sexta-feira, 29 de maio de 2015


Rosneft quer terminal de GNL no Solimões

Petroleira russa diz que tecnologia é a alternativa mais viável para escoamento de reservas de gás na Amazônia, que foram compradas semana passada da PetroRio

Nicola Pamplonanicola.pamplona@brasileconomico.com.br

A tecnologia de gás natural liquefeito ou uma eventual conexão de térmica a rede de distribuição em Manaus são as alternativas em estudo pela russa Rosneft para o desenvolvimento das reservas de gás recém adquiridas da PetroRio (ex-HRT), na Bacia do Solimões. A empresa pagou R$ 55 milhões para assumir a totalidade das concessões e espera ter uma melhor definição para o futuro dos projetos em dois ou três anos, quando concluir o prazo exploratório.A operação, que garantiu à russa a totalidade dos projetos, foi fechada na semana passada.

As concessões estão perto do município de Carauari, a 780 quilômetros de Manaus em linha reta pela floresta amazônica, o que praticamente inviabiliza a construção de um gasoduto até o principal mercado consumidor da região. A Petrobras opera a província gasífera de Urucu na vizinha Coari e entrega gás em Manaus por meio de um gasoduto Urucu-Coari-Manaus, de 660 quilômetros, mas são poucas as chances de conexão às reservas da Rosneft. A Petrobras tem descobertas perto das concessões da petroleira russa e as duas empresas estudam uma estratégia conjunta para o escoamento da produção.

A Rosneft informou ao Brasil Econômico que as duas principais alternativas, no momento, são a construção de uma planta de liquefação de gás natural (processo de resfriamento do combustível a 162° negativos) para transporte em navios até mercados consumidores ou a construção de uma térmica perto dos poços produtores (conhecida como gas to wire, o gás para o fio). “Ambas são tecnologias viáveis e os estudos compreendem a construção de um gasoduto e o escoamento fluvial”, diz a Rosneft.

O gasoduto em questão poderia ligar as reservas a um terminal fluvial de gás natural liquefeito (GNL), que, segundo fontes, pode ser construído às margens do rio Solimões — uma vez que o rio mais próximo, o Juruá, é extremamente sinuoso, o que tornaria a viagem muito mais duradoura. A companhia praticamente descartou a possibilidade de ligar as reservas ao campo de Urucu, da Petrobras. “Como outras opções estão sendo analisadas, não há decisão ainda sobre a necessidade de investimento em capacidade de gasoduto”, disse, em resposta à pergunta sobre quem investiria em uma eventual expansão do Gasoduto Urucu-Coari-Manaus.

A conexão à rede de transmissão de energia é vista com ceticismo pelo mercado, diante do alto custo e dos riscos associados a uma obra deste porte em meio à floresta. Com 1,7 mil quilômetros de extensão, o linhão Tucuruí-Manaus, por exemplo, custou R$ 3,7 bilhões. Sua conclusão permitiu que o gás que chega à região de Manaus seja transformado em eletricidade para distribuição em outras regiões do país. A própria Petrobras tem planos de usar a infraestrutura para desenvolver uma área mais próxima à capital do estado.

“A Rosneft tem vasta experiência em gerenciamento de perfurações e pesquisas sísmicas em áreas remotas, que a companhia vai implementar no projeto Solimões”, comentou, no dia da aquisição, a empresa. “Após a exploração, a Rosneft vai usar sua expertise em produção terrestre de petróleo e gás”, completou. A empresa, porém, tem sofrido com as sanções impostas à Rússia após a anexação da Crimeia, que dificulta a captação de recursos para investimentos.

“As sanções têm efeitos reversos: prejudicam acionistas internacionais e stakeholders internacionais, prejudicam fabricantes de equipamentos, prejudicam bancos e fundos de investimentos que não estarão habilitados a investir em indústrias na Rússia”, afirmou ao “The Independent” o presidente da companhia, Igor Sechin, em rara entrevista concedida em fevereiro.

Os blocos do Solimões têm uma área de aproximadamente 41,5 mil quilômetros quadrados. São 12 concessões com 11 descobertas há anunciadas. Segundo avaliação feita pela consultoria DeGolyer&McNaughton, as reservas são estimadas em 717 milhões de barris de óleo equivalente (dos quais, 95% são gás natural).

 

Retrato da fome

O relatório da FAO diz que nas regiões em desenvolvimento, a parcela dos subnutridos caiu de 23,3% em 1990 para 12,9% em 2014; a América Latina é um dos destaques positivos

Florência Costaflorencia.costa@brasileconomico.com.br

Quem já viu criança esquálida, osso e pele, não esquece nunca mais. Subnutridas, elas parecem bebês que começaram a andar antes do tempo. Esse é um dos primeiros choques para um estrangeiro quando chega à Índia, país com o maior número de pessoas subnutridas: dos 795 milhões no mundo, 780 milhões vivem em países em desenvolvimento, sendo que a Índia tem 194,6 milhões, ou uma em cada quatro pessoas no planeta.

O assunto voltou ao noticiário nesta semana com a divulgação de um estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que apontou uma redução de 216 milhões de pessoas que passam fome no mundo. A América Latina e o Caribe são a região que mais avançou para erradicar a fome ao reduzir a mais da metade a porcentagem e o número total de pessoas subnutridas. Mas a fome ainda castiga, e muito, principalmente no Sul da Ásia, onde fica a Índia, e na África Subsaariana.

“Didi, didi, khana ke lie” (“Irmã mais velha, irmã mais velha, me dê alguma comida”), pedem as crianças indianas imitando com as mãos o gesto de colocar comida na boca. É preciso explicar que faz parte do hábito local chamar desconhecidos de “tio(a)”, “pai”, ou “irmão(ã)”. Isso porque a instituição mais forte do país é a família. As miseráveis, ossudas, fazem plantão nas ruas das grandes cidades e correm na direção dos carros(que estão sempre com janelas fechadas) quando acende o sinal vermelho. Os dedos dos pedintes deslizam no vidro e deixam suas marcas. O conselho que mais se ouve dos indianos é: não dê esmola, seu carro vai ser cercado por uma enxame de mendigos.

A Índia, país conhecido mundialmente pela espiritualidade, reverencia ferozmente a deusa da riqueza, que no panteão dos milhões de divindades hindus é Lakshmi. Em outubro, durante o Diwali, o Festival das Luzes, os indianos enfeitam o caminho de suas portas com lamparinas para ajudar Lakshmi a encontrar as suas casas e entrar, abençoando-os e trazendo prosperidade, uma palavrinha mágica na Índia e na China.

Em 1991, a Índia fez a sua grande reforma liberalizante, liderada pelo tímido economista, educado em Oxford, Manmohan Singh, então ministro das Finanças (mais tarde primeiro-ministro da Índia). Na época, ele citou Victor Hugo para anunciar a abertura da economia: “Ninguém pode impedir uma ideia cujo momento (de ser concretizada) chegou”. A revista “The Economist” comparava a Índia — até então vista apenas como a sucursal da miséria humana no planeta — a um “tigre desenjaulado”.

Depois de crescer a uma média de 6% na década de 90, o PIB acelerou a uma média de 9% entre 2003 e 2008, o segundo crescimento mais rápido depois da China. Era a “Índia Incrível”, como dizia o lema do governo. O tom de euforia começou a desvanescer em 2011, com a Índia se defendendo e prometendo colocar em prática o crescimento inclusivo. Como diz o premiado escritor Aravind Adiga, autor de “Tigre Branco”, existem duas Índias: a dos magros e a dos ricos. Quando o filme “Quem quer ser milionário?” ganhou o Oscar em 2008, o cineasta Danny Boyle, britânico, foi muito criticado pela classe média indiana que o acusava de pretender humilhar o país, de ter exibido apenas a parte magra e feia da Índia, as favelas de Mumbai, onde a história de passa. O maior símbolo da pobreza indiana é a favela de Dharavi que o visitante vê do avião ao chegar: ela fica do lado do aeroporto. Mumbai concentra a contradição indiana, onde está o Banco Central e a Bolsa de Valores, uma das residências mais caras do mundo, a do empresário Mukesh Ambani, dono do império Reliance, e onde está a maior favela da Índia, com seus esgotos a céu aberto.

