Não é crime requerer
refúgio e asilo’, destaca presidente da Assembleia Geral da ONU
Em seu primeiro
pronunciamento oficial, Mogens Lykketoft, cobrou soluções da comunidade
internacional para a crise de refugiados, antes da chegada do inverno ao
continente. Em 2015, mais de 442 mil pessoas já chegaram à Europa fugindo de
conflitos.
Refugiados, em sua maioria sírios, atravessam fronteira entre a Hungria
e a Áustria. Foto: ACNUR / Mark Henley
O presidente da
Assembleia Geral das Nações Unidas, Mogens Lykketoft, convocou a comunidade
internacional a encontrar soluções para a crise de refugiados.
Nesta segunda-feira (21), em seu primeiro pronunciamento oficial depois de
tomar posse na semana passada, o dirigente defendeu os direitos das pessoas
deslocadas de buscarem asilo em outros países. O secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon, também fez apelo aos líderes mundiais.
“O mundo não vê uma
crise global humanitária dessa magnitude desde a Segunda Guerra Mundial e, com
o inverno se aproximando no hemisfério norte, a situação só vai piorar”,
afirmou o presidente. Mais de 442 mil pessoas já chegaram na Europa esse ano e
cerca de três mil morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo.
De acordo com o
dirigente, é necessário garantir que os refugiados sejam bem recebidos nas
nações onde buscam asilo. “Precisamos assegurar que os países afetados pela
chegada dos refugiados, particularmente os países vizinhos da Síria, recebam o
apoio e a assistência necessários para lidar com as necessidades dessas
populações vulneráveis”, acrescentou.
Na quarta-feira
(30), durante os encontros da Assembleia Geral, o presidente e Ban Ki-moon vão
se reunir com os Estados-membros para uma conferência especial sobre a crise.
“O secretário-geral tem acompanhado com crescente preocupação o fechamento de
algumas fronteiras na Europa, assim como a falta de instalações adequadas de
recepção e o uso elevado da detenção e da criminalização de migrantes
irregulares e requerentes de asilo”, disse o porta-voz do secretário.
Lykketoft também
criticou o preconceito e a rejeição que as populações deslocadas têm enfrentado
no mundo. “A maioria das pessoas fugindo da guerra e da violência são
refugiados e têm o direito de buscar asilo sem qualquer forma de discriminação.
Não é um crime requerer refúgio e asilo”, disse.