Criança sul-sudanesa atrás de soldados da Gâmbia
que integram a Missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS). Foto tirada num
acampamento improvisado próximo à base da operação das Nações Unidas, em Leer,
onde cerca de 2 mil pessoas buscaram abrigo devido a conflitos armados
recentes. Foto: UNMISS/Eric Kanalstein
Conselho de Segurança aprova embargo de armas
contra Sudão do Sul
O Conselho de
Segurança das Nações Unidas aprovou na sexta-feira (13) um embargo de armas
contra o Sudão do Sul. Com vigência até 31 de maio do próximo ano, a medida
obriga todos os países da ONU a impedir a entrada de armamentos no país
africano, incluindo munição, veículos, equipamentos militares e paramilitares.
Decisão do organismo não foi unânime, com seis abstenções, incluindo da China e
Rússia.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou
na sexta-feira (13) um embargo de armas contra o Sudão do Sul. Com vigência
até 31 de maio do próximo ano, a medida obriga todos os países da ONU a impedir
a entrada de armamentos no país africano, incluindo munição, veículos,
equipamentos militares e paramilitares. Decisão do organismo não foi unânime,
com seis abstenções, incluindo da China e Rússia.
O Conselho também impôs uma proibição de viajar
para dois indivíduos acusados de fomentar violência em meio à atual guerra
civil do Sudão do Sul. A resolução determina ainda o congelamento de bens dos
criminosos. O conflito armado no país já forçou 4 milhões de pessoas a
abandonar suas casas.
O texto recebeu nove votos a favor — da Costa do
Marfim, França, Kuwait, Holanda, Peru, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.
Seis integrantes do Conselho — Bolívia, China, Etiópia, Guiné-Equatorial,
Cazaquistão e Rússia — se abstiveram.
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, defendeu
a deliberação do organismo das Nações Unidas. “Se quisermos ajudar o povo do
Sudão do Sul, precisemos que a violência parte. E para parar com a violência,
precisamos interromper o fluxo de armas para grupos armados, que eles usam para
lutar uns contra os outros e aterrorizar as pessoas.”
A representante do Estado norte-americano lembrou
que, em 2016, os Estados Unidos já haviam proposto um embargo de armas junto ao
Conselho de Segurança. A proposta, porém, não recebeu apoio suficiente. “Desde
então, podemos apenas imaginar quantas armas conseguiram chegar até as partes
(do conflito) no Sudão do Sul e quantas pessoas mais tiveram de morrer”,
criticou Haley.
Os enviados da Etiópia e da Guiné-Equatorial
expressaram preocupação com o fato de que as novas medidas punitivas podem
fragilizar o atual processo de paz no país africano. Em 27 de junho, o
presidente sul-sudanês, Salva Kiir, e seu rival político, o ex-presidente Riek
Machar, firmaram um acordo de cessar-fogo entre as forças do governo e de
oposição.