O relatório da FAO diz que, nas regiões em desenvolvimento como um todo, a parcela dos subnutridos decresceu de 23,3% em 1990 para 12,9% agora. E destaca como exemplos positivos algumas regiões, como América Latina. A prevalência da subnutrição na América Latina caiu de 14,7% entre 1990 e 1992 para 5,5% entre 2014 e 2016, segundo os períodos estabelecidos nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

A mídia indiana, que gosta de comparar seu país com a vizinha e rival China, lamentava esta semana o fato de seu país ter sido passado para trás pela China em termos de progresso na redução da miséria. Em 1990, a Índia abrigava um número menor de subnutridos do que a China: 210 milhões contra 289 milhões. Mas os dois gigantes tinham um proporção semelhante de subnutridos naquela época: cerca de 23% de suas populações, devido à diferença no tamanho de suas populações. Hoje, a Índia tem mais subnutridos, cerca de 194 milhões, ou 15% da sua população, do que a China, com seus 133 milhões, ou 9% da população. A Índia não conseguiu atingir a Meta do Desenvolvimento do Milênio, de reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção de pessoas que sofrem com a fome. Brasil e China alcançaram.

“O crescimento econômico é a chave para se reduzir a subnutrição, mas tem que ser inclusivo”, diz o relatório “The State of Food Insecurity in the World- 2015”, da FAO. Constatou-se que melhorar a produtividade e a renda das famílias de pequenos agricultores é fundamental. E que os programas de proteção social não podem ser abandonados. O debate sobre crescimento inclusivo, levantado de forma tão precisa há anos pelo economista indiano e Prêmio Nobel Amartya Sen, não sai de pauta.

 

RESPOSTA do General Ex EDUARDO DIAS DA COSTA VILLAS BOAS, Comandante do
Exército Brasileiro (carta que se inicia) à carta do Cel. Int. Ref. WALCYR
MONTEIRO DA MOTTA (segunda)

*Caro Coronel Walcyr Monteiro da Motta, do Exército Brasileiro. Considerei
a sua carta excelente, oportuna e uma boa e sucinta radiografia da grave e
crítica situação que se encontra o nosso Brasil, em fase terminal em um
hospital de segunda categoria. Porém, acredito que nada aconteceu de melhor
do que O SILÊNCIO DE NOSSAS FORÇAS ARMADAS! A experiência e o bom senso nos
leva a defender a união, a hierarquia e a disciplina de nossas Forças
Armadas, preceitos que creio, do fundo de minha alma, ser o caminho e a
única esperança para a VOLTA DA DEMOCRACIA e do ESTADO DE DIREITO ao
Brasil. As FORÇAS ARMADAS estão CUMPRINDO sua MISSÃO CONSTITUCIONAL - estão
sempre em treinamento e estudos - e preparadas para defender a PÁTRIA e o
POVO BRASILEIRO! E o POVO, o que está FAZENDO??? É o POVO que deveria
CONVOCAR as suas FFAA para AGIR dentro da CONSTITUIÇÃO e INTERVIR no
BRASIL! Essa é a LEI NATURAL do Estado, da Política, pois todas AS LEIS
EMANAM DO POVO ? o Povo é o Soberano do Estado nas modernas democracias! A
Sociedade é que institui o Governo e ela tem o direito de CORRIGIR seus
defeitos e vícios! Não se trata de uma Intervenção Militar, mas sim de uma
Intervenção Constitucional do POVO, da Sociedade brasileira! Os Militares
são o instrumento, previsto na Constituição, para INTERVIR, em nome do
POVO, quando as Instituições estão CORROMPIDAS. Não será fácil, eles não
sairão na boa e nós não podemos mais admitir essa facção criminosa de todos
os políticos e partidos, desgovernando nosso país! O Povo ainda não
entendeu! Apesar da grande maioria hoje acreditar novamente em suas Forças
Armadas e defender e pedir a Intervenção Constitucional, convocando nossas
Forças Armadas para retirar os USURPADORES do Poder no Brasil, o Povo ainda
não tornou essa vontade muito clara, um grande consenso brasileiro! Por
isso, considero que o silêncio, a preparação e os estudos das Forças
Armadas para atuar no momento decisivo, em que que a situação do Brasil
estiver totalmente comprometida, como o atual momento econômico da fuga e
desvio de mais um trilhão de reais de nossas receitas, acrescido de
endividamento público e previdenciário gigantesco, que certamente já
ultrapassa os 5 trilhões de reais, somado ao já previsto risco de invasão e
de acionamento das tropas paramilitares dos movimentos sociais, podendo
mesmo chegar a uma guerra civil, foi a decisão mais acertada dos Comandos
de nossas Forças Armadas. Porém, falta pouco tempo, muito pouco, mesmo, ou
perderemos mais um dos bondes da História... e este será o definitivo para
a existência do Brasil como o conhecemos hoje. Em um país vivendo com
normalidade política e de funcionamento dos poderes de acordo com a sua
constituição, a defesa de grandes mudanças em suas leis e seu sistema
político seria perfeito. Porém, todos nós sabemos muito bem e nem sempre
temos a coragem de dizer e defender, QUE O BRASIL NÃO É MAIS UMA DEMOCRACIA
HÁ MUITOS ANOS situação comprovada por atos e fatos expostos e
documentados: *NÃO EXISTE MAIS O EQUILÍBRIO E A INDEPENDÊNCIA DOS 3
PODERES; *As Instituições Públicas FORAM TOMADAS e administradas por
INTERESSES REVANCHISTAS, PARTIDÁRIOS E PARTICULARES, de seus ocupantes; *O
GOVERNO É COMANDADO DE FORA das instituições legais, por organizações
secretas ou por partidos políticos; *A prestação de serviços aos cidadãos
foi transformada em um gigantesco curral eleitoral, alimentado de milhões
de bolsas esmolas, relegando-se o investimento em melhorias destinadas a
evolução dos cidadãos, como educação, cultura, saúde e segurança, À MERA
ESPECULAÇÃO POLÍTICA E POPULISTA; *A legislação brasileira foi sendo
MODIFICADA CONSTANTEMENTE ao longo dos últimos governos, DE MANEIRA
CORRUPTA, DESONESTA E IMORAL, PELA COMPRA de nossos parlamentares e juízes,
NÃO REPRESENTANDO a tradição e a ideologia, os costumes, a ética e a moral
da maioria do povo brasileiro; Daí para a frente, tudo que aqui se realiza
NADA TEM A VER com Democracia e os crimes contra o Estado e os cidadãos,
complementados por uma violência pública jamais vista na nossa História,
nos transformaram em País de robôs, de covardes, de medrosos, que aceitam
tudo em nome do medo de agir, de defender seu país e seus filhos, sem
querer abrir os olhos para ver o caos do COMUNISMO se implantando dia a dia
e acabando com o futuro de nossos filhos e netos. Ruy Barbosa afirmava que
?a chave misteriosa DAS DESGRAÇAS que nos afligem é esta e só esta: a
IGNORÂNCIA POPULAR, mãe da SERVILIDADE E DA MISÉRIA. ? E principalmente nas
últimas décadas, quase 130 anos depois, a nossa desgraça é a mesma, talvez
até muito maior e perniciosa, pois provocada por interesses escusos e
intenções malévolas, da manutenção eterna de um grupo déspota, criminoso e
antipatriota, no poder. Não resta nenhuma dúvida, que se existe uma FORÇA
CIVIL que realmente representa o POVO brasileiro e que realmente possui
capacidade e poder de MUDAR OS RUMOS do Brasil, essa é composta dos
MILITARES, que não passam de CIDADÃOS-SOLDADOS, segundo um dos maiores
heróis da Proclamação da República do Brasil, BENJAMIN CONSTANT, que
difundiu suas ideias entre a jovem oficialidade do Exército Brasileiro, e
criou a doutrina do "Soldado-Cidadão", onde todos os membros das Forças
Armadas são, antes de tudo, Cidadãos de um Regime Republicano. EXIGIR
MUDANÇAS é questão de HONRA, dizem... Mas não é assim tão simples! Com
TODOS OS PODERES DO GOVERNO TOTALMENTE DOMINADOS, torna-se IMPOSSÍVEL a
elaboração e votação de qualquer Lei, Emenda ou Constituição, que não seja
para ATENDER A IDEOLOGIA e os INTERESSES PESSOAIS dos políticos atuais e
dos grupos que os apoiam e sustentam. O SISTEMA POLÍTICO E ELEITORAL
BRASILEIRO não possibilita a menor chance de confiabilidade ou de mudanças,
no atual ESTADO CRIMINOSO DE GOVERNO e dos Poderes Legislativo e
Judiciário, responsáveis pela lisura da elaboração e do cumprimento das
Leis, pois também fazem parte da MESMA QUADRILHA que domina todo o Estado,
o que não dá a menor oportunidade ao povo brasileiro. Os cidadãos
brasileiros nunca encontrarão uma saída para a sua atual exploração, o seu
sofrimento, e a sua condenação ao atraso e ao subdesenvolvimento, ocupando
posições no Índice de Desenvolvimento Humano, muito mais abaixo do que um
País rico, como o Brasil (segundo o governo petista, a 7ª ou 8ª economia
mundial), deveria ocupar, SEM A PROMOÇÃO, antes de mais nada, de uma
REVOLUÇÃO CIDADÃ, aos moldes do que tem ocorrido em vários países que foram
manietados por governos déspotas e absolutistas. ?Quando a ditadura é um
fato, a revolução é um dever.? Do filme: ?Trem noturno para Lisboa?. O
Brasil não tem um rei ? o Povo ?é o Rei? ? o Soberano do Estado
Republicano. O Povo tem o direito e o dever de convocar suas Forças Armadas
para restabelecer o Estado de Direito, a Ordem e a Segurança. O Povo tem o
direito e o dever de propor e ratificar a criação de um Novo Sistema
Político, para se estabelecer um Novo Brasil?. Isso porque SERÃO SEMPRE OS
MESMOS POLÍTICOS CRIMINOSOS que farão as leis. E vocês acham que poderemos
perder tempo e esperar alguma mudança em benefício do País e da população,
oriunda desse lado? Nunca! Mas uma ação dessa magnitude, também não seria
ilegal e inconstitucional? Seria uma AÇÃO POPULAR E DA SOCIEDADE, com apoio
total das Forças Armadas, e baseada na CONSTITUIÇÃO, com o propósito de
RESTABELECER O IMPÉRIO DA LEI (Rule of Law), o qual está sendo violentado
consistentemente, pelo próprio Presidente do Poder Executivo, ao
desconsiderar as disposições da Constituição do País, exercendo um domínio
ilegal, corrupto e imoral sobre os Poderes Legislativo e Judiciário. Esse
domínio se traduziu em alterações criminosas, injustas e antidemocráticas
na Carta Magna e nas Leis brasileiras que conduzem o atual poder a um Golpe
de Estado e eliminação do Estado de Direito. Somente assim existirá alguma
possibilidade de se CRIAR UM NOVO SISTEMA POLÍTICO. De SE CRIAR UM NOVO
BRASIL. Tudo dependerá sempre dos únicos responsáveis pela existência da
nossa sociedade, de nosso País, de nossa Nação: os CIDADÃOS BRASILEIROS
UNIDOS em sociedade. Vamos construir juntos um novo Brasil? ?Precisamos
aprender para evoluir. A evolução é inteligente. A mudança é traumática na
História do mundo. Quase sempre, os que QUEREM MUDANÇAS, querem o poder
para eles. Mas os que QUEREM EVOLUÇÃO amam a democracia. hitler ? stalin ?
mao ? castro são MUDANÇAS (MORTE). Rui Barbosa, Castelo Branco - Médici ?
Geisel - Figueiredo são EVOLUÇÃO (PROGRESSO).? EBVM. Euro Brasílico Vieira
Magalhães ? 15 de maio de 2.015.*



