira de aviões, assinado em maio deste ano, prevê a aquisição de 28 aeronaves ao longo de dez anos. Além dessa encomenda inicial, já foram formalizadas intenções de compra de outros países.
Durante a cerimônia, o ministro Celso Amorim ressaltou a importância do desenvolvimento do KC-390 para o país, não só no sentido de fortalecer a base indústrial de defesa, gerando empregos e tecnologia de ponta, mas também no fortalecimento da autoestima brasileira. "Momentos como este nos enchem de orgulho, essa aeronave é um prodígio de avanço tecnológico", disse.
Projeto estratégico do Ministério da Defesa, o KC -390 é uma iniciativa conjunta da FAB e Embraer para a produção de um avião de transporte militar e reabastecimento em voo, associada ao crescimento da indústria nacional, com desenvolvimento tecnológico.
A aeronave é capaz de levar tropas a qualquer região do país com rapidez, além de transportar equipamentos militares desmontados, como o novo blindado Guarani, produzido para o Exército Brasileiro.
Seu desenvolvimento atende diretamente a uma diretriz da Estratégia Nacional de Defesa (END), no sentido de aumentar a capacidade de mobilidade das tropas brasileiras e permitir que os meios operativos das três Forças Armadas se complementem de forma integrada.
A FAB utilizará a aeronave para substituir o Hércules C-130, empregado atualmente em operações como missões de busca e reabastecimento de outras aeronaves em voo.
Segundo o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, o KC-390 cumprirá as missões com maior agilidade. "As turbinas a jato conferem bastante agilidade à aeronave, que cumprirá todas as missões muito mais rápido e melhor", disse. "O KC-390 poderá operar tanto na Amazônia quanto na Antártica", completou.
Desenvolvida para atender aos requisitos estabelecidos pela FAB e utilizando o que existe de mais moderno no setor, o novo cargueiro militar brasileiro já nasce com grandes possibilidades de negócios.

Segundo a Embraer, há intenções de compra do KC-390 pela Argentina, Portugal e República Tcheca. Uma lista que deve aumentar na medida em que outros países que utilizam o C-130 comecem a substituir suas aeronaves.
Foto: Tereza Sobreira
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa

terça-feira, 21 de outubro de 2014

O novo 'consenso de Washington'

Solução que foi proposta para melhorar a produtividade e a competitividade das economias da América Latina e do Caribe a região seria adotar mais “políticas de desenvolvimento produtivo”

