terça-feira, 25 de agosto de 2015


Explosão fere gravemente dois integrantes da força de paz da ONU em Mali









O incidente ocorreu no sábado (22) quando um veículo da MINUSMA que escoltava um comboio de logística acabou atingindo uma mina ou artefato explosivo.

 

A Missão de Estabilização Multidimensional Integrada das Nações Unidas no Mali (MINUSMA) condenou o uso de minas terrestres ou artefatos explosivos, que feriram gravemente dois integrantes da força de paz na manhã deste sábado (22).

“A MINUSMA condena veementemente esses atos destinados a paralisar suas operações no Mali e que afeta indiscriminadamente o pessoal da ONU ou civis inocentes”, afirmou um comunicado de imprensa enviado pela Missão no mesmo dia do ocorrido.

Um veículo da MINUSMA escoltando um comboio de logística atingiu uma mina ou um artefato explosivo no eixo Ansong-Menaka, cerca de 70 quilômetros a leste de Ansongo, disse a Missão. A explosão destruiu o veículo e feriu gravemente dois soldados da MINUSMA.

 

O brasileiro Bernardo dos Santos distribui kits de ajuda emergencial para pessoas deslocadas pelo Boko Haram. que se encontram no Lago Chade. Foto: ACNUR Chade

No Chade, brasileiro descreve sua experiência no auxílio a mais de 400 mil refugiados









Após uma sequência de tensões políticas e guerras civis, o Chade finalmente parece desfrutar da paz. No país há quatro meses, o brasileiro Bernardo dos Santos, do ACNUR, conta os impactos dos conflitos nos países vizinhos à estabilidade da nação e como as ofensivas do Boko Haram intensificaram a chegada de refugiados ao país.

 

Ao leste, o Sudão. Ao norte, a Líbia. Ao sul, a República Centro-Africana. E no sudeste, a Nigéria. No meio de todas essas crises se encontra o Chade, um país sem acesso ao mar e considerado um dos menos desenvolvidos do mundo. Diferente de seus vizinhos, desde 2008 o país vive um período de harmonia, marcado por forte crescimento econômico, graças à exploração de petróleo.

Em menos de uma década, a nação se reinventou. Desde sua independência, em 11 de agosto de 1960, viveu uma sucessão de guerras civis e disputas de poder inter-religiosas. Hoje, no entanto, passou a representar um porto-seguro para 452.897 refugiados da região, segundo os números oficiais do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR). Quem conta é o brasileiro Bernardo dos Santos, que há quatro meses trabalha no país ajudando a dar visibilidade a esta causa.

Na área de relações externas do ACNUR no Chade, Bernardo traduz em palavras o trabalho árduo realizado em campo com o objetivo de angariar apoio político e financeiro para as operações humanitárias. Em seu dia a dia reúne dados e especificações técnicas para convertê-los em “uma linguagem facilmente compreensível para o público em geral e para as autoridades engajadas”, explica.

Formado em ciência política na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Bernardo conta que trabalhar a favor da paz, da reconstrução pós-conflito, dos direitos humanos e do direito humanitário foram as principais motivações que o levaram a navegar neste rumo. Após passar por Timor Leste e República Democrática do Congo com a ONU, Bernardo hoje vive na capital chadiana de N’Djamena, onde diariamente lida com a realidade daqueles que, para conservar a vida, abandonaram todo no Sudão, República Centro-Africana e Nigéria.

Primeira missão à zona de conflito

Em sua primeira viagem para conhecer a realidade dos deslocados, Bernardo visitou uma das zonas mais perigosas do país, onde, no campo de refugiados de Dar es Salam, homens, mulheres e crianças tentam recomeçar. Nas margens do Lago Chade, desde 2013 esta área transformou-se em porta de entrada para um fluxo cada vez mais constante de refugiados que fogem a violência imposta à região pelo grupo extremista Boko Haram.

Segundo Bernardo, o número estimado de refugiados da Nigéria, Níger e Camarões desde 2013 nesta localidade é de mais de 14 mil pessoas.

“Deste total, o ACNUR acolhe 7.139 em uma área chamada de Dar es Salam”, sublinhou Bernardo, explicando que o restante dessa população prefere viver fora do campo para continuar suas atividades de pastoreio e pesca. “A todos, o ACNUR oferece apoio material e alimentar irrestrito”, complementou.