*Carta ao Comandante do Exército Brasileiro Artigo no Alerta Total
>
Por Walcyr Motta Exmo Sr. General Ex Eduardo Dias da Costa Villas Bôas,
Comandante do Exército Brasileiro: Preliminarmente, solicito a V. Exa. que
aceite minha apresentação: Cel. Int. Ref. WALCYR MONTEIRO DA MOTTA (AMAN
Tu69), vinculado ao Cmdo. 1ª RM. Encheu-nos de esperança a nomeação de V.
Exa. para o Comando da Força; afinal, seu antecessor era homem de apenas
duas expressões: ?sim senhora? e ?permissão para me retirar?. Subserviência
total. Esqueceu-se de uma das máximas do General Manuel Luís Osório, o
patrono da Cavalaria: ?o soldado é obediente, mas não é servil?. Todavia,
General, estas esperanças começam a esmorecer. O 31 de março passou e V.
Exa. nada disse. Ordens de cima? Medalhas continuam a reluzir no peito de
marginais condenados a prisão pela Justiça, com sentença transitada em
julgado, e providências visando sua cassação não são tomadas, mesmo
amparadas e, até, determinadas pela legislação em vigor; sua ordem do dia
no Dia do Exército foi, usando nosso jargão castrense, uma ordem do dia M1.
Esperávamos, General, algo mais, uma observação, um recado velado, uma
insinuação de que o Exército, o Exército Brasileiro, o Exército de Caxias
não aguenta mais ser enxovalhado, achincalhado, vilipendiado, recebendo
missões de polícia, sofrendo um revanchismo injustificável, um revanchismo
torpe, por aqueles que não se conformam terem sido derrotados na luta
armada, tratado pior que os triários, a última linha das legiões romanas
depois das quais a História nada mais fala. Esperávamos, General, algo como
a circular do Gen. Castello Branco em 1964. E note-se que, quando a
escreveu, o General Castello era oficial general da ativa, Chefe do
Estado-Maior do Exército. Recordemos alguns trechos: ?OS MEIOS MILITARES
NACIONAIS E PERMANENTES NÃO SÃO PROPRIAMENTE PARA DEFENDER PROGRAMAS DE
GOVERNO, MUITO MENOS A SUA PROPAGANDA, MAS PARA GARANTIR OS PODERES
CONSTITUCIONAIS, O SEU FUNCIONAMENTO E A APLICAÇÃO DA LEI... Não sendo
milícia, as Forças Armadas não são armas para empreendimentos
antidemocráticos. Destinam-se a garantir os poderes constitucionais e a sua
existência?. Embora, à época, V. Exa. provavelmente cursasse o ginasial (eu
era aluno do 2° ano colegial do CMRJ) aposto ter tomado conhecimento deste
texto. O General Paulo Chagas, em seu artigo ?O ?EXÉRCITO DE SEMPRE? e o
CAMINHO DO DEVER?, publicado no site ?Ternuma? tece comentários sobre O SILÊNCIO DAS FORÇAS ARMADAS. Um trecho merece
transcrição: ?infelizmente entendo que, se as Forças Armadas continuarem
silenciosas em relação aos atos e fatos que interferem em sua missão
constitucional, ocorridos interna ou externamente, mantendo-se, POR INAÇÃO,
CONIVENTES com os projetos de poder do governo da ocasião, elas verão
surgir, rapidamente, A CIZÂNIA E A QUEBRA DE COESÃO entre seus quadros e se
transformarão (...) em milícias manipuladas pelo interesse corrupto dos
políticos, mal equipadas, despreparadas e, principalmente, mais preocupadas
em sobreviver do que em servir! Considero que A OMISSÃO É A MAIS DESTRUTIVA
DAS ATITUDES DE UM SOLDADO, e que será tanto mais destrutiva quanto mais
alto seja seu posto ou graduação.? DURANTE A LUTA ARMADA (da qual não
participei ? as unidades em que servi não foram engajadas naquele combate)
companheiros nossos receberam missão de exterminá-la. CUMPRIRAM A MISSÃO!
De armas nas mãos, com risco da própria vida e, pior, com risco de suas
mulheres e filhos que ficavam expostos à sanha dos terroristas. GENERAL, O
QUE O NOSSO EXÉRCITO FAZ, HOJE, POR ESTES HOMENS? NADA, GENERAL! São
xingados, chamados de assassinos, torturadores, denunciados por comissões
da verdade totalmente espúrias e revanchistas. Sofrem processos judiciais
absurdos. Tem que custear advogados para a sua defesa com seus próprios
recursos; ainda bem que o nosso excelente nível remuneratório permite que
tais despesas sejam suportadas. O que fizeram para merecer tal tratamento?
Cumpriram a missão! Os terroristas, como já disse, não se conformam de
terem sido derrotados e, mesmo anistiados, fazem de tudo para infernizar a
vida daqueles que os derrotaram e, pior, com o beneplácito, a conivência, a
cumplicidade, o incentivo do governo constituído que, ?mutatis mutandis?, é
terrorista. E, tal qual o poema de Maiakowski, não dizemos nada! E não
fazemos nada! Preocupa-nos ainda, General, o ATUAL ESTADO DE PENÚRIA DA
FORÇA. Circula na Internet boatos de que o combustível do Exército
esgotar-se-ia em julho; que a munição estocada seria suficiente para uma
hora de combate; que seria adotado o regime de meio expediente nos quartéis
em virtude de restrições de rancho. Consta que no PDC (Palácio Duque de
Caxias), no Rio de Janeiro, torneiras teriam sido retiradas dos banheiros
para economizar água e que não se estaria ligando os aparelhos de ar
condicionado para economizar energia. A maior preocupação, General,
consiste em, num quadro desses, COMO BARRAR FORÇAS E SITUAÇÕES ADVERSAS
CASO VENHAM A OCORRER (E, COM CERTEZA, OCORRERÃO). Vivemos dias
preocupantes e sombrios. A TENTATIVA DE TOMADA DO PODER (TAL QUAL EM 1964
ELES JÁ TÊM O GOVERNO) desta vez, não será, numa primeira etapa, pela
força. Basta ler Gramsci. O Gen. Coutinho, Sérgio Augusto de Avellar
Coutinho, recentemente falecido, brindou-nos com ?A Revolução Gramscista no
Ocidente?, onde, num fantástico poder de síntese, conseguiu resumir os não
sei quantos volumes dos ?Cadernos do Cárcere?, de Antonio Gramsci, em um
pequeno livro de 135 páginas. Lê-lo (acredito que V. Exa. já o tenha
feito), fazendo um paralelo do que ali está escrito com o que acontece
atualmente no Brasil, é mergulhar fundo na situação do Brasil de hoje, é
muito mais que uma radiografia do momento nacional, é uma verdadeira
ressonância magnética deste momento. INICIAMOS A ?FASE ESTATAL?, A
TRANSIÇÃO PARA O SOCIALISMO. E O QUE FAZEMOS? NADA! E O DECÁLOGO? V. EXA SE
LEMBRA DO DECÁLOGO? Decálogo para tomada do poder pela via pacífica? Tomei
conhecimento do decálogo quando cadete, quando na AMAN estudávamos Guerra
Revolucionária. Acredito que V. Exa. também o tenha feito embora não
sejamos contemporâneos na Academia. Recordemos: - controlar politicamente o
Judiciário; - desmoralizar o Congresso Nacional; - amordaçar o Ministério
Público; - arrochar a coleta de impostos; - valer-se de dossiês para impor
a vontade a banqueiros, empresários e adversários políticos; - direcionar a
produção artística e cultural e controlar a imprensa (e, hoje, a INTERNET)
- instalar núcleos de ativistas em todos os órgãos da administração
pública; - promover a instabilidade no campo; - desmoralizar e desmantelar
as Forças Armadas, inclusive com a criação de forças paralelas e - desarmar
a população. Como V. Exa. pode notar, o que acontece hoje, no Brasil, não é
mera coincidência; é um processo pensado, planejado, com execução
acompanhada em seus mínimos detalhes. Ademais, O QUE VEMOS NO NOSSO DIA A
DIA? Vemos uma INCITAÇÃO À LUTA DE CLASSES, quando se joga brancos contra
pretos, patrões contra empregados, ricos contra pobres. Vemos uma TOTAL
DEGRADAÇÃO MORAL com a televisão mostrando comportamentos sexuais
esdrúxulos, principalmente se levarmos em consideração a hora em que são
apresentados, quando as crianças ainda estão acordadas, tudo de acordo com
a doutrina marxista-leninista; vemos UM EX-PRESIDENTE da república (sem
erro de ortografia, com minúsculas mesmo) CONCLAMAR MILÍCIAS ILEGAIS E
ASSASSINAS PARA UMA GUERRA CIVIL, vemos o líder dessas milícias, nada mais
que UM BANDIDO, SOLICITAR APOIO A GOVERNOS ESTRANGEIROS, parceiros no FORO
DE SÃO PAULO, para combater nessa GUERRA CIVIL; vemos ORGANIZAÇÕES
NARCOTERRORISTAS estrangeiras TREINANDO E INSTRUINDO gente dos chamados
MOVIMENTOS SOCIAIS PARA O COMBATE. E QUE FAZ O NOSSO EXÉRCITO, O QUE FAZEM
AS NOSSAS FORÇAS ARMADAS PARA NEUTRALIZAR ESTE QUADRO? NADA! E que vemos
mais, General? Vemos um QUADRO DE CORRUPÇÃO INSTITUCIONALIZADA. O MENSALÃO
foi um escândalo. Resultou na cúpula do partido do governo condenada a
prisão, com sentença transitada em julgado, ou seja, sem mais possibilidade
de recurso. O mensalão, porém, comparado ao PTrolão, deveria ser julgado
num Juizado Especial de Pequenas Causas. Imagine V. Exa. quando abrirem a
CAIXA PRETA DO BNDES. Por muito menos, Getúlio suicidou-se. Por uma Fiat
Elba Collor renunciou para não sofrer impeachment. O POVO, GENERAL, JÁ
PERCEBEU E JÁ DISSE ?NÃO? A ESTA SITUAÇÃO COM MARCHAS QUE LOTARAM AS
PRINCIPAIS CIDADES BRASILEIRAS. A presidente está acuada. Não aparece em
público, se o fizer, sabe que receberá uma uníssona, estrondosa e
retumbante vaia. A NAÇÃO, BEM COMO O ESTADO, ESTÃO A DERIVA. Constituímos,
nós, Exército Brasileiros, nós Forças Armadas, a ?GRANDE BARREIRA, A ÚLTIMA
RATIOREGIS?. O POVO BRASILEIRO CONFIA EM NÓS e nós, ainda, confiamos em
nossos comandantes. NÃO NOS DECEPCIONEM. Antes de encerrar, General, um
fato novo. Leio no blog Alerta Total carta de uma mãe de aluna do CMRJ.
Narra aquela senhora que, os livros de História e Geografia adotados no
Colégio, antes escritos por historiadores militares e publicados pela
BIBLIEX estão sendo substituídos, por pressão do governo, por outros, DE
CUNHO MARXISTA LENINISTA. Isto é fato General? V. Exa. tinha conhecimento
disto? Estamos ?jogando a toalha?? Estamos sucumbindo à sanha vermelha?
Estamos permitindo que nossas crianças, nossos ?curumins?, sejam
?catequizados? por esta corja? Leia o artigo ?COLÉGIO MILITAR DO RJ COM
ORIENTAÇÃO COMUNISTA??, de Percival Puggina. Como já disse foi publicado no
blog ?Alerta Total?, neste domingo, 10/05/2015. Finalmente, deixo a V. Exa.
uma expressão do Mal Deodoro da Fonseca que, mesmo sendo amigo do Imperador
e apesar da crise de asma e dos 39° de febre, montou em seu cavalo baio
para dar vivas à República: ?O EXÉRCITO É UM LEÃO QUE DORME E QUE UM DIA
PODE ACORDAR RAIVOSO.? Queira aceitar Gen. Villas Bôas (e merecer) a nossa
admiração, os nossos respeitos e a nossa continência. SELVA! BRASIL ACIMA
DE TUDO!*

