25 de junho de 1991 era uma terça-feira de verão, o povo seguia normalmente sua vida diária. Entretanto, só não sabiam que em um futuro muito próximo eles iriam ser os protagonistas de uma guerra que por quase cinco anos seria notícia nos meios de comunicação mundiais e que seus destinos iriam mudar para sempre. No dia de hoje, fazem exatamente vinte anos que a antiga República Federativa Socialista da Iugoslávia deixou de existir.
Desde a morte de Josip Broz Tito, ocorrida em 4 de maio de 1980, as coisas já não iam muito bem. O velho Marechal, herói nacional, e que havia sobrevivido à Segunda Guerra Mundial, liderando o movimento dos partisans, e consolidado a Federação, ao custo de muito sangue e sacrifício de seu povo, já não mais existia. Já há muito que o seu controle sobre o Estado e políticos era débil. Faltava ao sistema um novo líder que pudesse substituí-lo, introduzir as necessárias mudanças políticas e promover uma renovação no modelo econômico. A antiga importância da Iugoslávia como um país pivot entre a União Soviética e o mundo ocidental, há muito deixara de existir. Inúmeros interesses e ambições externas, mais uma vez, assombravam os Bálcãs.
Assim, nesse dia 25 de junho, com as decisões do Parlamento da Eslovénia e da Croácia sobre a separação da antiga Iugoslávia, iniciou-se oficialmente a desintegração da ex-Iugoslávia.
Beseada em um plebiscito ocorrido no final de 1990 e que 88,5 % dos cidadãos votou pela independência da República, o Parlamento da Eslovênia, no mesmo dia 25, aprovou uma lei "Carta Fundamental de Autonomia e Independência da Eslovênia". Naquela noite, na Praça da República, em Ljubljana, uma celebração foi realizada para comemorar o feito.
Repetindo o que havia ocorrido na Eslovênia, o Parlamento croata, depois de decisões sobre a soberania e independência constitucional, deu início ao processo para o reconhecimento internacional do novo Estado. Ele foi baseado em um plebiscito realizado em 19 de maio de 1991 onde 94,17 % do povo votou por um Estado independente.
Na mesma noite tropas federais da Iugoslávia (Jugoslovenska Narodna Armija -JNA) foram enviadas para a fronteira do país com a Eslovênia, onde foram recebidos por barricadas pelos eslovenos. Já era tarde para uma reação do governo federal.
O conflito foi breve. Durou exatamente dez dias e foi finalizado com assistência da então Comunidade Européia (CE), que havia se reunido na Ilha de Brioni onde assinaram uma declaração conjunta sobre a solução pacífica da crise na Iugoslávia. Essa declaração ficou conhecida como a Declaração de Brioni.
Foi acordado um cessar-fogo na Eslovênia, e a retirada das tropas federais da República. Foi decidida, ainda, a continuidade das negociações sobre o futuro da Iugoslávia.
O primeiro país a reconhecer Eslovênia foi a Alemanha, em 23 de dezembro de 1991. Logo após, outros membros da CE, então, (agora União Europea - UE) o fizeram. A Eslovénia foi admitida nas Nações Unidas em 22 de maio de 1992.
Os croatas, após a moratória de 8 de outubro de 1991, tomou a decisão de cessação dos vínculos jurídicos do Estado com a Iugoslávia. Separação da Croácia causou uma sangrenta guerra que, mais tarde, se espalhou para a Bósnia-Herzegovina. Milhares de mortos, feridos e refugiados foi o saldo deixado por esse sangrento conflito que ceifou tantas vidas e marcou de forma indelével a vida de tantas pessoas e famílias. Até os dias de hoje ainda são sentidos reflexos do que ocorreu.
Essa é uma breve história do que se passou nesse dia 25 de junho de 1991.