As condições de vida inóspitas e escassos recursos sensibilizaram o brasileiro, que destacou a resiliência dos novos habitantes dessas terras.

“A característica mais marcante dessa área é definitivamente o Sahel, última faixa de parca vegetação antes do deserto do Saara. A temperatura média é de 42 graus à sombra. A vegetação não é abundante, uma vez que a flora é de esparsos arbustos baixos e poucas folhas”, descreveu. “Mesmo sabendo que as populações que lá se refugiam são em sua maioria nômades e acostumadas a lidar com essas condições, não é fácil vê-las vivendo em abrigos temporários, alheias aos seus meios de sobrevivência, em grande parte traumatizadas pelo conflito que as fizeram fugir e com poucas perspectivas de retorno às suas antigas vidas.”

Confiança na paz

Nesta região, o exército do Chade empreendeu ofensivas recentemente contra o Boko Haram em um esforço regional para extinguir o grupo extremista, que tem deixado no país um rastro brutal de ataques. Em junho, as hostilidades chegaram à capital N’Djamena, que sofreu uma série de ataques que deixaram mais de 50 mortos e 100 feridos.

“Não é ainda possível avaliar se a ofensiva contra o Boko Haram na região do Lago Chade terá sucesso. Os elementos do Boko Haram são em grande parte do grupo étnico Boudouma, nativos da área, que é hoje teatro de operações militares e possuem profundo conhecimento do terreno onde lutam”, descreveu Bernardo.

Apesar do cenário conturbado, há esperança da população local no processo de estabilidade e paz dentro do país, pontuou Bernardo.

“Há equilíbrio de interesses dentro das elites nacionais e a população, ainda traumatizada com o passado recente e tendo como referência três países vizinhos ainda em crise. Elas estão satisfeitas com a sensação de paz e estabilidade”, disse. “A presença do Boko Haram na região do Lago Chade não parece colocar em questão a capacidade do governo de proteger o país e os métodos radicais e indiscriminados deste grupo não criam sensação de conflito inter-religioso”, concluiu.

Ele lembrou que o país protege refugiados centro-africanos e sudaneses há mais de dez anos, fazendo com que a necessidade destas populações tenha se convertido de “emergencial para cotidiana”. Desde 2012 o governo lidera iniciativas para torná-los mais autossuficientes e integrados à sociedade chadiana, citou Bernardo, que destacou o compromisso do país para não deixar que os campos de refugiados se transformem em uma solução permanente.

“O programa oferece treinamento profissional em áreas como carpintaria, metalurgia, mecânica e costura, assim como em culturas agrícolas, para que estas populações possam aos poucos tornarem-se independentes de ajuda humanitária”, contou. “O governo do Chade não mede esforços para ajudar estas populações e autoriza o uso de terrenos aráveis para plantio e integra as escolas e os centros de formação profissional para refugiados em seu sistema nacional.”

 

Inmetro publica edital de seleção de bolsas de pesquisa para o CBA


Propostas devem ser desenvolvidas conforme as principais linhas de produtos estratégicos do Centro de Biotecnologia da Amazônia

24 de Agosto de 2015

 

Objetivo é incentivar o desenvolvimento de produtos da biodiversidade (Arquivo A Crítica)

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) publicou no Diário Oficial da União o edital para a seleção de candidatos ao Programa de Bolsas Pronametro para o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), localizado em Manaus.

O objetivo é conceder bolsas para apoiar projetos de desenvolvimento de produtos da biodiversidade, serviços técnicos especializados e gestão tecnológica no CBA.

As propostas devem ser desenvolvidas de acordo com as principais linhas de produtos estratégicos de Pesquisa & Desenvolvimento do CBA: fitoterápicos, cosméticos e aromáticos; alimentos; combustíveis de origem vegetal ou microbiana; e novos materiais da biodiversidade e aproveitamento de resíduos.

O interesse industrial e econômico para a região amazônica é outro ponto fundamental nas propostas a serem apresentadas.

As inscrições podem ser feitas até 31 de agosto e os resultados serão divulgados no dia 4 de setembro. Conheça o edital e acesse o formulário de inscrição.