*Walcyr Monteiro da Motta é Coronel reformado do EB. Carta escrita e
enviada em 10 de maio de 2015.*





 

 

quinta-feira, 28 de maio de 2015


'Essa droga foi posta pra difamar meu filho', afirma mãe de piloto de avião derrubado na Venezuela


Avião com dois amazonenses a bordo foi abatido pela Força Aérea Venezuelana, da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), na madrugada do domingo (24)

Manaus (AM), 27 de Maio de 2015

ACRITICA.COM*

 

Klender Hideo foi apontado pelas autoridades venezuelanas como piloto do avião abatido (Reprodução)


A família de Klender Hideo de Paula Ida, de 24 anos, piloto do avião derrubado na Venezuela no último fim de semana, afirmou na tarde dessa quarta-feira (27) para reportagem da TV A Crítica que o rapaz avisou na última sexta-feira (22) que iria para o município amazonense de Itacoatiara fazer uma instrução de voo numa escola e voltaria pra casa na segunda (25).

Porém, nesta quarta-feira, o Itamaraty confirmou a informação divulgada pelo Ministério para Relações Interiores, Justiça e Paz da Venezuela, que dizia que um avião com dois amazonenses foi abatido pela Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), na madrugada do último domingo (24). O avião teria saído do Aeroclube de Manaus.

A mãe do piloto, Telma Silva, ainda muito abalada pela notícia, afirma que esse seria o último que ele iria fazer. “Ele deixou o celular em casa e saiu. Foi a última vez que vi meu príncipe”, conta.

João Marcos Silva, tio de Kendler, afirma que o rapaz era um piloto experiente e fazia voos constantemente saindo do Aeroclube. O tio disse que não conhecia o co-piloto e ainda espera por informações mais concretas. “Até o momento a gente não sabe dar informação... É difícil né”, diz.

