Comunidade internacional condena lançamento de foguete norte-coreano
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O lançamento do foguete feito pela Coreia do Norte nesta quarta-feira desatou a condenação internacional ao regime de Kim Jong-un. O país violou duas resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas), que não permite esse tipo de exercício.
O foguete foi lançado por volta das 10h locais (23h de terça em Brasília) e, segundo as autoridades locais, tem como objetivo colocar uma satélite em órbita. Autoridades americanas e o governo norte-coreano informaram que o artefato está na órbita polar.
O exercício aeroespacial gerou reações dos vizinhos Coreia do Norte e Japão, mais ameaçados pelas atividades militares do regime comunista, e dos Estados Unidos. A ONU convocou uma reunião de urgência no Conselho de Segurança para esta quarta-feira.
O secretário-geral da organização, o sul-coreano Ban Ki-moon, condenou o lançamento, dizendo que é desafio à comunidade internacional. Ele pediu ao país que dialogue com os países vizinhos para construir a confiança e garanta melhores condições de vida à sua população.
Os Estados Unidos chamaram de irresponsável o lançamento. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor, pediu que a comunidade internacional envie "uma mensagem clara", com sanções ao país. Em abril, os americanos cortaram a ajuda humanitária ao regime após o lançamento frustrado de outro foguete.
A União Europeia acompanhou a condenação e ameaçaram aumentar as sanções ao país. O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, chamou o lançamento de "provocação que aumenta as tensões na região e arrisca a estabilidade da península coreana".
Os vizinhos Coreia do Sul e Japão disseram que o ditador Kim Jong-un deve assumir a responsabilidade pela violação das medidas da ONU e pediram uma reunião urgente do Conselho de Segurança. Seul e Tóquio colocaram sistemas antimísseis como prevenção ao lançamento.
A operação norte-coreana suscitou a condenação até da vizinha China, principal aliada do regime comunista. O porta-voz da Chancelaria, Hong Lei, lamentou o lançamento, mas pediu que a comunidade internacional mantenha a cabeça fria, reaja de maneira moderada ao exercício e retome os diálogos com Pyongyang.
FESTA
Na Coreia do Norte, a reação foi de festa. As autoridades locais avisaram à população sobre o lançamento uma hora depois de a operação ter sucesso. Moradores de Pyongyang dançaram nas ruas e comemoraram em hotéis e bares.
O canal de televisão estatal chamou o lançamento de "um grande momento de desenvolvimento científico". A manifestação foi bem diferente da de abril, em que o regime teve que admitir a falha no exercício devido à presença de jornalistas internacionais.
Anunciado no dia 1º de dezembro, o lançamento era previsto para acontecer entre a última segunda (10) e o dia 29, mas foi surpreendente após informações da Coreia do Sul de que a operação seria adiada por problemas técnicos.
O regime comunista garante que o foguete tem fins pacíficos, mas as potências ocidentais e os vizinhos Coreia do Sul e Japão acreditam que a atividade encubra testes militares para mísseis balísticos.
Agora, a Coreia do Norte está sujeita a sanções devido às resoluções 1718 e 1874 das Nações Unidas, que proíbem o país de desenvolver qualquer atividade balística ou nuclear