Tráfico ainda existe e ataques ao Exército no Alemão são frequentes, admite general
O oficial reconhece que o tráfico continua a existir no local e a tropa ainda enfrenta hostilidades da população, 15 meses após a ocupação e mesmo com a ação permanente dos 1.800 homens do Exército na região, com 94.684 moradores. Neste domingo, a situação é tranquila no local. Na madrugada, as patrulhas também não enfrentaram problemas.
Na maioria dos casos, os disparos contra a tropa são feitos em fuga de criminosos flagrados em bocas de fumo em becos pelos militares do Exército, durante patrulhas. Muitos estojos (cápsulas) dessas munições deflagradas, a maioria de pistola e revólver, foram recolhidos, após os ataques.
General vê represália intensificação de patrulhas em becos e às UPPs anunciadas
Para o general Tomás, os ataques cresceram à medida que militares passaram a ocupar becos antes menos visitados pela tropa e agora, com o anúncio da implantação de duas UPPs já neste mês na região.
O general afirma que não viu, mas acredita que haja fuzis ainda na região, onde foram apreendidos ao menos 135 armas longas (entre fuzis, 11 metralhadoras .30 e uma .50) após a ocupação.
“Está muito melhor do que estava, mas ainda precisa melhorar muito. Não se pode ter a ilusão de que se resolve num passe de mágica, porque não é assim. O problema é muito mais complexo e ainda vai demorar. É preciso haver uma política antidrogas, a atuação do Conselho Tutelar e muitas outras iniciativas sociais”, afirmou o general.
Como exemplo, o comandante conta que, durante uma patrulha de madrugada, os militares abordaram dois meninos de cerca de 10 anos que tinham jogado pedras contra a tropa, no Beco da Rainha. Em seguida apareceu um outro menino, que gritou: “Nós somos o bonde do FB (Fabiano Atanazio da Silva, ex-chefe do tráfico no Complexo do Alemão, preso em janeiro, em Campos do Jordão)! Solta o cara!”
As informações são do repórter Raphael Gomide, do iG