Ainda segundo o tio, nesta quinta-feira (28) o pai de Kendler viaja para Caracas, capital do país vizinho, para tentar entender o que aconteceu com o filho e recuperar o corpo.

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o último voo registrado da aeronave pilotada por Kendler ocorreu no dia 23 de fevereiro deste entre o Aeroclube de Flores, em Manaus, e a cidade de Borba (AM). A diretoria do Aeroclube não quis se pronunciar sobre o acidente, alegando não ter informações do piloto e nem da aeronave para repassar para a imprensa.

Caças abateram bimotor

O avião bimotor Embraer EMB-820C, de prefixo PT-RCN, foi derrubado no município de Ricaurte, no estado venezuelano de Cojedes, na Venezuela, no último domingo (24). Além de Kendler, Fernando César Silva Da Graca, de 32 anos, também estava a bordo.

No local da queda dos destroços, visitado por Irwin, presidente do Escritório Nacional Antidrogas da Venezuela, na segunda-feira (25), os corpos já estavam parcialmente carbonizados, mas documentos, como Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e passaportes dos dois amazonenses, foram encontrados, assim como US$ 500, 1,7 mil pesos colombianos e algumas moedas de real.

Ao todo, 616 tabletes de cocaína (comprovado por laudos forenses apresentados pelas autoridades venezuelanas) também estavam no avião. O local onde a droga estava armazenada e o motivo de permenecer intacta, apesar do avião estar irreconhecível, não foram esclarecidos. Também foi comprovado que a aeronave tinha um prefixo venezuelano falso "colado" em cima da identificação real.

 

Gripen: Brasil e Suécia iniciam contatos para envio de técnicos brasileiros ao país europeu


Publicado em Quarta, 27 Maio 2015 17:06 | Última atualização em Quarta, 27 Maio 2015 18:01

Brasília, 27/05/2015 – O vice-ministro da Defesa da Suécia, Jan Salestrand, se reuniu nesta quarta-feira (27) com os principais assessores do ministro da Defesa, Jaques Wagner. Um dos temas em discussão foi o envio de 250 cientistas, engenheiros e técnicos brasileiros ao país europeu para treinamento e conhecimento de tecnologia dos caças. No Ministério da Defesa (MD), Salestrand conheceu a estrutura da pasta e também pôde estreitar parcerias estratégicas no setor.

Foto: Jorge Cardoso

 

A secretária-geral afirmou que a visita é um passo importante para aproximar ainda mais as relações entre Brasil e Suécia nas áreas estratégicas.


A comitiva composta por militares e representantes civis da Suécia foi recebida pela secretária-geral do Ministério, Eva Chiavon; pelo chefe do Estado–Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi; e pelo secretário de Produtos de Defesa, Murilo Barbosa.

Para a secretária-geral, a visita foi um passo importante para aproximar ainda mais as relações entre Brasil e Suécia nas áreas estratégicas. “A nossa necessidade em estreitar a cooperação entre os países é importante na medida em que as tratativas feitas até aqui em todas as áreas e, em particular, um acordo já assinado com a nossa Força Aérea, está embutida à necessidade de trocarmos e avançarmos no desenvolvimento de tecnologias”, disse.

Para Eva Chiavon, o aprendizado adquirido no processo de troca de experiências, no caso do contrato dos Gripen com a Suécia, é fundamental, principalmente para os técnicos brasileiros no desenvolvimento de equipamentos e sistemas cada vez mais avançados. "Isso vai nos possibilitar sermos mais eficazes, eficientes e efetivos na nossa política e estratégia de defesa”, acrescentou.

Na ocasião, Jan Salestrand aproveitou para reforçar a questão do contrato do Programa F-X2, assinado em 2014 entre a Aeronáutica e o Ministério da Defesa sueco, que prevê a ida de cientistas, técnicos e engenheiros brasileiros, para a Suécia. “É muito bom voltar a este assunto aqui no Ministério da Defesa e dizer que não se trata apenas de aeronaves e sim de uma parceria estratégica”, acrescentou.

Neste cenário, deve existir outro acordo de preservação do sigilo. O PSI (Project Security Instructions – sigla em inglês) é o documento que ampara e protege a troca de informações sigilosas entre os dois países. O termo será produzido pelo Comando da Aeronáutica e deverá ser assinado pelas partes.

 


O vice-ministro explicou, também, que, por algum tempo, a Suécia não estava dando atenção suficiente para as suas Forças Armadas, mas com a atual situação vivenciada pelo país com relação à Rússia e Ucrânia, o setor passou a ocupar papel de destaque na agenda do governo.

“Nosso foco principal está nas questões de segurança e defesa, que, atualmente, são muito mais incluídas na agenda do governo”, afirmou. Nesse contexto, segundo ele, é que o Programa Gripen desponta como tema de interesse. “Desta forma, espero que possamos finalizar o nosso contrato com o F-X2, pois têm muitos engenheiros brasileiros indo para o nosso país participar do projeto.”

Foto: Jorge Cardoso.

 

De Nardi falou em futuras oportunidades de cooperação.

Ao final da reunião, o general De Nardi acrescentou que o Gripen é uma solução boa para os dois países e falou sobre a qualidade do material antiaéreo sueco. “Além da área do Gripen, vocês possuem um material de tecnologia muito importante que é utilizada pelo Exército e Marinha brasileiros, que é a artilharia antiaérea Bofor. No Brasil, nós ainda empregamos em canhões automáticos e que tem origem sueca. Espero que nas futuras reuniões de Estado-Maior possamos verificar algum estudo nesse sentido”, salientou o chefe do EMCFA destacando estar seguro de que os dois países ainda terão muitas outras “oportunidades de cooperação”.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa

 

Aviso aos navegantes

Analistas refazem para baixo previsões sobre o PIB. Antes de chegar a terra firme, a economia vai enfrentar mar encapelado

Octávio Costaocosta@brasileconomico.com.br

 

O IBGE divulga amanhã cedo os resultados do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre. Se não houver surpresa, deve ser confirmada a expectativa do mercado financeiro de um recuo de 0,5% na atividade econômica, sobre o último trimestre do ano passado. Talvez um ponto a mais, já que o Bradesco prevê recuo 0,6%, levemente abaixo da expectativa apontada por pesquisa da Reuters. O que importa é a sinalização que o número dará sobre o comportamento da economia para os próximos meses. Ressalta o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, que o desempenho do primeiro trimestre possui informações relevantes sobre o PIB do ano inteiro. Ou seja, “como parte do PIB não é efetivamente medida e, sim, estimada, o nível/velocidade do primeiro trimestre costuma ser relevante para projetar o restante do ano”. E as projeções, ao que se sabe, são preocupantes.

A esta altura, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sabe que o mar não está para peixe. Praticante de iatismo, ele disse à experiente jornalista Miriam Leitão que as medidas de ajuste fiscal são necessárias para “limpar o convés e começar a navegação”. Mas advertiu que a viagem até a retomada do crescimento será longa. Pelo que preevem economistas do setor privado, é bom que os navegantes se preparem não só para o desgastante período da viagem. A economia também vai enfrentar águas atribuladas. Vem por aí mar de ressaca. Ontem, em palestra na Câmara de Comércio Americana, em São Paulo, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, avisou que refez suas estimativas para pior. “Projeção de queda de 1,5% do PIB já me parece otimista", disse. “O crescimento potencial do país diminuiu; para crescer mais, serão necessárias reformas”, concluiu Goldfajn.

O Bradesco faz coro com seu principal concorrente. No destaque semanal do Departamento de Estudos Econômicos, Octavio de Barros afirma que, caso se confirme o resultado trimestral do PIB, a tendência é que o mercado continue revisando para baixo sua projeção para este ano, que hoje aponta retração de 1,2%. “Entendemos que, se nossa projeção para o primeiro trimestre se confirmar, as expectativas devem convergir rapidamente para uma contração do PIB de 2,0% em 2015. Isso se deve à piora, na margem, dos indicadores antecedentes e coincidentes do PIB, divulgados recentemente”. Vale lembrar que o segundo maior banco do país acenou com uma redução de 1,5% no PIB quando o mercado ainda trabalhava com queda em torno de 0,8%. Agora, o Bradesco sai de novo à frente com sua previsão de -2%, contra a estimativa média de 1,2%.

