Indígenas com dependência em álcool e drogas serão monitorados no
Alto Solimões
Conforme associação de redução de danos, a
falta de políticas públicas para o tema tem colaborado no aumento de casos de
suicídios de indígenas no interior
10 de Setembro
de 2015
Debate com os indígenas do Alto
Solimões mostrou que as políticas públicas visam mais o combate e menos na
criação de estratégias para tratar o dependente
O
consumo desordenado de bebida alcoólica ou entorpecentes no Amazonas preocupa a
Associação de Redução de Danos do Amazonas (Ardam). Conforme a presidente da
associação, Evalcilene Santos, a falta de políticas públicas para este tema tem
colaborado, por exemplo, no aumento de casos de suicídios de indígenas no
interior.
E para apontar soluções, a Ardam realiza, desde ontem, uma
discussão sobre os danos no 2º Encontro Estadual de Redutores de Danos e o 4º
Encontro de Redutores de Danos da Região Metropolitana de Manaus.
De acordo com Evalcilene, para este ano foram convidados
indígenas que vivem em aldeias no atendidas pelo Distrito Sanitário Especial
Indígena (Dissei) do Vale do rio Javari, no Alto Solimões, para trocarem ideias
e sairem de Manaus com uma estrutura ou o início de um trabalho para ser
desenvolvido no combate à redução de danos decorrentes do consumo do álcool e
outras substância química.
“Ano passado realizamos o primeiro seminário estadual e
quando souberam das ideias de melhoria que podem colaborar com as aldeias,
alguns representantes indígenas pediram para participar neste ano. Eles afirmam
que há um aumento de suicídios por causa do consumo excessivo do álcool e
outras drogas e isso é questão de políticas públicas, que deveriam traçar estratégias
de ajuda e não somente combate”, explicou.
A redução de danos e uma política pública presente no
programa do Ministério da Saúde para o tratamento de Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DST), além da coordenação de saúde mental.
A presidente da Ardam explicou que o governo, tanto estadual
e municipal, tem a preocupação voltada para o combate do consumo, mas esquecem
que é necessário cuidar dos consumidores das drogas. “Muitas vezes são cuidados
básicos, como distribuir protetor labial, seringa descartável, garrafas
plásticas e até água, pois assim iremos combater a transmissão de doenças mais
sérias e até virais”, detalhou.
Conforme Evalcilene, projetos como a criação de Centros de
Atenção Psicossocial (CAPs) de rua, colaboraria no combate da redução de danos.
Estratégias
Para traçar estratégias, a Associação de Redução de Danos do
Amazonas (Ardam) está realizando, desde ontem, o 2º Seminário de Redução de
Danos, 2º Encontro Estadual de Redutores de Danos e o 4º Encontro de Redutores
de Danos da Região Metropolitana de Manaus.
Local O evento acorre no auditório Luiz Montenegro,
localizado na Fundação de Medicina Tropical, bairro Dom Pedro Zona
Centro-Oeste. Programação Hoje e amanhã a programação será das 08h às 17h.
Secretarias do Estado e do Município, departamentos ligados a assistência
social, setores da segurança pública, entidades e empresas ligadas à política
sobre drogas, estão participando das atividades. Metas A meta da ARDAM é reunir
uma média de 100 pessoas ligadas à redução de danos, a exemplo de pessoas que
não conseguem parar de usar drogas, tanto as licitas (álcool), quanto as
ilícitas (entorpecentes).