Morales dá por superada
divergência entre Bolívia e Brasil por fuga de senador
O
presidente boliviano, Evo Morales, considerou neste sábado "resolvido o
problema" entre Bolívia e Brasil, causado pela fuga do senador opositor
Roger Pinto de seu país com apoio diplomático brasileiro e anunciou que uma
missão de alto nível irá em breve para Brasília.
"Ontem (na cúpula da Unasul no Suriname), nós nos reunimos com a companheira presidente (Dilma Rousseff) e resolvemos o problema", disse Morales na inauguração de um centro de esportes em um bairro de La Paz.
"Ontem (na cúpula da Unasul no Suriname), nós nos reunimos com a companheira presidente (Dilma Rousseff) e resolvemos o problema", disse Morales na inauguração de um centro de esportes em um bairro de La Paz.
"Ninguém
vai nos dividir, ninguém vai nos colocar em confronto, nem haverá alguém que
virá de fora da Bolívia ou da América do Sul para querer impor critérios",
afirmou.
Morales
disse depois a jornalistas que uma missão de ministros viajará ao Brasil para
abordar a situação jurídica de Pinto, levando "informações jurídicas e
técnicas para o Ministério Público do Brasil, assim como para o Ministério da
Justiça, para que eles possam abordar isso".
O
presidente da Bolívia ressaltou que, antes de conceder asilo ao senador,
"a presidente Dilma não sabia que Pinto tinha quatro acusações, não sabia
que tinha uma condenação, nem estava informada de que ele tinha processos por
corrupção".
A missão
boliviana será integrada pelos ministros do Governo (Interior), da
Transparência e Luta contra a Corrupção e da Justiça, além de autoridades do
Ministério Publico
Segundo
Morales, um eventual pedido de extradição de Pinto "está nas mãos da
justiça boliviana".
Diante da
nova reviravolta, Fernando Tibúrcio, advogado brasileiro do senador Pinto,
disse no Brasil: "Insistiremos para que (..) fique em território
brasileiro, mas temos que negociar alternativas" em outros países da
região, sem mencioná-las.
Morales
havia pedido ao Brasil nesta semana a devolução de Pinto à justiça boliviana
para que fosse julgado "como qualquer autoridade envolvida em casos de
corrupção".
O
governante boliviano afirmou neste sábado que "em termos de corrupção, não
pode haver asilo nem refúgio para corruptos em todo o mundo, é uma obrigação
com base em acordos internacionais".
Pinto
fugiu de seu país há oito dias, chegando ao Brasil por terra em um veículo
diplomático protegido por funcionários da embaixada brasileira em La Paz, onde
estava refugiado desde maio de 2012.
O Brasil
havia concedido a ele asilo político, mas o governo boliviano se negava a dar
um salvo-conduto para que deixasse o país, por causa de sua situação judicial.
Antes de
se instalar na embaixada do Brasil, Pinto havia entregado ao governo boliviano
documentos sobre supostos atos de corrupção e vínculos de autoridades com o
narcotráfico