Crise
Generais são presos e acusados de planejar golpe na
Venezuela
Brasil Econômico - Por AFP
25/03/14 17:37
25/03/14 17:37
O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, chamou a
oposição venezuelana ao diálogo. Foto: Leo
Detidos são considerados pelo governo venezuelano
como mentores dos “atos violentos”, contra o presidente Maduro
Bogotá - Três generais da aviação venezuelana foram
presos nas últimas horas, acusados pelo presidente do país, Nicolás Maduro, de
planejar um golpe de Estado. A informação foi divulgada nesta terça-feira
durante uma Conferência Nacional de Paz.
O presidente estava acompanhado por uma delegação
de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas."Capturamos três chefes
da aviação que pretendiam lançar a Força Aérea contra o governo legitimamente
constituído. Agora eles estão à disposição dos tribunais militares",
anunciou Maduro, ao iniciar encontro com chanceleres, entre eles o ministro de
Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo.
"Eles [os oficiais generais] afirmavam que
esta semana seria decisiva", disse Maduro. O presidente lamentou que a
"carreira dos oficiais tenha sido destruída pelo fato de eles terem
escutado conselhos para destruir a democracia".
Diante dos chanceleres, Maduro disse que a
Venezuela garante o direito à participação política e os protestos pacíficos.
Mas disse que há "um plano para desestabilizar o país e justificar um
golpe de Estado". O presidente chamou a oposição venezuelana ao diálogo.
"Sigo retificando que queremos o caminho da paz e da verdade. E criamos
instrumentos e objetivos para fortalecer o diálogo", ressaltou.
A maioria dos partidos de oposição recusa fazer
parte das conferências nacionais e regionais do governo. O governador do estado
de Miranda, Henrique Capriles, disse que não negocia enquanto o governo não
puser "em prática" o discurso de paz. Desde o início de manifestações
de rua três opositores foram presos.
O primeiro, detido há mais de um mês, é o líder do
partido Vontade Popular, Leopoldo López. Ele é considerado pelo governo como
mentor dos "atos violentos" registrados em fevereiro. Dois prefeitos
de regiões em que a oposição é mais forte politicamente foram acusados de
incitar a rebelião civil.