Rogerio Studart rogerio.studart@brasileconomico.com.br


Um recente estudo, “Rethinking Productive Development: Sound Policies and Institutions for Economic Transformation”, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mostra que a produtividade e a competitividade das economias da América Latina e do Caribe têm caído de forma preocupante . Isto não é novidade. O que surpreende é a solução proposta: a região deveria adotar mais “políticas de desenvolvimento produtivo”. Ou seja, as políticas industriais voltam a ser parte de um “novo consenso de Washington”. Mas, no mundo em que vivemos, o que quer dizer isto? E o Brasil com isto?
Vamos retroceder um pouco no tempo. Nos anos 80 e até recentemente, passaram a prevalecer dois consensos nas instituições financeiras internacionais: por um lado as políticas industriais na América Latina nos anos 70 e 80 haviam fracassado “rotundamente”; e, por outro, a melhor política econômica para a região seria aquela que promovia estabilidade macroeconômica, reformas microeconômicas, e o menor intervencionismo possível. Quando comparavam os nossos problemas com o sucesso de economias do Sudeste Asiático, ressaltavam papel das medidas liberalizantes destas ultimas — e quase nada se dizia das políticas industriais. Quando “ocorreu” a China, por exemplo, apesar do ativíssimo papel do Estado chinês no financiamento e direcionamento do investimento, só se mencionavam as políticas de abertura comercial e atração do investimento estrangeiro.
Com os anos, esse discurso tornou-se cada vez menos crível. Por um lado, economistas que estudaram profundamente os “milagres asiáticos” — como Alice Amsden, Dani Rodrik e HaJoon Chang, só para citar alguns — passaram a ganhar reputação ao desmentir a visão conservadora desses milagres. Esses autores mostraram, de forma conclusiva, que nem a Coreia do Sul, nem muito menos a China, para citar dois casos de êxito indiscutíveis, devem seu sucesso a fórmulas ortodoxas, mas a políticas industriais voltadas a criar uma base produtiva e exportadora que aproveitou amplamente a abertura comercial oferecida pelos Estados Unidos e outros países da OCDE, por razões estritamente geopolíticas. Esse “sacrilégio intelectual” desse grupo heterodoxo sequer poupou o supostamente liberal Chile pós-Pinochet: apresentaram evidências de que a política industrial naquele país foi fundamental para consolidar no mercado global setores exportadores de delícias chilenas (vinhos, salmões e outros frutos do mar) e setores intensivos em tecnologia — o que permitiu uma saudável diversificação do aparato produtivo chileno para além da indústria extrativa (especialmente cobre).
Antes da crise de 2008, o ressurgimento do debate em Washington sobre as políticas industriais já havia sido iniciado. Interessantemente, Robert Zoellick, anterior presidente do Banco Mundial, e conhecido por sua visão republicana liberal, escolheu como economista chefe Jutin Yufi Lin — um chinês, profundamente convicto sobre a centralidade das políticas industriais no desenvolvimento econômico. É verdade que, como pude observar, as resistências internas às ideias de Lin foram grandes. Mas isso não impediu a proliferação de artigos e textos produzidos no Banco Mundial favoráveis a um papel mais ativo do Estado para promover o “desenvolvimento produtivo”, e enfrentar a crise mundial de produção (que agora é uma crise de emprego). Se muitos países em desenvolvimento ainda se sentiram cautelosos frente a esse novo consenso de Washington, as economias desenvolvidas não mostraram nenhuma timidez em acompanhar a nova onda — o que se comprava pelo número de programas de “apoio à reestruturação produtiva”, incluindo fortes componentes de financiamento direto (subsidiado) introduzidos pelas economias da OCDE (como já comentei em outros artigos nesta coluna).
Nesse contexto, é significativo, mas não surpreendente, que o BID tenha aderido fortemente ao “novo consenso de Washington”, abandonando os já ultrapassados preconceitos em relação à política industrial. A abordagem é, entretanto, cautelosa, apesar de apontar para a necessidade urgente de avançar com “políticas de desenvolvimento produtivo” para romper com um circulo vicioso, prevalecente na região, de baixa produtividade, baixa competitividade e baixo crescimento. Como compatibilizar a cautela com o sentido de urgência? Segundo o documento, através de políticas que alavanquem as vantagens comparativas das economias regionais — e resistir a políticas abrangentes que sufoquem o livre funcionamento das forças de mercado.
É impossível ler esse documento sem pensar no debate atual no Brasil. Afinal, temos uma economia continental, comercialmente aberta e que passou por um processo acelerado de consolidação da classe mádia, não acompanhado pelo crescimento da sua produtividade e oferta doméstica (especialmente no setor manufatureiro). Em suma, temos um mercado doméstico altamente atrativo, com um setor produtivo doméstico vulnerável. Precisamos intensificar e, simultaneamente, aumentar a eficiência das nossas políticas de desenvolvimento produtivo e de atração de investimento privado, nacional e estrangeiro. E, para isso, necessitamos de um debate, isento de preconceitos, envolvendo setor privado, governo e academia. Neste ano, o calor eleitoral impede esse tipo de debate. Oxalá ele ocorra já no começo do próximo ano. É urgente.

Operação Amazônia: ministro da Defesa acompanha simulação de ataque inimigo

Publicado em Sexta, 17 Outubro 2014 19:10 | Última atualização em Segunda, 20 Outubro 2014 11:49
Boa Vista (RR), 17/10/2014 – O ministro da Defesa, Celso Amorim, acompanhou nesta sexta-feira (17) uma demonstração de assalto aeromóvel, atividade que simula a invasão de um país inimigo ao território nacional. A ação, que faz parte da Operação Amazônia, ocorreu em Boa Vista (RR).
Na atividade, caças A-29 da Força Aérea Brasileira (FAB) realizaram simulação de ataque aéreo a tropas do Exército em solo. O objetivo da ação foi testar o poder de reação das Forças Armadas frente aos invasores fictícios.

Em seguida, helicópteros da Força Terrestre entraram em cena. Nessa etapa, foram empregados dois HM-2 BlackHawk, um HM-3 Cougar – de transporte de tropa – e um HM-1 Pantera para segurança das demais aeronaves.
Militares desceram dos aviões e tomaram o local. Por fim, a missão foi bem-sucedida e o espaço conquistado.
Participaram da simulação efetivos de batalhões de Infantaria de Selva, Selva Aeromóvel e Aviação do Exército. Uma companhia de Forças Especiais e um esquadrão da FAB também fizeram parte do exercício. 

