Governo colombiano promete investigar denúncia de
corrupção no Exército
Brasil Econômico - As informações são da Agência Brasil
17/02/14 15:08
17/02/14 15:08
Pinzón informou ter designado uma comissão para
revisar as gravações publicadas em reportagem da revista colombiana Semana.
Foto:ABr
Em plena
campanha para as eleições legislativas de março e para as presidenciais de
maio, as denúncias esquentam o debate político
Bogotá - O ministro da Defesa da Colômbia, Juan
Carlos Pinzón, anunciou nesta segunda-feira que "terá tolerância zero com
a corrupção" no Exército do país e informou que a Controladoria e a
Procuradoria-Geral da República investigarão as denúncias de um suposto esquema
de contratos fraudulentos organizados por generais e coronéis.
"Quando se fala do Exército da Colômbia,
fala-se de uma instituição que antecede a República e que, sempre, em todos os
momentos da Nação, foi quem deu a cara e lutou por todos os colombianos",
defendeu, em um pronunciamento.
Pinzón informou ter designado uma comissão para
revisar as gravações publicadas em reportagem da revista colombiana Semana. O
material, veiculado na edição desse domingo (16), apresenta conversas de
generais e coronéis, gravadas entre 2012 e 2013, que fazem referência a
contratos milionários de diferentes unidades militares, com superfaturamento de
até 50% do valor real das negociações.
A reportagem mostra evidências do uso de
informações privilegiadas, o que teria permitido a alguns negociadores do
Exército a imposição de contratos fraudulentos em compras e licitações.
A denúncia é a terceira em menos de 15 dias sobre a
atuação do exército colombiano. As duas anteriores diziam respeito ao uso de
escutas ilegais pela inteligência do Exército, direcionadas aos negociadores do
governo colombiano e da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e
também a jornalistas locais e estrangeiros que cobrem o processo de paz em
Havana, Cuba.
Em plena campanha para as eleições legislativas de
março e para as presidenciais de maio, as denúncias esquentam o debate político
e aumentam a pressão dos adversários políticos sobre o governo de Juan Manuel
Santos. Após as primeiras denúncias sobre a espionagem do processo de paz, dois
chefes da inteligência policial foram afastados e Santos pediu uma investigação
aprofundada.
Após as denúncias de contratos superfaturados, a
oposição começou a pressionar o governo para que o ministro Pinzón seja
afastado do cargo.