Aumento na produção de ópio no Afeganistão é
‘preocupante’, alerta agência da ONU sobre drogas
13 de novembro de 2013 · Notícias
A área de cultivo
da papoula como matéria-prima para a produção do ópio no Afeganistão atingiu um
recorde esse ano, passando de 154 mil hectares para 209 mil hectares, um
aumento de 36% se comparado a 2012, diz a Pesquisa sobre o
Ópio no Afeganistão em 2013.
O documento foi
lançado nesta quarta-feira (13) pelo Escritório da ONU sobre Drogas e Crimes (UNODC) e o Ministério
contra Narcóticos do país, na capital afegã, Cabul.
A produção de
ópio foi de 5.500 toneladas, um número quase 50% maior do que o de
2012. O diretor executivo do UNODC, Yury Fedotov, acredita que este fato é
“preocupante” e ressaltou que esta situação representa uma ameaça para a saúde,
a estabilidade e o desenvolvimento do Afeganistão.
Embora menor do que
em 2012, o preço do ópio continuou atraindo os agricultores, ficando em cerca
145 dólares o quilo, um preço muito maior do que aqueles obtidos durante a alta
que ocorreu entre 2006 e 2008. É provável que os agricultores
impulsionaram o cultivo devido ao futuro incerto que se apresenta para 2014,
quando será realizada a retirada das tropas internacionais do país.
Estimada em torno
de 950 milhões de dólares, ou 4% do PIB do Afeganistão em 2013, a produção de
ópio pelos agricultores aumentou quase um terço. Junto com os lucros obtidos
pelo tráfico de drogas, o valor total da “economia do ópio” no país foi
significativamente alto, o que significa uma crescente economia ilícita no
Afeganistão.
A ligação entre a
insegurança e o cultivo de ópio no país é evidente. Quase 90% da papoula foi
cultivada em nove províncias do sul e na parte ocidental do Afeganistão, onde
está localizada a maior parte das províncias insurgentes do país.
O governo está
empenhado em erradicar o ópio e já conseguiu diminuir em 24% o número de terras
para cultivo de papoula. Mas, somente em 2013, o número de vítimas aumentou
significativamente, com 143 pessoas mortas, 41 a mais do que em 2012.