Há motivos para visão mais pessimista. Barros cita, em primeiro lugar, a última pesquisa Caged que mostrou a tendência de eliminação de 100 mil empregos/mês. Este número, pela série histórica, corresponde a uma retração de 3% a 4% do PIB. Outro dado que preocupa é a manutenção dos índices baixos de confiança dos empresários apontada em sondagem da FGV. “O patamar atual é incompatível com uma retração de apenas 1,5% em 2015 (...). Sugere uma queda interanual do PIB de cerca de 3,0%, muito abaixo do cenário consensual”.

Que ninguém se surpreenda, porém, com a travessia em mar encapelado. Como diz Levy, este é o preço a pagar para chegar a terra firme. “Tanto o crescimento negativo quanto a alta do desemprego são parte fundamental e não apenas uma consequência indesejada do ajuste em curso”, reforça o Bradesco

 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Nota à Imprensa: Contingenciamento 2015 – Ministério da Defesa

Brasília, 22/05/2015 – O Ministério da Defesa terá um orçamento de R$ 17,028 bilhões para 2015 em custeio e investimento. Esse volume de recursos representa contingenciamento de R$ 5,617 bilhões (24,8%) em relação ao fixado na Lei Orçamentária Anual (LOA) que era de R$ 22,645 bilhões.
Ciente de que o ajuste fiscal em 2015 é condição essencial para a estabilidade econômica, o Ministério da Defesa envidará os esforços para replanejar os seus gastos para o corrente exercício, com a finalidade de minimizar os impactos sobre as suas atividades.
Serão priorizados todos os contratos e compromissos já assumidos, bem como haverá a intensificação no processo de melhoria da gestão, com a busca constante de redução de custos. Caso necessário, também serão revisados os cronogramas de entregas de produtos de defesa, conforme frisou o ministro Jaques Wagner nas audiências ocorridas nesta semana na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Os valores do contingenciamento dos projetos estratégicos ainda serão calculados a partir da divulgação do decreto Presidencial.

“Os nossos projetos estratégicos não podem sofrer descontinuidade. Podem até sofrer, vamos dizer assim, uma velocidade um pouco menor por conta do que a gente está atravessando, e eu reconheço a necessidade do ajuste. Agora não podemos descontinuar nenhum programa desses que são estratégicos na Defesa, seja da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, porque para você colocar em pé um projeto desse demora, mas para você descontinuar e acabar com ele é rápido”, afirmou.
Certos da correção da medida para a retomada do crescimento e da continuidade de atração de investimento para o país, o MD continuará a cumprir com excelência todas as atribuições institucionais para a defesa do território nacional.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa

AM lidera números de acidentes aéreos graves na região norte
Na região Norte, o Estado concentra o maior número de ocorrências graves, com 36% dos casos da Amazônia Ocidental
25 de Maio de 2015
LUANA CARVALHO
Em 2009, uma aeronave da Manaus Aerotáxi caiu pouco antes de chegar a Manaus, com 28 pessoas a bordo: 24 morreram (Luiz Vasconcelos - Arquivo/AC )
Desde 2007, 70 acidentes e 28 incidentes graves foram registrados pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 7) na Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia), somando 62 vítimas fatais. Das 98 ocorrências, 36% foram no Amazonas. O Estado ocupa a 11º posição no ranking de acidentes aéreos, com 4,5% dos casos registrados no Brasil.
Em 1º lugar está o Estado de São Paulo, com 21% dos acidentes. Da região Norte, o Amazonas lidera o ranking de acidentes e incidentes aéreos, seguido de Roraima, que registrou 16 casos nos últimos sete anos, de acordo com o Panorama Estatístico da Aviação Civil Brasileira 2014.
De todos os acidentes, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) emitiu 59 relatórios finais, que podem ser acessados pelo site do órgão. Ainda faltam concluir 39 relatórios.
Um dos que não constam na página oficial do Cenipa é o acidente com um avião da Manaus Aerotáxi, em 2009. A aeronave caiu no rio Manacapuru depois de ter decolado do Município de Coari (distante 363 da capital amazonense). Faltavam menos de 20 minutos para o voo chegar ao local de destino, Manaus.
O acidente deixou 24 mortos, sendo que 20 eram da mesma família e seguiam para Manaus para participar de uma festa de aniversário. Apenas quatro pessoas sobreviveram ao acidente.
Outros casos
A aeronave de prefixo PT-EJU, que caiu no dia 13 de maio de 2010 e fez seis vítimas, entre elas a então secretária de Estado de Educação, Cinthia Regia Gomes, também teve repercussão na mídia nacional.
A aeronave decolou do Aeródromo de Flores, em Manaus, às 14h55, com destino ao aeródromo de Maués (distante 286 quilômetros da capital). Estavam o piloto e cinco passageiros a bordo. Um minuto após a decolagem, o piloto informou ao controle de tráfego aéreo que retornaria ao aeródromo de partida devido a um problema que não foi informado.
O piloto não conseguiu atingir a pista e tentou efetuar um pouso de emergência em um terreno de um seminário salesiano, no bairro Zumbi, Zona Leste. Durante a tentativa de pouso, a aeronave impactou violentamente contra o solo, ocasionando o vazamento de combustível. Toda a tripulação morreu carbonizada.
Segundo relatório do Cenipa, a última inspeção da aernovado foi realizada em março de 2010. A próxima inspeção do tipo “50 horas” teria que ser realizada com 3.022,8 horas de voo, mas no momento do acidente, a aeronave já contabilizava 3.065 horas.
Após voo irregular, pouso forçado
Em abril de 2014, um avião bimotor fez um pouso forçado em um sítio de Iranduba (a 27 km de Manaus). A aeronave havia saído de Canutama, a 619 km da capital. O relatório final do Cenipa apontou que o piloto não tinha plano de voo nem autorização de translado e estava com o Certificado de Habilitação Técnica (CHT) vencido desde 2012.



'É triste ver a picuinha entre Parlamento e o Executivo', diz Cristovam Buarque


Criador do programa Bolsa Escola, que deu origem ao Bolsa Família, o senador considera caótico o cenário político. “Os partidos estão todos desfeitos”, diz


Edla Lulaelula@brasileconomico.com.br

Brasília - Conhecido como o criador do programa Bolsa Escola, de onde surgiu o Bolsa Família do PT, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) revela sua “profunda frustração” por não ter ficado para a história como o homem que erradicou o analfabetismo no Brasil, sonho castrado por sua demissão, por telefone, do cargo de ministro da Educação no primeiro mandato do presidente Lula. Ainda na adolescência, quando frequentava a Ação Católica Operária, aprendeu com um analfabeto a defender o direito à eleição para quem não sabe ler. “A lei que eu quero eu conheço. Para escrever, uso um doutorzinho como o senhor”, teria dito a ele o velho operário. Sobre a proposta de reforma política em debate no Parlamento, Cristovam se diz nada otimista e clama por mudanças substanciais. “O Congresso está vazio”, lamenta em tom melancólico. “A política está caótica e os partidos estão todos desfeitos”. No Executivo, para ele, a situação é ainda pior, com a presidenta Dilma Rousseff “prisioneira” do PMDB e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Houve um golpe de Estado no Brasil, dado pela própria presidente quando entregou a articulação política a Temer — que está intimamente ligado a Eduardo Cunha e a Renan Calheiros — e a política econômica a Levy”. O senador propõe uma “autocrítica vermelha” ao falar da crise por que passam as ideologias socialistas: “A esquerda deixou de ser portadora da utopia”.

O Senado terá uma semana decisiva para o ajuste fiscal. Como o sr. vai votar nas MPs que alteram as regras do Trabalho e da Previdência?

Vou votar contra as medidas. Elas são desnecessárias e não estão do tamanho da crise. É irrelevante o que se pretende ganhar com aquilo. Aqueles penduricalhos que estão colocando não me convenceram. Além disso, não foram fruto de um entendimento. A gente não precisa fazer apenas um ajuste, precisa salvar o país. Para salvar o país, só um entendimento maior, e não um pequeno ajuste. Eu não gosto da ideia de pacotes porque vem um, depois o outro, e depois outro. O país anseia por uma reforma ampla. Nem sei se a oposição aceitaria, mas deveria partir do governo a iniciativa de propor, e não propor apenas o voto. Esse governo gosta de pedir voto e não gosta de pedir colaboração. E, pior, pede votos oferecendo cargos ou emendas em troca. Para pedir que o Congresso vote no ajuste, a presidenta deveria reconhecer que errou. Dilma errou gastando mais do que devia durante os quatro anos do seu primeiro mandato, que foi irresponsável do ponto de vista fiscal. Tanto que precisou mudar a Lei de Diretrizes Orçamentárias para fazer de conta que não era irresponsável. Eu gostaria de colaborar e oferecer minhas propostas para uma reforma mais ampla. Mas o governo não se abre a isto.

