quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Embaixador relaciona revoltas ao conflito Israel-Palestina
Bárbara Ladeia   (bladeia@brasileconomico.com.br) 21/09/11 08:29

"A paz entre Israel e Palestina teria criado uma nova condição no Oriente Médio"
 “Se Yitzhak Rabin não tivesse morrido, talvez não tivéssemos a Primavera Árabe”, opina o Embaixador do Reino Hashemita da Jordânia e Decano dos Embaixadores Árabes no Brasil, Ramez Goussous.
O ambiente político apropriado para a instalação da sequência de revoltas não seria o mesmo se o quinto primeiro-ministro do Estado de Israel não tivesse sido assassinado.
Essa é a opinião do Embaixador do Reino Hashemita da Jordânia e Decano dos Embaixadores Árabes no Brasil, Ramez Goussous, que esteve em São Paulo para seminário na Fundação Armando Álvares Penteado.
O representante da Jordânia no Brasil explica que a instabilidade proporcionada pelo conflito palestino-israelense foi fator crucial no processo iniciado na chamada Primavera Árabe.
Há alguma relação entre a Primavera Árabe e o conflito entre Israel e Palestina?
Somente uma condição conflituosa é capaz de criar um ambiente favorável a esse tipo de evento. Eu diria claramente que se Yitzhak Rabin não tivesse morrido, talvez não teríamos a Primavera Árabe. Ele vinha promovendo um processo de paz sólido.
A paz entre Israel e Palestina teria criado uma nova condição no Oriente Médio, pressionando os governos em toda a região a buscar avanços na sua forma de gestão. A própria população não aceitaria mais esse modelo antigo se houvesse avanço do outro lado.
O senhor acha que a desmilitarização da Palestina é uma opção para a paz na região?
Não acredito que seja algo relevante nesse momento. Há muitas outras preocupações de primeira necessidade atualmente, como a construção de uma paz sólida, não somente estabelecida pelos governos mas de fato presente.
Hoje é fundamental as partes sentarem à mesa de negociação e oficializarem um estado palestino. Não vejo a desmilitarização como algo de primeira necessidade.
Por que a região aceitou tantos anos de regimes ditatoriais por tanto tempo?
É uma pergunta que não sabemos responder. O fato é que as revoluções, especialmente na Síria, começaram como uma questão econômica.
Na Síria, por exemplo, eles queriam melhoras na economia. Foi o posicionamento truculento do governo que os colocou contra o regime e depois contra o ditador.atéria publicada  dia 21/09/2011 no jornal “Brasil Econômico”.