O ministro Celso Amorim ressaltou a importância desse tipo de atividade em uma “área sensível” como a Amazônia, região que, segundo ele, está sujeita a cobiça por suas riquezas naturais. Para ele, ações como essa ajudam a aprimorar a mobilização integrada das três Forças. "A interoperabilidade é importante na defesa, integridade e soberania do país", disse.
Ele lembrou, também, da missão fundamental das Forças Armadas, demonstrada no exercício. "O povo brasileiro tem grande apreço às Forças pela atuação nos grandes eventos como a Copa do Mundo, mas o papel principal é na defesa da soberania nacional."
Teatro de operações
No dia anterior, Celso Amorim desembarcou em Manaus (AM), onde recebeu informações sobre a didática da operação, seus objetivos e resultados.
Ficou a cargo do comandante militar da Amazônia, general Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, mostrar ao ministro a divisão da ação em países (exércitos) de cores variadas. Todas as atividades consistiram em simular eventuais situações de ataque ao território.
São utilizadas pela Marinha as Bases Navais de Manaus e Belém (PA); tropas de Engenharia, Artilharia e Inteligência do Exército, entre outras; e pela FAB, as Bases Aéreas de Manaus e Boa Vista (RR).
Estiveram presentes na simulação o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi; o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri; e os chefes do Estado-Maior da Armada, almirante Carlos Augusto de Sousa, e da Aeronáutica, brigadeiro Ricardo Machado Vieira.







Fotos: Jorge Cardoso
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa

Embraer apresenta cargueiro militar KC-390 produzido para a FAB

Apresentação da aeronave será nesta terça-feira em Gavião Peixoto (SP).
Contrato de R$ 7,2 bilhões prevê aquisição de 28 aeronaves em 10 anos.

Do G1 Vale do Paraíba e Região
Venda de cargueiro está sendo negociada com
outros cinco países. (Foto: Reprodução/EPTV)
A Embraer lança nesta terça-feira (21) o cargueiro militar KC-390. A apresentação será feita em Gavião Peixoto (SP), onde o modelo está sendo produzido. O acordo entre a Força Aérea Brasileira (FAB) e a fabricante brasileira de aviões prevê a aquisição de 28 aeronaves ao longo de dez anos - a primeira entrega está programada para 2016.
A aeronave serve para missões de transporte de militares e de carga e poderá pousar em pistas em áreas densas como a Amazônia ou remotas como a Antártica. O avião pode fazer o lançamento de paraquedistas e de carga, missões humanitárias, combate a incêndios, além de realizar buscas e até reabastecer outras aeronaves em voo.
"A Embraer fez o estudo de mercado pra essa classe de transporte militar iniciado em 2005 e concluído em 2006, onde constatamos que havia um mercado interessante para um avião desse porte. Então acabamos respondendo um pedido de demanda da FAB, com isso, sendo contratados pela Força Aérea para um desenvolvimento da aeronave em 2009", disse Paulo Gastão Silva, diretor do programa KC-390.
O contrato para produção em série prevê investimento de R$ 7,2 bilhões. O protótipo está na fase de montagem estrutural e mais de 1,5 mil trabalhadores estão diretamente envolvidos no projeto, além de mais de 50 empresas brasileiras que participaram do desenvolvimento do cargueiro.
Exportação
A Embraer tem negociações para a venda do KC-390 no exterior. "Nós estamos fazendo um avião que olha para o mercado como um todo. Nós já temos algumas declarações com intenções de compra do avião, são cinco países que já nos definiram, sendo Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca, e também estamos fazendo a promoção de marketing do avião no mundo todo", disse Silva.

Sistema de Mobilização treina capacidades durante Operação Amazônia
Publicado em Sexta, 17 Outubro 2014 12:05 | Última atualização em Segunda, 20 Outubro 2014 10:41
Brasília, 17/10/2014 - Responsável por manter o país preparado para agir diante de uma eventual agressão estrangeira, o Sistema Nacional de Mobilização (SINAMOB) participou, nesta semana, das atividades da terceira edição da Operação Amazônia, que tem como objetivo aperfeiçoar a logística e os métodos operacionais das Forças Armadas.
Ao participar desse tipo de exercício militar, feito para aprimorar a atuação integrada das três Forças Armadas, os integrantes do Sinamob puderam acompanhar de perto a execução de uma operação de adestramento conjunto, tendo acesso às técnicas utilizadas e à logística adotada na região Amazônica, especialmente nas áreas de energia, comunicações, saúde e transporte.