Pesquisa

O CBA é um Centro de Tecnologia que, por meio da inovação tecnológica, deve criar condições para o desenvolvimento ou aprimoramento de processos e produtos da biodiversidade amazônica. O órgão é administrado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

*Com informações da assessoria de imprensa

 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015


Observatório da Torre Alta da Amazônia coletará dados para estudos de mudanças climáticas


Com 325 metros de altura, a torre localizada na RDS do Uatumã é o mais novo e maior instrumento do mundo para estudos das alterações no clima do planeta. Ela demorou sete anos para ser erguida

24 de Agosto de 2015

LUANA CARVALHO

 

São 350 quilômetros - aproximadamente seis horas partindo de Manaus - de ônibus, barco e camionete até chegar à Estação Científica do Uatumã, onde pesquisadores receberam oficialmente, no último sábado, o Observatório de Torre Alta da Amazônia (ATTO). Com 325 metros de altura, a torre é o mais novo e maior instrumento do mundo para estudos de mudanças climáticas.

Construída ao longo dos últimos sete anos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, a densa floresta tropical com pouca intervenção humana e diferentes tipos de vegetação e relevo (planícies, declives e enormes platôs) impuseram grandes desafios para a conclusão do projeto. Mas, vencidas todas as dificuldades, o resultado da parceria entre o Brasil e a Alemanha, por meio do Experimento de Grande Escala de Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), marca um momento histórico para a ciência e para o planeta.

Membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o físico Paulo Artaxo adiantou que a torre irá alavancar a ciência na Amazônia de uma “maneira espetacular”. “Há três anos fazemos estudos na torre de 85 metros (próxima à ATTO), mas agora será muito mais ampliado com a torre de 325 metros. Vamos poder fazer coisas que a gente nunca conseguiu fazer antes. Agora teremos um ar muito mais misturado lá em cima”.


Foto: Lucas Silva

De acordo com o cientista, as pesquisas tentam elucidar o papel das emissões das plantas para a atmosfera. “São informações preciosas sobre o funcionamento do ecossistema amazônico, como estudos de como as plantas acabam controlando o clima da região através de emissões que ajudam a nuclear nuvens e a realimentar fortemente o sistema hidrológico da Amazônia”.

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) são parceiros do Instituto Max Planck de Química (MPIC) na coordenação do projeto. No total, foram R$ 28 milhões, sendo R$ 13 milhões aportados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e a outra metade pelo governo alemão.

Para o diretor do Inpa, Luís Renato França, a Amazônia se tornou, definitivamente, a grande protagonista no cenário de estudos de mudanças climáticas. “É um momento esplendoroso para a Amazônia, para o Brasil e para o planeta. Nós não sabemos pra onde a gente vai, mas sabemos que estamos no caminho certo e vamos adiante”.

Atualmente, cerca 300 cientistas de todo o mundo coletam dados nas torres do Programa LBA. O ministro de ciência e tecnologia, Aldo Rebelo, sinalizou novas parcerias entre os países. “O Brasil e a Alemanha celebram uma conquista importante, que não será de uso só dos dois países, pois as informações serão partilhadas com pesquisadores de todo mundo. Temos conversado e eu disse que precisávamos da mesma ousadia e ambição em futuras cooperações”.

Parcerias entre institutos e UEA

Os alunos dos cursos de metereologia e engenharia química da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) já podem se considerar privilegiados. Além de terem oportunidade de viver na Amazônia, agora poderão produzir ciência de alto nível, conforme define o reitor Cleinaldo Costa.

“Para os alunos da UEA é um momento muito importante. Somos uma universidade de apenas 15 anos e já estamos participando de um projeto de volume de qualidade científica mundial. Sobretudo, tendo a oportunidade de ter nossos pesquisadores e alunos inseridos numa oportunidade ímpar como essa”, declarou.

Vice-presidente do Instituto Max Planck de Química (MPIC), da Alemanha, Ferdi Schuth, acredita que os ‘insights’ (ideias) dos cientistas ajudarão a proteger, futuramente, o clima do planeta Terra. “Este é um momento para agradecer a todos que deram seu suor para que a torre se tornasse realidade e aos cientistas que tiveram ideia de construir e desenvolver os conceitos. Está claro que os s dados coletados pelos pesquisadores ajudarão a entender o clima e a Amazônia, que é um grande tesouro do Brasil e da humanidade”.