Qual seria sua colaboração?

Primeiro, o plano bom deve penalizar os que ganharam dinheiro e não os trabalhadores e aposentados. Não pode atingir a infraestrutura, especialmente na educação. Não pode ser contra os pobres, tem que ser em cima dos ricos. E não pode ser uma medida brusca. Tem que acontecer aos poucos, em um prazo de cinco anos, por exemplo, e não paralisar o país. As duas MPs significarão uma economia de R$ 14 bilhões. Se for aumentado o Imposto de Renda dos bancos, dos atuais 15% para 30%, a economia seria de R$ 17 bilhões. Só com isso. O país tem ativos dos quais pode se desfazer para melhorar o caixa. O governo brasileiro tem uma imensidão de terrenos Brasil afora. Pode vender. Qualquer pessoa, quando está endividada, vende o carro. O governo deveria fazer o mesmo para não se endividar mais, se desfazendo de alguns ativos. Mas prefere se endividar. O Congresso aprovou, a pedido do governo, a liberação de R$ 50 bilhões para o BNDES. É absurdo que o mesmo Congresso que quer fazer o ajuste fiscal aprove a liberação de mais R$ 50 bilhões para o BNDES. O Brasil está como está porque gastou mais do que devia. Não faz sentido gastar mais ainda com o BNDES. Outra proposta que eu incluiria seria sanear algumas estatais. E quando digo sanear falo, em alguns casos, de fechar a empresa ou privatizar. Claro que não pode privatizar as empresas estratégicas como Petrobras, Banco do Brasil ou Embrapa e universidades.

O sr. incluiria o imposto sobre grandes fortunas em sua reforma fiscal?

Incluiria. É demagogia achar que o imposto sobre fortuna vai render muito para o Brasil. Não vai, porque se der muito, não vai dar nada, porque o pessoal leva o dinheiro para fora. Mas eu incluiria, sim, em uma reforma.

É favorável ao fim do fator previdenciário?

É um ponto que ainda estou analisando. Do ponto de vista do bem-estar de quem se aposenta, é bom. Mas é preciso pensar nas implicações disso. A aposentadoria mais cedo acaba por prejudicar os mais jovens, que vão ter que pagar. O aumento da expectativa de vida tende a quebrar a Previdência. Essa proposta tem que ser analisada com muito cuidado. Ouço opiniões muitos contraditórias. Consta que a mudança que foi feita na Câmara vai beneficiar o Tesouro neste momento, mas vai quebrar daqui a oito anos. E como ficam os jovens de hoje? Sem aposentadoria no futuro? É por isso que digo que o país precisa de reformas amplas e verdadeiras.

O que deveria constar da reforma política?

A reforma política não pode se concentrar apenas em mudanças nas eleições, no Legislativo ou no Executivo. Reforma para valer tem de ser ampla e estruturante, transformando a cultura política do país. A reforma que eu proponho fala de eleições, fala de mudanças no Legislativo, no Executivo, no Judiciário. Fala também de reformas culturais na sociedade e reformas moralizadoras. Proponho uma moratória partidária, dando seis meses para a reaglutinação das forças partidárias e, aí, nessa reorganização, definir duas pernas: a identidade ideológica e a identidade ética. Vamos votar em pessoas que pensam e se comportam como nós.

Como avalia a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que deve ser votada esta semana na Câmara?

Não tenho o menor otimismo de que sairá algo substancial dessa reforma política discutida no Congresso. A reforma que proponho é muito mais profunda. Envolve mudanças na cultura e na mentalidade do que é política no Brasil. Passa pela política profissional, pelo sistema eleitoral, mas passa também por temas como educação e cidadania.

Há pontos que o sr. apoiaria no substitutivo do relator Marcelo Castro (PMDB-PI)?

Gosto da proposta que reduz todos os mandatos de senadores a cinco anos.

O relator voltou atrás, mas foi sugerida por senadores a ideia de aumentar o tempo de mandato de senador.

Não com a minha aprovação. É absurda a ideia de ampliar o mandato de senador para 10 anos. Deveríamos era reduzir dos atuais oito anos.

É favorável à coincidência de datas para as eleições nacionais e locais?

Não. Sou a favor de que não haja essa coincidência de datas. Eleição tem um papel pedagógico. Quanto mais eleição, mais a gente amadurece a população para pensar a política. A política não pode ser vista como um espetáculo que acontece a cada quatro anos. A propaganda política tem que ser rotina na vida das pessoas.

O sr. tem um trabalho histórico envolvendo a alfabetização de adultos. Acha que uma reforma política deveria incluir o direito de o analfabeto se candidatar?

Sou totalmente a favor da ideia de que o analfabeto tenha cargo eletivo. Ele pode não saber escrever, mas sabe o que quer. Tem muita gente alfabetizada que não sabe o que quer. E, falando com franqueza, conheço muitos que não sabem escrever. Aliás, saber o que se escreve no parlamento é difícil para qualquer um. Ler os nossos projetos com todas aquelas terminologias jurídicas me dá um certo mal-estar. A reforma poderia incluir essa simplificação. Não se consegue nem entender a lei. Sou favorável à candidatura de analfabetos, mas proponho como ponto da reforma política a erradicação do analfabetismo. Enquanto isso não acontece, que seja retirado o lema da bandeira nacional para que todos percebam que 13 milhões de brasileiros não conhecem a bandeira do Brasil, porque não sabem que ali está escrito Ordem e Progresso.

Na semana passada, em entrevista ao “Financial Times”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou que o sistema político brasileiro, uma mistura entre parlamentarismo e presidencialismo, está quebrado. O sr. concorda?

A política está caótica, os partidos estão todos desfeitos, quebrados, desorganizados, sem metas, sem propostas e sem identidade. O PT é a principal marca desse desfazimento, mas todos estão desfeitos. O Psol, que é pequeno, está totalmente partido.

Tem sido difícil votar projetos importantes para o país com o Congresso medindo forças com o Executivo?

É muito triste ver a picuinha entre o Parlamento e o Executivo. O PT foi contra o Plano Real por picuinha. Era claro que era um plano bom. Agora, o PSDB está votando contra certas medidas do ajuste, que estão de acordo com o que era o Plano Real, por pura picuinha.

A briga entre os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o Planalto, onde está não apenas Dilma, mas também o vice-presidente Michel Temer, atrapalha a pauta legislativa?

Houve um golpe de Estado no Brasil, dado pela própria presidenta, quando entregou a articulação política a Temer, que está intimamente ligado a Eduardo Cunha e a Renan, e a política econômica a Levy. Existem quatro pessoas hoje de quem Dilma não tem como se livrar. Três delas têm mandato. A quarta, se cair, cai a Bolsa, cai a credibilidade e cai o grau de investimento. Dilma hoje é uma prisioneira e quando o presidente é prisioneiro, significa que as instituições estão frágeis.

Isso inclui o Congresso?

O Congresso está vazio. É frustrante o tempo que a gente perde ali dentro. Sem contar a lentidão provocada por essas picuinhas. Só eu tenho mais de 100 projetos aguardando para serem votados. Falta espírito público, falta o vigor transformador em todos os partidos e na maioria de nós, políticos. Há muito interesse pessoal.

Na semana passada o sr. reagiu indignado à rejeição do nome do embaixador Guilherme Patriota para o cargo de representante do Brasil na OEA. Foi por causa dessa picuinha?

Foi um equívoco a rejeição à indicação do embaixador Patriota. O Senado não pode usar a sua soberania contra um profissional de carreira. Os militares caçaram a carreira de Vinícius de Moraes. O Senado praticamente fez o mesmo com o embaixador Guilherme. Ele vai ficar marcado. Foi uma atitude política, porque tecnicamente ele é bem preparado.

O argumento foi de que ele já não foi bem na sabatina na Comissão de Relações Exteriores. Ele não falhou na sabatina?

Usaram o argumento de que ele é esquerdista, bolivariano, mas ele disse na sabatina que é um profissional de Estado. É o governo que vai dizer como ele deve se comportar. O funcionário segue o que o governo decide politicamente. Se o governo decidir que a relação com a Venezuela é boa, o profissional tem que seguir. Se decidir que quer cortar relações, traz de volta.

O sr. faz parte da Frente Parlamentar Progressista, contrária aos projetos conservadores que vem sendo apresentados no Congresso. Por que foi necessário criar essa frente?

