Surto de Ebola continua se espalhando pela região da África Ocidental, segundo OMS
O OMS tem dito repetidamente que os casos de Ebola estão acima dos registrados oficialmente nos países mais afetados, e que compreender essa escala e a dimensão do surto é fundamental para enfrentá-lo.
Genebra/Londres, 14 de Outubro de 2014
Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS) o número de casos ultrapassa 9 mil
O número de casos registrados no surto de Ebola na África Ocidental vai superar os 9.000 nesta semana e a epidemia ainda se expande geograficamente por Guiné, Serra Leoa e Libéria, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira.
O número de mortos até o momento no surto, primeiro identificado na Guiné em março, chegou à marca de 4.447 dos 8.914 casos registrados, disse o diretor-geral-assistente da OMS, Bruce Aylward.
Mesmo com sinais de redução nas taxas de infecção em algumas das áreas mais atingidas, Aylward disse que a doença chegou agora a "mais bairros, condados e municípios" do que há um mês, e disse que o número de casos continuaria a subir.
"Vamos ultrapassar os 9 mil casos este semana", disse ele a jornalistas na sede da OMS em Genebra.
Aylward destacou que seria "realmente prematuro" ver qualquer sucesso na aparente desaceleração dos números em algumas áreas, citando que as projeções da OMS indicam que até a primeira semana de dezembro pode haver entre 5.000 e 10.000 novos casos por semana.
"Pode ser mais, pode ser menos, mas será nesse intervalo", disse ele a repórteres. "Em algumas áreas estamos vendo uma redução da doença, mas isso não significa que vamos chegar a zero."
O OMS tem dito repetidamente que os casos de Ebola estão acima dos registrados oficialmente nos países mais afetados, e que compreender essa escala e a dimensão do surto é fundamental para enfrentá-lo.
"Nós ajustamos os números registrados", disse Aylward. A OMS multiplica os números de Guiné por 1,5, de Serra Leoa por 2 e da Libéria por 2,5 para ter dados mais precisos do quadro geral, disse o diretor-adjunto da OMS.
Os dados publicados também podem confundir porque o número de mortes conhecidas representa menos da metade do número de casos, o que passa uma falsa impressão, segundo Aylward.
A taxa de mortalidade atual é de 70 por cento, dado consistente com a situação nos três países mais afetados, afirmou.