Novos radar e sistema eletrônico ampliam capacidade da patrulha marítima
P-95 Bandeirulha é empregado no monitoramento e vigilância do mar
territorial brasileiro
Fonte: Agência
Força Aérea
A Força Aérea
Brasileira (FAB) recebeu, na terça-feira (15/09), o primeiro P-95 Bandeirante
Patrulha (Bandeirulha) modernizado. A aeronave, com matrícula 7103, será
empregada pelo Esquadrão Phoenix (2º/7º GAV), localizado em Florianópolis (SC).
No total, a FAB terá oito unidades modernizadas.
O processo de
modernização, realizado no Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos
(PAMA-AF), ampliou a capacidade operacional do avião empregado na patrulha
marítima.
O P-95M, sua nova
denominação, conta com o radar Seaspray 5000E e tem condições de detectar
navios de grande porte a até 370 quilômetros de distância. Semelhante ao instalado
na aeronave P-3 Orion, o novo radar também permite registrar imagens de alta
resolução durante a varredura.
"Sobrevoando a
Ilha de Florianópolis conseguimos visualizar pelo radar embarcações no porto de
Paranaguá", compara o Comandante do Esquadrão Phoenix, Tenente-Coronel
Pierre Gonçalves Bastos, sobre uma das possibilidades de imageamento do novo
equipamento.
Agora os aviões conseguem acompanhar
até 200 alvos simultaneamente, realizar mapeamento de terrenos e detectar
aeronaves, entre outras funcionalidades. Os novos sistemas de navegação
oferecem maior precisão, o que é fundamental para uma aeronave que voa sobre o
mar, sem referências visuais. Os sistemas de comunicação também foram
substituídos.
O painel da cabine
materializa as novidades em relação aos sistemas eletrônicos. A suíte aviônica
integrada facilita a ergonomia e a consciência situacional do piloto, reduzindo
a fadiga durante do voo. A interface digital também permite a visualização das
informações, provenientes de diversos sistemas embarcados, de maneira mais
simples e amigável.
“O novo P-95 reafirma
a projeção de ponta dessa aviação, que está na vanguarda da patrulha marítima
na América do Sul”, avalia o comandante da Segunda Força Aérea (FAE II),
Brigadeiro do Ar Roberto Ferreira Pitrez.
Atuação - As aeronaves devem
ser operadas pelos esquadrões Phoenix (2º/7°GAV) e Netuno (3º/7°GAV), sediados
em Florianópolis (SC) e Belém (PA), respectivamente. Ao lado dos P-3AM do
Esquadrão Orungan, que opera a partir de Salvador (BA), os P-95 são
responsáveis pelo monitoramento e vigilância da área econômica exclusiva e, por
meio de tratados internacionais, também da área de plataforma continental
brasileira. As informações coletadas ajudam no combate à pesca ilegal,
pirataria e crimes ambientais, entre outros.
As aeronaves também
são empregadas em missões de busca e salvamento no continente e no mar
territorial e, também, em águas internacionais e profundas, onde o Brasil
é responsável por uma área que corresponde a 10 milhões de km2.
Voos de ensaio - O primeiro
P-95M voou no dia 18 de dezembro de 2013. Desde então, realizou voos de ensaio,
com a participação de militares do Esquadrão Phoenix e do Instituto de Pesquisa
e Ensaios em Voo (IPEV). A campanha de testes teve como objetivo analisar o
desempenho de todos os sistemas da aeronave. Outras aeronaves já estão no
PAMA-AF para a implantação dos sistemas.
O projeto de
modernização, que também inclui 42 aeronaves C-95 Bandeirante, envolve ainda a
revitalização estrutural das aeronaves recebidas na década de 70.