“Pudemos tomar conhecimento dos problemas da infraestrutura logística da região e, também, da percepção dos processos e do modo de atuação das Forças Armadas”, explica o gerente da seção de Mobilização Nacional, coronel Antônio Accioli. “Essa ação permite a inserção de atores governamentais civis nos planejamentos sob o encargo do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas”, explicou.
Iniciada na última sexta-feira (10), a Operação Amazônia seguirá até próximo dia 21/10 nas cidades de Manaus, Boa Vista (RR) e Normandia – a cerca de 180 km da capital de Roraima, e reúne 4 mil militares das forças singulares.







Foto: Jorge Cardoso
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Mundo está mais rico e mais desigual
A parcela de 1% da população mais privilegiada do planeta concentra quase metade da riqueza mundial, revela o “Global Wealth Report”, do banco Credit Suisse
Redação Brasil Econômico redacao@brasileconomico.com.br
A parcela de 1% da população mais privilegiada detém praticamente metade da riqueza global, revelou estudo do banco Credit Suisse, divulgado na terça-feira. A desigualdade no mundo está aumentando e isso pode representar um gatilho para a recessão, adverte o levantamento “Global Wealth Report 2014”, realizado pelo Credit Suisse Research, o grupo de pesquisa do banco sediado na Suíça.
A riqueza global das famílias do mundo aumentou 8,3% em um ano, alcançando um novo recorde: US$ 263 trilhões em 2013, mais do que o dobro da riqueza registrada no ano de 2000, que era de US$ 117 trilhões. O aumento da riqueza mundial foi de US$ 20 trilhões com relação a 2013: é o maior já ocorrido desde 2007. Desde 2008 esse volume vem crescendo. Hoje, a riqueza global está 20% acima do pico alcançado antes da crise econômica de 2008. Isso significa que mesmo com a economia global letárgica, os patrimônios cresceram. Alguns países registram, no entanto, retrocessos na riqueza global das famílias: Indonésia menos (US$260 bilhões), Argentina e Rússia (menos US$ 135 bilhões cada um) e Turquia (menos US$ 100 bilhões).
Com relação ao Brasil, o “Gigante adormecido”, como destaca o relatório, a renda familiar aumentou três vezes entre 2000 e 2014. “Assim como em outros países latino-americanos, o Brasil possui mais gente na faixa entre US$ 10 mil e US$ 100 mil comparado com o resto do mundo. Há um número menor nos dois extremos. Isso pode dar uma impressão enganosa de que a desigualdade está abaixo da média. Mas a desigualdade está relativamente alta”, ressalta o estudo, citando o coeficiente de Gini de 82%. O Brasil tem, de acordo com o estudo, 225 mil milionários e 296 mil adultos no topo dos 1% mais ricos.
No topo da pirâmide global de riqueza há 35 milhões de indivíduos (0,7% da população adulta global) com mais de US$ 1 milhão. Eles detém conjuntamente US$ 115,9 trilhões, ou seja, 44% da riqueza global. A segunda camada da pirâmide, dos que tem entre US$ 100 mil e US$ 1 milhão, somam 373 milhões de adultos (7,9% da população mundial), com US$ 108,6 trilhões. Somadas as duas camadas do topo da pirâmide (ou seja, os que detém um patrimônio superior a US$ 100 mil), são 400 milhões de pessoas, bem mais do que em 2000, quando havia 217 milhões de ricos.
A classe média global é composta por pouco mais de 1 bilhão de pessoas que tem entre US$ 10 mil a US$ 100 mil: representam 21,5% da população adulta global, com uma riqueza de US$ 31 trilhões. O estudo destaca um contraste com relação à classe média dos dois gigantes emergentes asiáticos. A Índia, com seus 1,2 bilhão de habitantes, tem apenas 3% da classe média global. Esta percentagem, ressaltou o levantamento, mudou muito pouco na última década, período em que o país cresceu bastante, após a abertura de sua economia nos anos 90. Em contraste, a percentagem da classe média chinesa dobrou desde o ano 2000. Hoje, a classe média da China é mais de dez vezes maior do que a indiana e representa um terço do total desta categoria no mundo.
Na base da pirâmide, com menos de US$ 10 mil, estão 3,3 bilhões de indivíduos,que somam uma riqueza de US$ 7,6 trilhões. Esta base representa mais de 70% da população mundial de adultos. Mais de 90% da população adulta da Índia e da África estão incluídas no chão da pirâmide. Em alguns países africanos, esta porção mais empobrecida chega perto de 100% de suas populações.
Uma pessoa precisa de apenas US$ 3.650 — incluído neste cálculo o valor patrimonial de moradia — para integrar a metade dos mais ricos do mundo. Porém, é necessário mais de US$ 77 mil para pertencer aos 10% mais ricos, e US$ 798 mil, para ingressar no topo dos 1%. “Analisando em conjunto, a metade mais pobre da população mundial detém menos de 1% da riqueza total. Os 10% mais ricos concentram 87% da riqueza global, e o 1% do topo mais rico possui 48,2% dos ativos mundiais”, destaca o “Global Wealth Report 2014”.
A América do Norte é a região onde se concentra a maior riqueza das famílias (34,7%). Nos Estados Unidos estão 41% de pessoas do mundo com fortunas superiores a US$ 1 milhão. A Europa ocupa o segundo lugar (32,4%) no ranking da riqueza das famílias, seguida da região Ásia-Pacífico (sem incluir a China), com 18,9%.
Os indicadores da desigualdade diminuíram ligeiramente na Europa e nos EUA, mas desde 2000 vem vem se agravando na América Latina e na África, segundo o estudo do grupo de pesquisa do Credit Suisse. No início do ano, a ONG Oxfam, que faz campanha contra a pobreza global, havia divulgado pesquisa mostrando que as 85 pessoas mais ricas do planeta tinham uma percentagem de riqueza combinada equivalente aos 3,5 bilhões das pessoas mais pobres no mundo.
“Esses resultados evidenciam que a desigualdade é extrema, está crescendo e mostram que a recuperação econômica que se seguiu à crise global de 2008 tem favorecido os mais ricos”, disse ao jornal britânico “The Guardian”, Emma Seery, chefe da Seção de Desigualdade da Oxfam. “Em países pobres, desigualdade crescente significa a diferença entre as crianças terem chances de frequentar escolas e pessoas doentes terem acesso a remédios que salvam as suas vidas”, afirmou Seery. Com AFP