Estrutura

A grande questão que os pesquisadores da ATTO pretendem responder é como a Amazônia influencia e é influenciada pelos processos de interação biosfera-atmosfera, além das mudanças do clima.


Foto: Lucas Silva

A torre tem uma estrutura estaiada, presa por cabos, completamente vazada para ecoar o ar com pouca distorção. Com 325 metros, é possível monitorar uma área atmosférica de mil quilômetros quadrados.

Análise: Paulo Artaxo

Pesquisador sobre mudanças climáticas e membro do IPCC

“Fantástico laboratório”

Durante as pesquisas nós tentamos, por exemplo, elucidar o papel das emissões das plantas para a atmosfera e como as plantas acabam controlando o clima da região através de emissões que ajudam a nuclear nuvens e a realimentar fortemente o sistema hidrológico da Amazônia.

Essa torre é a única em qualquer região tropical que possui essas características. Existem torres similares, sendo uma na Sibéria e outra similar no meio dos Estudos Unidos, mas não como a ATTO, que nos dará uma vantagem estratégica nas pesquisas que estamos realizando. Dados coletados nas torres de 80 e 50 metros já estão sendo apresentados em várias conferências científicas. O que estamos descobrindo de coisas novas são alimentados nos modelos climáticos globais e a ATTO vai ajudar a aprimorar esse modelo. Por exemplo, uma coisa que os modelos erram muito é em relação a precipitação das regiões tropicais, porque os processos de formação de nuvens e chuvas em regiões tropicais não são bem conhecidos. A torre ajudará a ciência a desvendar esses novos mistérios que estão aparecendo. Temos que mobilizar a comunidade científica para usar da melhor maneira possível esse fantástico laboratório atmosférico.

 



Tropa paraquedista, unidade de elite do Exército Brasileiro, é apresentada ao ministro Wagner

Publicado em Quinta, 20 Agosto 2015 19:13 | Última atualização em Sexta, 21 Agosto 2015 09:37

Rio de Janeiro, 20/08/2015 – O ministro da Defesa, Jaques Wagner, passou toda a tarde desta quinta-feira (20) no 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, localizado em Deodoro, no Rio de Janeiro. O quartel é considerado unidade de elite do Exército Brasileiro pelo alto grau de formação de seus militares que são especializados para atuar em até 24 horas depois de acionados, ou até mesmo imediatamente. Durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, eles vão trabalhar como força de contingência.

Foto: Felipe Barra / MD

 

Wagner acompanha o lançamento de paraquedistas do Hércules C-130

No Batalhão, o ministro pôde acompanhar o apronto operacional da tropa, bem como assistiu do ar, a bordo de um C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira, uma demonstração aero terrestre. O exercício contou com 36 paraquedistas que realizaram saltos livres (quando todos os comandos são acionados por força humana) e semi automáticos (um gancho pendurado no equipamento abre o paraquedas). Os saltos são usados para infiltração de pessoal em diversos tipos de terrenos.

Logo após voltar ao solo, Jaques Wagner assistiu a formatura onde, perfilados, os “boinas vermelhas” e “coturnos marrons” mostraram empolgação em receber a autoridade. Os paraquedistas são voluntários e passam por treinamento intenso com duração de três a seis semanas. O ministro também conheceu o local onde são ministrados os estágios.

Dizendo-se impressionado com as técnicas mostradas e “o espírito de equipe” do grupo, Wagner ressaltou que “esta é a maior organização militar da América Latina”. Eles embarcam em aeronaves do tipo Hércules ou C-105 Amazonas e estão sendo preparados para serem lançados de KC-390.

O titular da Defesa percorreu o pátio de formatura e viu os principais equipamentos utilizados pelos combatentes paraquedistas. Houve, ainda, lançamento múltiplo de carga pesada.

Almoço

O ministro almoçou com os paraquedistas assim que chegou à unidade. Os militares realizaram, no refeitório, o badernaço – canto com batidas à mesa. Segundo o comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista, general William Georges Felippe Abrahão, o ritual é uma das amostras da mística deles.

