Ásia
China
aumenta em 12,2% orçamento da Defesa para 2014
Brasil Econômico - Por AFP
05/03/14 10:24
05/03/14 10:24
O
orçamento de defesa chinês é o segundo maior do mundo, atrás apenas dos EUA, de
US$ 632,8
O aumento veio no momento em que Pequim
está envolvido em disputas territoriais com vários países vizinhos
Pequim -
A China anunciou nesta quarta-feira que aumentará o orçamento da Defesa em
12,2% em 2014, uma nova alta de dois dígitos, no momento em que Pequim está
envolvido em disputas territoriais com vários países vizinhos.
"O
orçamento para a Defesa nacional é de 808,230 bilhões de iuanes (US$ 132
bilhões), alta de 12,2%", de acordo com o relatório orçamentário preparado
pelo ministério das Finanças para a sessão anual do Congresso Nacional do Povo.
Como
prova da ambição de consolidar o status de potência militar, Pequim reforça
continuamente o gasto de Defesa, que subiu 11,2% em 2012 e 10,7% em 2013.
O
orçamento de defesa chinês é o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados
Unidos (US$ 632,8 bilhões este ano).
Os
analistas ocidentais acreditam, no entanto, que os gastos militares reais de
Pequim superam em muito os valores anunciados.
O
Pentágono calculou em 2012 que o orçamento chinês de Defesa oscilava entre US$
135 e US$ 215 bilhões.
Na
comparação entre números oficiais, a China destina três vezes mais recursos à
defesa que a Índia, e mais que Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Vietnã juntos.
O
aumento dos gastos militares chineses provoca inquietação dos Estados Unidos e
dos vizinhos do gigante asiático, em particular do Japão, que disputa com a
China a soberania de um arquipélago do mar da China Oriental.
Preocupação no Japão
"Defenderemos
de maneira decidida a soberania da China, sua segurança e seus
interesses", reafirmou o primeiro-ministro, Li Keqiang, durante a abertura
de uma sessão da ANP (parlamento).
"Defenderemos
o fruto da vitória na Segunda Guerra Mundial e a ordem internacional do
pós-guerra. Não permitiremos que ninguém mude o curso da história",
completou, em referência ao Japão.
Além
disso, Pequim "reforçará a mobilização das forças e dos corpos de
reservistas, intensificando os preparativos normais" de intervenção
armada, indicou Li.
Tóquio
manifestou preocupação após o anúncio de Pequim.
"A
transparência, ou a falta de transparência, da política de defesa e das
capacidades militares da China se transformaram em um motivo de preocupação
para a comunidade internacional, incluindo o Japão", afirmou o
secretário-geral do governo nipônico, Yoshihide Suga.
Metas econômicas
Ao mesmo
tempo, a China anunciou que para 2014 tem como objetivo um crescimento
econômico de 7,5%, a mesma meta de 2013.
Muito aguardado,
o objetivo foi revelado em um discurso do primeiro-ministro Li Keqiang, na
abertura da sessão anual do Parlamento chinês.
A
segunda economia mundial registrou crescimento de 7,7% em 2013, igual a 2012, o
pior resultado em 13 anos.
Após uma
clara desaceleração econômica no primeiro semestre de 2013, em julho Pequim
anunciou medidas de estímulo, sobretudo fiscais, que permitiram um avanço
momentâneo da atividade.
O
primeiro-ministro informou ainda que a meta de inflação para este ano é de
3,5%, assim como em 2013.
O
governo chinês manifestou no ano passado a intenção "reequilibrar" o
modelo econômico do país para torná-lo menos dependente das exportações e de
investimentos em infraestruturas, beneficiando o consumo interno.
Com este
objetivo, o governo revelou em novembro um ambicioso programa de reformas
econômicas e financeiras destinadas a oferecer um "papel crucial" ao
mercado.
"Devemos
continuar fazendo do desenvolvimento econômico nossa principal tarefa e
mantendo uma taxa de crescimento apropriada", insistiu Li Keqiang, segundo
o texto de seu discurso transmitido à imprensa.