Essa frente é hoje muito necessária. O maior mal do PT no governo foi fazer com que o povo brasileiro caminhasse para a direita. O PT, que era o principal representante da esquerda, ao chegar ao poder, fez essas besteiras todas que estamos vendo, se desmoralizou eticamente e não cumpriu o prometido. Agora, o povo não quer saber mais disso. Junte-se a isso uma violência crescente no país. Daí surge o problema da redução da maioridade penal. Com a decepção com a política, cresce o fundamentalismo evangélico. Evangelização não é ruim, mas é ruim o conservadorismo que vem acompanhando esse crescimento — por exemplo, na definição de família, com reação à ideia do casamento gay. O PT também tinha forte a defesa da agricultura familiar e orgânica. É mais uma bandeira que as pessoas abandonaram para defender o fim da rotulação dos alimentos transgênicos, que a Câmara aprovou. Isso tudo foi um desastre. Por isso estamos criando a frente, para impedir essa direitização dos costumes. O PT hoje simboliza o fracasso da esquerda no Brasil. Veja a influência da bancada da bala, que pode produzir um Fraga (Alberto Fraga, do DEM-DF) governador ou um Bolsonaro (Jair Bolsonaro, do PP – RJ) presidente. Hoje, não há ninguém que encarne uma proposta alternativa de esquerda.

Esse conservadorismo está bem presente nas manifestações das ruas. Onde a esquerda errou?

A esquerda deixou de ser portadora da utopia. A esquerda precisa fazer um movimento que chamo de autocrítica vermelha e se perguntar aonde errou. Antigamente nós, da esquerda, fazíamos o maior esforço para botar o povo na rua. Hoje o nosso esforço é para entender porque o povo não quer bandeira vermelha na rua.

Qual é a cor desse movimento?

Para eu saber qual é a cor desse novo movimento que hoje vai para rua, precisaria saber qual é a cor da raiva. Essas manifestações, sem proposta, só refletem raiva.

O sr. diz que a culpa é do PT. Qual foi o grande erro desses anos de governo petista?

A bem da verdade, Lula não errou tanto. Quem errou feio mesmo foi Dilma. A política econômica do presidente Lula foi muito centrada, conservadora e cuidadosa. Seu erro como presidente foi ter sido tolerante com o mensalão e com a corrupção na Petrobras, porque não foi com Dilma que se deu o Petrolão. Começou na época de Lula. O erro de Lula foi deixar a corrupção correr frouxa e adotar a lógica do poder pelo poder. Lula é o grande culpado pela perda do vigor transformador do PT. Eu saí do PT antes dos escândalos, que estavam começando naquele momento, em 2004. Saí quando senti que o PT não era mais o partido da transformação.

Há quem diga que essa sua crítica é fruto da mágoa por ter sido demitido do Ministério da Educação por Lula...

Quando os petistas dizem que sou magoado com Lula por ter me demitido por telefone, fazem uma crítica ao próprio Lula, porque reconhecem que ele foi grosseiro.

Qual foi seu sentimento em relação a este episódio?

Saí frustrado do governo porque queria entrar para a história como aquele que erradicou o analfabetismo. O Lula me tirou do governo porque ele queria focar o ensino superior, que dá resultado mais rápido. Eu achava e acho que a revolução na educação começa pelo ensino básico, mas o resultado vem no longo prazo. Cheguei a iniciar no MEC o meu projeto de federalização do ensino público, criando 28 escolas.

Mas a sua proposta de federalização do ensino é bastante criticada pelos municipalistas.

Eles são contra a União controlar uma escola lá na ponta, no interior. Eu também sou. Mas também acho que nem mesmo o prefeito deve controlar uma escola. A proposta de federalização do ensino contém centralização gerencial e liberdade pedagógica. Na verdade eles não gostam da minha proposta porque tira a escola do controle dos prefeitos e do governo federal. Proponho que cada escola seja administrada por ela própria, pelos professores, pelos pais e alunos mais velhos. O que proponho é a carreira nacional do professor, transferir para o governo federal a responsabilidade de construir e equipar as escolas, tornar obrigatório o turno integral. Na sala de aula quem manda é o professor, que terá liberdade pedagógica. O governo não pode dizer como o professor deve dar aula.

O sr. já apresentou essa proposta ao ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro?

Não, mas sei que ele conhece e já se manifestou contra. Eu acho que quem é de São Paulo tem medo da ideia de federalização do ensino, por achar que, ao se misturar com o resto do Brasil, vai piorar. Por isso, hoje proponho que o projeto seja feito nas cidades que desejarem. Quando os prefeitos começarem a pedir a federalização de suas escolas à União, aí esse processo não para mais. O governo deve estabelecer um limite por ano. Não se deve mudar de vez o sistema atual, mas assumir o novo sistema educacional e implantar aos poucos, em um prazo de 20 anos.

O que há de errado no modelo atual?

Em primeiro lugar, a desigualdade. O futuro da criança não pode depender do lugar onde ela nasce ou da renda da família. Os municípios são muitos desiguais e hoje uma criança que nasce numa cidade pobre terá grandes dificuldades para ter uma boa educação. Só 0,6% dos alunos brasileiros hoje estão nas escolas públicas federais. Já pensou se cada cidade brasileira tivesse a sua moeda? A moeda de um país é uma coisa importante, mas educação também. Educação é a maior riqueza de um país. Por isso, o primeiro passo é criar a carreira nacional dos professores. Como os alunos vão respeitar o professor se sabem que ele não ganha bem? Em uma sociedade capitalista, o valor do salário pesa no respeito. Também não vão respeitar o professor se não há condições mínimas nas instalações. O professor passou a ser desrespeitado em sala de aula por causa do salário, das condições de trabalho, da ausência frequente e das greves. Some-se a isso o fato de que a sociedade é violenta.

Isso explica o fato de haver violência dentro da sala contra os professores?

Às vezes me pergunto se a criança é mesmo violenta na escola, ou se não é a escola que é violenta contra a criança. Hoje, uma aula no quadro negro é como um pau-de-arara intelectual. A criança está acostumada a ver o conteúdo escolar de outras formas, em 3D, na internet, pesquisa no Google e no Youtube. O quadro negro é uma violência. Os professores, por outro lado, não são motivados nem preparados para usar equipamentos como a lousa inteligente. Por isso, é preciso criar uma carreira nova.

Quanto custa o seu projeto?

Uma educação boa custa R$ 10 mil por ano, por aluno. Os municípios não têm condições de gastar isso. Se pagar R$ 10 mil ao professor por mês, o aluno vai custar R$ 10 mil por ano, supondo 30 alunos por sala e incluindo a estrutura física, construção, equipamento etc. Daqui a 20 anos, serão 55 milhões de alunos, o que vai custar R$ 550 bilhões. Se o PIB crescer 2% ao ano nesse período, o gasto com educação básica somará 6,4% do PIB. A Lei do Plano Nacional de Educação obriga a colocar 10%. Sobram 3,6% para universidades e para a pré-escola.

O sr. está entre os que defendem a saída do PDT da base do governo. Por que?

Em 2006 já defendia que o PDT não entrasse na base do governo. Enquanto o PDT se mantiver na base, será visto como um puxadinho do PT, sem condições de formular uma proposta alternativa para o país. Como o PDT poderá propor a existência de um governo ético, se está na base de um governo corrupto? A corrupção é nossa também.

O PDT está bem representado no governo?

No final do ano passado Dilma inventou uma coisa esquisitíssima: um Ministério da Fazenda com dois ministros (durante a transição, com Guido Mantega e Joaquim Levy). Mas também criou outra coisa esquisita: um ministro sem ministério, o do Trabalho. Manoel Dias é um ministro sem ministério porque o Trabalho foi totalmente esvaziado. Para se ter uma ideia, Dias não foi consultado sobre essas medidas de ajuste envolvendo seu ministério. O PDT precisa sair do governo para poder formular a sua proposta de país.

O sr. tem pretensões para 2018?

O ano de 2018 está muito distante de hoje. Está mais distante ainda do ano em que eu nasci. Não dá para eu ficar, agora, me preocupando com 2018. Estou muito envolvido com pretensões mais imediatas. Estou forte, firme, ativo, mas de qualquer maneira, gostaria de ver o surgimento de gente mais jovem no cenário político. Assim como o Congresso Nacional acaba de criar a lei da bengala para o Judiciário, acho que deveríamos criar a lei da bengala para os políticos também.

Que futuro o sr. vislumbra?

Falando de um sonho bem pessoal, meu desejo é viver no lugar mais distante que se possa imaginar de uma fronteira internacional. Esse lugar é Recife, onde nasci. Mas creio que serei enterrado em Brasília, por ter sido governador.