“Me arrepiei com a empolgação de vocês. Em minha época de Colégio Militar do Rio de Janeiro aprendi a venerar a Bandeira Nacional e o Hino. Para mim é um prazer estar aqui. São 5.400 homens na brigada”, exaltou o ministro.

Jaques Wagner ressaltou que o Brasil possui duas grandes instituições, o Itamaraty e as Forças Armadas. E não deixou de falar sobre algumas funções de destaque desempenhadas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica. “Nosso país é de paz. Atuamos em dez das 17 missões de paz da Organização das Nações Unidas. Vi o carinho que o povo haitiano tem com os nossos capacetes azuis. Em setembro vou visitar as tropas no Líbano.”

Ainda de acordo com o ministro, no ano que vem o país terá a chance de mostrar sua excelência na realização das Olimpíadas Rio 2016, como aconteceu na Copa do Mundo. “Para isso, a interação entre as Forças será fundamental”. E completou: “Os militares têm desenvolvido ações de Garantia da Lei e da Ordem. Também vemos exemplos da indústria de defesa brasileira se desenvolvendo, como a Imbel e a Embraer. Esta vertente é tão importante quanto a de defesa da soberania da pátria”, finalizou.

O ministro esteve acompanhado do comandante do Exército, general Eduardo Dias Villas Bôas e do comandante militar do Leste, general Fernando Azevedo e Silva.

Por Marina Rocha

Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa

 

quinta-feira, 20 de agosto de 2015


Brasil e Rússia estreitam parceria técnico-militar e repassam negociações de artilharia antiaérea

Publicado em Quarta, 19 Agosto 2015 17:06 | Última atualização em Quarta, 19 Agosto 2015 17:15

Brasília, 19/8/2015 – Com o objetivo de avançar a cooperação técnico-militar entre Brasil e Rússia, militares e civis estiveram reunidos no Ministério da Defesa (MD), em Brasília (DF), durante a manhã e tarde desta terça-feira (18). Na ocasião, foi repassado todo o histórico das negociações para aquisição de artilharia antiaérea, as baterias Pantsir. As comitivas eram formadas por profissionais da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores. Os temas abordados voltarão a ser debatidos em setembro, quando ocorrerá a IX Reunião da Comissão Intergovernamental de Cooperação (CIC) Brasil-Rússia, na capital russa de Moscou.

Foto: Gilberto Alves

 

O subchefe de Assuntos Internacionais do MD, general Décio Luís Schons, expressou uma visão pessoal muito positiva do relacionamento Brasil-Rússia no Campo da Defesa e as boas perspectivas de futuras parcerias. “Precisamos ultrapassar nossas diferenças culturais no campo militar, particularmente no que diz respeito a operação e manutenção de equipamentos.” E completou: “Antes de mais nada, devemos construir confiança e credibilidade”.

Já o chefe da delegação russa, o senhor Vladimir Tikhomirov, do Serviço Federal de Cooperação Técnico-Militar, elencou os tópicos de interesse de sua nação para acordos conjuntos. Além das baterias Pantsir, ele citou o contrato de OFF-SET (compensação comercial) dos helicópteros MI-35 e a criação de um centro de manutenção para essas aeronaves; e apresentou um sistema de segurança integrada que inclui os mísseis Bal e Bastión.

Sobre o tema artilharia antiaérea, o chefe da Assessoria para os Setores Estratégicos de Defesa, general Aderico Visconte Pardi Mattioli, explicou que os estudos acerca do material a ser adotado datam de 2011. A Estratégia Nacional de Defesa, um dos documentos-base do MD, previa que o país tivesse capacidade de resposta a ameaças aéreas à média altura. Para isso, foram feitas pesquisas até chegar à escolha pelo sistema russo Pantsir. Atualmente existe grupo de trabalho específico para o tema.

O Brasil possui demanda inicial de 14 baterias antiaéreas de baixa altura e mais sete de média altura. A ideia é que a aquisição do equipamento ocorra junto com transferência de tecnologia, para que cada bateria tenha graus de nacionalização maior, de maneira progressiva, até se totalmente produzida no Brasil.

