França e Rússia fazem ataques na Síria, mas
Estado Islâmico avança
Apesar dos ataques da Rússia e da
França, o Estado Islâmico continua a avançar na Síria
Por Da France Presse
Estado Islâmico continua a avançar na
Síria
Apesar dos ataques da Rússia e da França, o Estado Islâmico continua a
avançar na Síria nesta sexta-feira (9), segundo relatos das agências de
notícias. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) observou que o grupo
terrorista se aproximou da cidade de Aleppo, que é uma importante cidade no
norte do país.
"O EI nunca esteve tão perto da
cidade de Aleppo, em seu maior avanço em direção" à antiga capital
econômica da Síria, declarou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor da ONG, que
dispõe de uma rede de fontes neste país em guerra.
A Rússia anunciou nesta sexta-feira
que nas últimas 24 horas bombardeou 60 "alvos terroristas", o que
representa um grande aumento de seus ataques desde o início de sua intervenção
em 30 de setembro, de acordo com a France Presse.
"Os aviões russos realizaram 67
decolagens a partir da base aérea de Jeimim (...) e bombardearam 60 alvos
terroristas" nas províncias de Raqa, Latakia, Hama, Idleb e Aleppo,
declarou o subchefe do Estado Maior russo, o general Igor Makuchev, segundo a
AFP, citando as agências.
Já um segundo ataque aéreo francês
contra o Estado Islâmico atingiu Raqa, no norte do país. Os aviões franceses já
tinham atacado outras posições do grupo terrorista em 27 de setembro.
Os dois aviões Rafale, que partiram
dos Emirados Árabes Unidos com outros caças franceses de escolta, voltaram a
atacar um centro de treinamento do EI em Raqa, reduto da organização jihadista
e capital do califado proclamado nos territórios sob seu controle no Iraque e
na Síria.
O ministro francês da Defesa,
Jean-Yves Le Drian, afirmou que nos arredores da cidade “há centros de
treinamento de combatentes estrangeiros cuja missão não é ir combater em nome
do Daesh no Levante, mas vir à França, à Europa, para cometer atentados”. O
Daesh quer dizer Estado Islâmico em árabe.
Escudo humano
A Rússia "considera que é preciso proteger Bashar. Nós consideramos que Bashar não forma parte da solução" ao conflito sírio, insistiu Le Drian.
A Rússia "considera que é preciso proteger Bashar. Nós consideramos que Bashar não forma parte da solução" ao conflito sírio, insistiu Le Drian.
O ministro da Defesa francês afirmou
que o Estado Islâmico utiliza a população civil como escudo humano, tanto no
Iraque quanto na Síria, o que complica a escolha dos alvos. "O Daesh se
organizou de tal forma que as crianças, as mulheres e os civis estão na linha
de frente", disse.
"Os responsáveis se escondem em
escolas, mesquitas, hospitais, o que complica a ação da coalizão (internacional
liderada pelos Estados Unidos), porque não queremos causar vítimas
colaterais", acrescentou.
A França forma parte da coalizão
liderada há mais de um ano pelos Estados Unidos, que desde então bombardeia
pelo ar alvos do EI na Síria e no Iraque.
No dia 30 de setembro, a Rússia,
aliada de Assad, iniciou sua própria campanha aérea na Síria, dizendo querer
combater o terrorismo.