 Surto de Ebola continua se espalhando pela região da África Ocidental, segundo OMS

O OMS tem dito repetidamente que os casos de Ebola estão acima dos registrados oficialmente nos países mais afetados, e que compreender essa escala e a dimensão do surto é fundamental para enfrentá-lo.

Genebra/Londres, 14 de Outubro de 2014
ERIC GAILLARD/REUTERS

Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS) o número de casos ultrapassa 9 mil (Divulgação)
O número de casos registrados no surto de Ebola na África Ocidental vai superar os 9.000 nesta semana e a epidemia ainda se expande geograficamente por Guiné, Serra Leoa e Libéria, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira.
O número de mortos até o momento no surto, primeiro identificado na Guiné em março, chegou à marca de 4.447 dos 8.914 casos registrados, disse o diretor-geral-assistente da OMS, Bruce Aylward.
Mesmo com sinais de redução nas taxas de infecção em algumas das áreas mais atingidas, Aylward disse que a doença chegou agora a "mais bairros, condados e municípios" do que há um mês, e disse que o número de casos continuaria a subir.
"Vamos ultrapassar os 9 mil casos este semana", disse ele a jornalistas na sede da OMS em Genebra.
Aylward destacou que seria "realmente prematuro" ver qualquer sucesso na aparente desaceleração dos números em algumas áreas, citando que as projeções da OMS indicam que até a primeira semana de dezembro pode haver entre 5.000 e 10.000 novos casos por semana.
"Pode ser mais, pode ser menos, mas será nesse intervalo", disse ele a repórteres. "Em algumas áreas estamos vendo uma redução da doença, mas isso não significa que vamos chegar a zero."
O OMS tem dito repetidamente que os casos de Ebola estão acima dos registrados oficialmente nos países mais afetados, e que compreender essa escala e a dimensão do surto é fundamental para enfrentá-lo.
"Nós ajustamos os números registrados", disse Aylward. A OMS multiplica os números de Guiné por 1,5, de Serra Leoa por 2 e da Libéria por 2,5 para ter dados mais precisos do quadro geral, disse o diretor-adjunto da OMS.
Os dados publicados também podem confundir porque o número de mortes conhecidas representa menos da metade do número de casos, o que passa uma falsa impressão, segundo Aylward.
A taxa de mortalidade atual é de 70 por cento, dado consistente com a situação nos três países mais afetados, afirmou.