Pesquisa da Marinha sobre agente bioquímico natural
é patenteada nos EUA
Brasília, 03/02/2014 – Pesquisa desenvolvida pela Marinha do Brasil sobre
tintas marítimas anti-incrustantes teve patente aprovada nos Estados Unidos. O
projeto, conduzido pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira
(IEAPM), consiste no uso de um agente biocida isento de metais nas tinturas
utilizadas em estruturas submersas e flutuantes. O estudo foi feito em parceria
com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal
Fluminense (UFF).
A pesquisa,
iniciada em 2004 no Instituto de Química da UFRJ, alcançou êxito ao sintetizar
o agente biocida a partir de matéria-prima natural, nacional e de baixo custo:
um subproduto do refino de óleo de soja. O agente poderá ser utilizado em
escala industrial em revestimentos e tintas subaquáticas, protegendo contra os
efeitos danosos da bioincrustração em cascos de embarcações, boias, plataformas
de petróleo e dutos submersos.
Para o comandante
William Romão Batista, engenheiro e pesquisador da Marinha, a obtenção da
patente concretiza um ciclo de pesquisas em produtos naturais anti-incrustantes
desenvolvidos pelo IEAPM. “Este é o grande passo para termos, no futuro,
disponível no mercado, tintas para cascos de navios e plataformas de petróleo,
com eficaz ação anti-incrustante e isentas de substâncias nocivas ao meio
ambiente marinho”, avaliou o comandante.
De acordo com Romão
Batista, por ser um produto natural, isento de elementos metálicos e com ação
bactericida e algicida (contra algas), o agente biocida poderá também ser
utilizado nas áreas médica, agrícola e pecuária.
A pesquisa
A pesquisa
A bioincrustação
marinha é resultado do processo natural de colonização e crescimento de micro e
macro-organismos sobre superfícies submersas, ocasionando problemas logísticos
e prejuízos econômicos, como o entupimento de canalizações, podendo comprometer
estruturas de plataformas, pilares e tubulações.
O produto
desenvolvido pelo IEAPM da Marinha foi testado experimentalmente durante oito
meses em placas metálicas submersas pela empresa brasileira International
Tintas S.A. A tinta anti-incrustante demostrou alta resistência e durabilidade,
com uma vida útil maior que as tintas marítimas comercializadas atualmente –
que gira entre seis meses e dois anos
Já tramita no IEAPM
o pedido de uma nova patente junto à Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Inovação da Marinha, que deverá ser enviado ao Instituto Nacional de
Propriedade Industrial (INPI).
Esta nova patente
está relacionada à evolução da síntese e da característica físico-química do
biocida inicialmente sintetizado. O objetivo dos pesquisadores é fechar
parcerias com indústrias interessadas na produção do agente.
Foto: IEAPM / MB
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa