Governo do Sudão expulsa dois representantes da
ONU; Ban Ki-moon diz que ação é ‘inaceitável’
O presidente
sudanês já havia pedido a saída da missão de paz da ONU e da União Africana em
meio à tentativa de investigação de um estupro em massa de 200 mulheres que
teria ocorrido no país.
Foto: Albert
González Farran/UNAMID
O secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon, classificou
como “inaceitável” a expulsão de dois funcionários de alto escalão das Nações
Unidas no país. Segundo um comunicado emitido por seu porta-voz, a ONU
confirmou que o governo do Sudão decidiu expulsar o atual coordenador residente
e coordenador humanitário da Organização, Ali al-Zaatari, e a diretora do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no país, Yvonne Helle.
“O secretário-geral
condena a decisão do governo do Sudão de expulsar [os dois funcionários]. A
sanção de funcionários das Nações Unidas enviados ao Sudão para exercer as suas
funções em conformidade com a Carta das Nações Unidas é inaceitável”, disse o comunicado
da ONU.
O secretário-geral
pediu que o governo local reverta sua decisão “imediatamente” e o incitou a
cooperar “plenamente” com todas as entidades das Nações Unidas presentes no
Sudão.
Segundo relatos da
imprensa internacional, a expulsão ocorre um mês depois do presidente ter
pedido a saída da missão de paz conjunta da ONU e da União Africana (UNAMID), a
chamando de um “fardo para a segurança”. O chefe da força de paz da ONU já
havia declarado que a missão não deve aceitar o pedido para sair do país,
quando a situação parece estar piorando.
Por meio da missão
de paz, a ONU está investigando o estupro em massa de 200 mulheres no país, mas está tendo
dificuldades de concluir as investigações devido à falta de cooperação das
autoridades. Em novembro, Ban Ki-moon já havia solicitado acesso “irrestrito” à
cidade de Tabit para que os investigadores possam verificar os relatos sobre os
supostos crimes, sem sucesso.
A ONU tem uma forte
presença no país atingido por graves problemas humanitários e de segurança,
tanto com a missão de paz quanto com as diversas agências, fundos e programas
que atuam no Sudão.