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Matteo Renzi promete grande reforma na Itália
Brasil Econômico - Por AFP
17/02/14 13:15
17/02/14 13:15
"Vou colocar toda a energia e entusiasmo que
tenho" para realizar uma série de reformas, declarou
Líder do Partido
Democrático precisa enfrentar pequeno crescimento econômico e desemprego que
subiu 13% em 2013
Roma - O líder do Partido Democrático italiano,
Matteo Renzi, prometeu nesta segunda-feira reformar a Itália "com toda a
sua energia e entusiasmo", depois de receber do presidente Giorgio
Napolitano a tarefa de formar um novo Governo, com o qual se converterá no
primeiro-ministro mais jovem da União Europeia.
"Vou colocar toda a energia e entusiasmo que
tenho" para realizar uma série de reformas, declarou depois de se reunir
com Napolitano, mencionando, entre outras áreas, a Constituição, o sistema
trabalhista e administrativo e o Tesouro. Renzi, de 39 anos, foi convocado por
Napolitano ao Palácio do Quirinal para que forme o gabinete que sucederá o de
Enrico Letta, forçado por seu próprio partido a renunciar após apenas 10 meses
no poder.
O jovem líder de centro-esquerda tem dificuldades
para fechar sua equipe de ministros devido às reticências de seus aliados de
direita e de seus amigos de esquerda. Em uma breve declaração à imprensa, Renzi
advertiu que vai levar o tempo que for necessário para consultar seus aliados e
ressaltou que sua prioridade será fixar "o conteúdo e o programa" de
seu governo, que planeja que dure até 2018. Em sua primeira declaração pública
depois de receber oficialmente a tarefa, Renzi, fiel ao seu estilo impetuoso,
chegou a divulgar o calendário das reformas que planeja implementar, começando
em fevereiro pela Constituição e terminando em maio com o Tesouro.
Renzi passou todo o fim de semana elaborando sua
lista de colaboradores e saiu apenas para assistir a uma partida de futebol da
Fiorentina. Inclusive antes de sua nomeação como primeiro-ministro, o líder de
centro-esquerda enfrenta problemas para formar sua equipe e definir o programa.
"Está se dando conta de que não é uma tarefa
fácil", advertiu o jornal La Stampa.
"Tem uma necessidade urgente de contar com
personalidades de prestígio, se possível novas, mas com experiência suficiente
para não se converter em um escravo dos especialistas", afirmou em um
editorial o Corrierre della Sera.
O "homem apressado", como é chamado pela
imprensa italiana, que planeja em poucos dias formar um governo da revolução
para tirar a Itália da crise social e econômica, precisa elaborar um complicado
programa de governo que leve em conta as exigências de seus aliados do Nova
Centro-Direita (NCD), chaves para alcançar o apoio do Parlamento, sem gerar
divisões em seu próprio partido.
"Somos indispensáveis para o nascimento do
governo. Se dissermos não, o Governo de Renzi dura um dia", afirmou o
fundador do NCD, Angelino Alfano, ex-sucessor de Silvio Berlusconi,
vice-primeiro-ministro do governo atual e aliado chave para o novo governo,
graças a 30 senadores, indispensáveis para obter a maioria no Parlamento.
Alfano também advertiu que não está disposto a
apoiar um governo que "oscile para a esquerda", o que gera mal-estar
em alguns setores do PD, que também criticam a maneira como organizou o
"assalto ao poder".
Renzi sofreu neste fim de semana uma série de
revezes nas consultas efetuadas, entre elas a negativa de seu amigo Alessandro
Baricco, autor do famoso romance "Seda" (1996), de liderar o
ministério da Cultura. Para o político, que alcançou uma vitória sonora em
dezembro nas primárias do PD com suas promessas reformistas e seu estilo ágil,
a formação de um governo exemplar com rostos e programa novo está se
convertendo em um desafio.
Medidas
imediatas, outro desafio
O prefeito de Florença, que nunca foi deputado ou
senador, "não tem experiência alguma como Parlamentar nem de
governo", ressalta o jornal La Repubblica, razão pela qual é possível que
precise de muitos outros dias para negociar acordos com seus aliados.
Quando tiver formado seu governo, Renzi deverá
comparecer ao Parlamento para receber um voto de confiança. Outro desafio que o
prefeito de Florença enfrenta é designar um ministro da Economia confiável,
capaz de transformar o modelo econômico italiano. Segundo dados do Fundo
Monetário Internacional (FMI), analisados pelo jornal espanhol El País, no
período 2000-2010 a Itália foi o segundo país do mundo, depois do Haiti, que
menos cresceu, experimentando uma década perdida.
Embora a terceira economia da Eurozona tenha conseguido
sair da recessão com um modesto 0,1% de crescimento no último trimestre de
2013, o desemprego subiu a 13%. "O país precisa de respostas imediatas,
está impaciente", declarou o ministro da Economia em fim de mandato,
Fabrizio Saccomanni.