Força de Pacificação inicia desocupação do Complexo da Maré
Publicado em Terça, 31 Março 2015 17:50 | Última atualização em Terça,
31 Março 2015 18:55
Brasília,
31/03/2015 – Após quase um ano do início da Operação São Francisco, de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para a Pacificação do
Complexo da Maré, os militares das Forças Armadas iniciam a desocupação da área
de 7 km² às margens da Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro. O processo de
retirada dos homens da Marinha e do Exército começa nesta quarta-feira (1º/04)
e será concluído em 30 de junho, quando as organizações de segurança pública
fluminenses reassumirão a responsabilidade integral pela localidade, onde vivem
aproximadamente 140 mil pessoas.
Foto: Felipe Barra
Desde abril de 2014 na Maré, Forças de Pacificação iniciam a desocupação
pela Praia de Ramos e comunidade de Roquete Pinto
As comunidades de
Roquete Pinto e Praia de Ramos serão as primeiras a serem entregues ao governo
do Rio (veja arte abaixo). De acordo com o Chefe de Operações Conjuntas do
Ministério da Defesa, almirante Ademir Sobrinho, o atual efetivo de 3,3 mil
militares empregado na Operação será reduzido em um quarto até o final de
abril.
Já a partir de 1º
de maio, as comunidades de Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda e
Parque Maré serão desocupadas pela Força de Pacificação. As demais localidades
serão devolvidas ao controle das organizações de segurança pública do Estado do
Rio até o dia 30 de junho, data oficial de encerramento da Operação São
Francisco.
O documento
formalizando o cronograma de conclusão da GLO foi enviado pelo governador do
Rio de Janeiro, Luiz Fernando “Pezão” de Souza, à Presidência da República no
último dia 25 de março. O ofício do Palácio do Planalto chegou ao Estado-Maior
Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) na última segunda-feira (30).
Balanço
Até o último dia 29
de março, a Operação São Francisco contabilizava mais de 65 mil ações realizadas. Os 16,7 mil
militares que atuaram na GLO efetuaram 467 prisões por crime comum e outras 116
por crime militar. Também foram recolhidos 228 menores.
Entre as
apreensões, foram 521 de drogas, 54 de armas, 119 de munições (3692 cartuchos),
56 veículos e 87 motocicletas. Além disso, foi notável o apoio da população da
Maré aos militares: foram mais de 2,2 mil denúncias feitas pelo Disque
Pacificação.
O almirante Ademir
Sobrinho avalia que a Força de Pacificação desempenhou sua missão com bravura e
correção, sempre respeitando os direitos da população local e criando condições
para a retomada da área pelas organizações de segurança pública do Rio de Janeiro.
Entretanto, o
almirante acredita que o trabalho na Maré tem sido mais complexo e árduo do que
outras operações de GLO comandadas pelo Ministério da Defesa, como a ocupação
do Morro do Alemão, também no Rio de Janeiro, em 2010. Para Ademir Sobrinho, a
topografia plana, a grande concentração populacional e a escassa presença de
representantes do Judiciário estadual – para a expedição, por exemplo, de
mandados de busca e apreensão - dificultaram o andamento das ações.
Garantia da Lei e
da Ordem
A área na qual as
forças militares estão empregadas pela Operação São Francisco está restrita ao
Complexo da Maré, na região metropolitana do Rio de Janeiro – mais
especificamente: Praia de Ramos, Parque Roquete Pinto, Parque União, Parque
Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Conjunto Nova Maré, Baixa do Sapateiro,
Morro do Timbau, Bento Ribeiro Dantas, Vila dos Pinheiros, Conjunto Pinheiros,
Conjunto Novo Pinheiro – Salsa & Merengue, Vila do João e Conjunto
Esperança.
A GLO assegura aos
militares das Forças Armadas o poder de efetuar prisões em flagrante,
patrulhamentos e vistorias. Seu emprego se dá por meio das seguintes
legislações: Lei Complementar nº 97/1999; Decreto nº 3.897/2001
e artigo 142 da
Constituição Federal.
Assessoria de
Comunicação
Ministério da Defesa
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