Brasil deve participar de Força de Paz ao lado
do Chile e da Argentina
Publicado
em Quinta, 28 Agosto 2014 17:58 | Última atualização em Sexta, 29 Agosto 2014 11:26
Brasília, 28/08/2014 – Os ministros da Defesa do
Brasil, Celso Amorim, e do Chile, Jorge Burgos, reuniram-se na manhã desta
quinta-feira (29) com o objetivo de aprofundar as relações e a cooperação entre
os dois países. Durante o encontro, Amorim manifestou a predisposição brasileira
em participar da Força de Paz Combinada “Cruz del Sur”, iniciativa
chileno-argentina para apoiar missões da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Força de Paz “Cruz del Sur” foi criada em 2006 e conta com
efetivos da Marinha, do Exército e da Força Aérea do Chile e da Argentina. O
emprego das tropas só acontece em acordo pelos dois países.
Segundo o ministro Amorim, a intenção do Brasil é aderir paulatinamente
à “Cruz del Sur”: primeiro vai enviar um pelotão da Polícia do Exército e
oficiais para compor o Estado-Maior Conjunto Combinado. Depois, contribuirá com
o envio de uma companhia de Infantaria.
Para Amorim, a adesão do Brasil a “Cruz del Sur” vai colaborar
para a integração regional e a formação de uma identidade de Defesa
sul-americana. “Até pela evolução das relações entre o Chile e a Argentina, a
Força ‘Cruz del Sur’ é uma iniciativa simbólica da cooperação Sul-Sul. Temos
forte desejo de que a nossa participação seja concretizada”, afirmou o
ministro.
Jorge Burgos informou que tratará da adesão do Brasil à “Cruz
del Sur” já na visita oficial que faz à Argentina, a partir de amanhã.
Agenda Bilateral
Além da adesão brasileira à “Cruz del Sur”, os dois dirigentes
trataram de uma série de temas visando ao aprofundamento das relações
bilaterais em Defesa. Amorim agradeceu aos chilenos pelo apoio dado por ocasião
do incêndio da Estação Comandante Ferraz, na Antártida – destruída por incêndio
em fevereiro de 2012. Os dois países deverão ampliar a parceria no
desenvolvimento de pesquisas no continente gelado.
Brasil e Chile também vão fortalecer a cooperação no intercâmbio
e doutrina para emprego dos submarinos Scorpène
– de origem francesa. A Marinha chilena já conta com dois
submarinos desse modelo. Já a Força Naval brasileira está produzindo cinco
submarinos, sendo um nuclear, no estaleiro de Itaguaí (RJ) (foto).
Além disso, parceria em doutrina e adestramento será aprofundada
no emprego dos blindados Leopard,
de origem alemã, equipamento também utilizado pelas Forças Armadas dos dois
países.
Outra questão tratada na reunião de cúpula – que teve a participação
de oficiais generais e dirigentes civis dos dois ministérios – foi a criação da
Comissão Assessora Permanente do Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS), bem
como da Escola Sul-Americana de Defesa.
Nos próximos dias 8 e 9 de setembro, representantes dos dois
países vão se reunir novamente em Brasília para encontro do Grupo Bilateral de
Trabalho de Defesa, quando as diretrizes discutidas entre os dois ministros
serão detalhadas e formalizadas.
Fotos: Jorge Cardoso e Tereza Sobreira
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
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