Terrorismo é tema do I Encontro
Distrital da Associação Brasileira de Estudos de Defesa
Brasília, 09/09/2015
– A Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED) promove, durante
três dias, o I Encontro Distrital do órgão. Realizado no auditório do
Quartel-General do Exército, em Brasília (DF), o evento foi aberto nesta
quarta-feira (9), com uma mesa-redonda sobre Terrorismo e Conflitos Armados. A
iniciativa é promovida pelo Instituto Pandiá Calógeras do Ministério da Defesa
e vai até a próxima sexta-feira (11).
Na palestra inicial, o analista do
Senado Federal, Marcus Vinícius Reis explicou que o terrorismo vai além do
crime, pelas consequências geradas na sociedade. “É um ato político”, disse.
Reis, que atuou como moderador da mesa-redonda, falou, também, que a questão “é
muito mais do que um homicídio”. “Trata-se de um crime muito violento. Tem toda
estratégia por trás disso. São planejados para mobilizar o Estado”, sentenciou.
O analista defendeu a preparação da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica para o combate a este tipo de situação. “Mesmo não sendo de
competência das Forças, o terrorismo pode atentar contra a soberania nacional.
Então, os militares, assim como os policiais, têm que estar equipados para
isso. Não podemos pecar pela inocência”, completou.
Projeto de lei
Em seguida, foi a vez do jornalista Marcelo Rech, do Instituto Inforel
de Relações Internacionais e Defesa, abordar a temática. Rech lembrou do
Projeto de Lei 2.016, de 2015, que tipifica os crimes de terrorismo e dá outras
providências. A normatização encontra-se em análise no Senado e, se aprovada,
será mais um mecanismo de segurança para grandes eventos no país, como os Jogos
Olímpicos Rio 2016.
Foto: Tereza Sobreira
“Nenhum alerta foi dado sobre ações
desta natureza durante os grandes eventos que já passaram pelo Brasil. Mas nem
por isso temos que nos despreocupar”, opinou. Marcelo acredita ser importante a
promulgação da lei e contou que em 2009 foi criado o Núcleo do Centro de
Prevenção e Combate ao Terrorismo (CPCT), mas que, no entanto, já foi
desativado.
O jornalista também mencionou a faixa de fronteira em sua apresentação.
De acordo com ele, 22% do território nacional corresponde à região fronteiriça.
“No caso da Tríplice Fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina), a possibilidade
de um atentado no local é quase zero. Muito dinheiro sai de lá”, disse.
África
Outro integrante da mesa-redonda foi o professor-doutor Pio Penna Filho,
da Universidade de Brasília e pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos do
Exército. Sua abordagem foi acerca do terrorismo no continente africano. O
palestrante levantou as principais características que desencadeiam ações
criminosas na região, como a instabilidade política e os dilemas religiosos.
“Na África, raramente um conflito fica
restrito. Ele transborda”, afirmou. Penna Filho elencou, um a um, os grupos que
atuam no local e suas principais motivações. “A gente tem mania de olhar com
preconceito para a África, mas eles têm exércitos altamente capacitados, de
forças especiais”, finalizou.
Nos próximos dias, serão debatidos assuntos como integração regional e
defesa, política externa, base industrial de defesa, economia de defesa e
cidadania e cultura de defesa.
Por Marina Rocha
Assessoria de
Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
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