Venezuela envia militares a região disputada e causa protesto da Guiana
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
22/09/2015 16h06
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As Forças Armadas da
Venezuela enviaram nesta terça-feira (22) milhares de soldados à fronteira com
a Guiana, no leste do país. A movimentação perto da área disputada entre os
dois países levou a protesto do vizinho.
As atividades
militares acontecem um dia após a Guiana ameaçar levar a disputa pela região de
Essequibo à Corte Internacional de Justiça por considerar esgotados os esforços
da ONU para resolver o conflito.
Essequibo
De acordo com o
ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, as tropas realizam um exercício
militar. "Fazemos um exercício de deslocamento operacional. (...) Estamos
nos preparando em todas as frentes."
O anúncio do ministro
é feito minutos depois de o presidente da Guiana, David Granger, reclamar do
reforço militar na fronteira. Para ele, seu colega Nicolás Maduro segue um rumo
perigoso ao evitar uma solução pacífica.
"Achamos que a
Venezuela está tomando neste ponto um caminho perigoso em vez de buscar uma
solução pacífica para o assunto. A Venezuela parece seguir um rumo ofensivo e
agressivo."
Granger busca o apoio
de países da América antes de se pronunciar sobre a disputa pela região de
Essequibo na Assembleia-Geral da ONU, em discurso previsto para a próxima
sexta-feira (25).
Nele, defenderá que
os limites entre os dois países foram acertados no tratado assinado entre a
Venezuela e o Reino Unido em 1899. Caracas afirma que o documento foi fraudado
para beneficiar na época aos britânicos.
VOLTA
A disputa fronteiriça
entre Venezuela e Guiana foi reativada no
final de maio depois que a companhia Exxon Mobil descobriu uma jazida de
petróleo no litoral de Essequibo.
O tema foi colocado
em segundo plano em agosto quando o governo de Nicolás Maduro decidiu fechar sua fronteira oeste com
a Colômbia, sob a alegação da atividade de grupos paramilitares e
contrabando.
A questão começou a ser resolvida na
segunda (21) depois de reunião entre Maduro e o presidente da Colômbia, Juan
Manuel Santos, mediada pelo Equador e o Uruguai. Um dos pontos é a abertura
progressiva da fronteira.
A oposição ao
chavista e outros críticos estrangeiros acusam o mandatário de usar as crises
diplomáticas para poder ganhar as eleições parlamentares de dezembro.