O projeto para a compra prevê a participação de empresas estratégicas de defesa, o que beneficiaria a indústria nacional deste setor. As negociações estão em andamento. “É a primeira vez que compramos um sistema conjunto. Para nós, é uma experiência nova e representa parceria estratégica. A partir da assinatura do contrato, os prazos de entrega serão ajustados de acordo com as possibilidades russas de fornecimento e com as nossas necessidades”, ressaltou o general Mattioli.

 

Comitiva russa também debateu sobre contrato de OFF-SET dos helicópteros MI-35 e a criação de um centro de manutenção

De acordo com a comitiva russa, o programa do Pantsir está em curso há três anos e já foram feitos exercícios de tiro pelo Ministério da Defesa Russo. A etapa exploratória do projeto está concluída. “Concordamos com a transferência irrestrita de tecnologia e necessidade de suporte pós venda. Vamos capacitar parceiros brasileiros que realizarão esse suporte. Estamos tendo progressos”, disse Tikhomirov.

Helicópteros MI-35

Acerca de outro equipamento, o general Schons lembrou que o Brasil adquiriu recentemente os helicópteros russos de ataque MI-35. São ao todo 12 unidades já entregues para o país. A intenção é que os ajustes no acordo de OFF-SET sejam feitos o mais rápido possível – e que esta tarefa esteja concluída em setembro.

Foi lembrado, ainda, que nos dias 14 e 15 de setembro será realizada a IX Reunião CIC Brasil/Rússia de Cooperação Governamental. Na ocasião, os temas levantados no encontro desta subcomissão de cooperação técnico-militar poderão ser apresentados pela delegação brasileira em Moscou.

Sistema Integrado

A comitiva da Rússia manifestou o interesse de apresentar ao Brasil o seu Sistema Automatizado Complexo “Cidade Segura”. A técnica foi desenvolvida para os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, realizados em 2014.

Segundo eles, o evento esportivo reuniu 88 países e contou com a visita de 51 presidentes. O sistema inclui câmeras e sensores que podem ser adquiridos separadamente. Os russos colocaram-se à disposição para esmiuçar todo o uso e particularidades da tecnologia.

Por Marina Rocha

Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa

 

Promulgado acordo de cooperação Brasil-Alemanha na área de defesa

Brasília, 19/08/2015 - No dia em que a chanceler alemã, Angela Merkel, inicia visita oficial ao Brasil, o Diário Oficial da União publica o Decreto nº 8502, assinado pela presidenta Dilma Rousseff e pelos ministros Jaques Wagner (Defesa) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). Trata-se a promulgação do Acordo entre os Governos do Brasil e da Alemanha sobre cooperação em matéria de defesa firmado em Berlim no dia 8 de novembro de 2010.

O acordo diz que a cooperação entre as partes poderá incluir: assuntos relacionados à política de defesa, bem como o treinamento e operações militares; pesquisa e desenvolvimento, aquisição de produtos e serviços de defesa, bem como apoio logístico; assessoramento em equipamentos defesa; compartilhamento de conhecimentos e experiências nas áreas de ciência e tecnologia; intercâmbio de informações relacionadas a assuntos de segurança internacional.

O documento permite também: compartilhamento de experiências sobre questões relacionadas à prevenção de conflitos internacionais e a operações de gerenciamento de crises; e outras áreas correspondentes no domínio de defesa que possam ser de interesse mútuo para as partes. Para isso, a “cooperação será conduzida pelos princípios de igualdade, reciprocidade e interesse mútuo” e “será implementada em conformidade com a legislação nacional”.

A formalização deste acordo contou com a intervenção do ministro Wagner, assim como ocorrido nos dois documentos firmados entre Brasil e Estados Unidos, aprovado recentemente pelo Congresso Nacional às vésperas da visita da presidenta Dilma a Washington.

Nesta quinta-feira (20), o ministro Wagner recebe em seu gabinete o vice-ministro da Defesa da Alemanha, Ralf Brauksiepe, e em seguida participará do encontro bilateral com a chanceler Merkel, no Palácio do Planalto.

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Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa

 

Faisal tem 18 meses e sofre grave desnutrição aguda, e recebe tratamento no hospital Sabeen, na capital do Iêmen Saná. Foto: UNICEF /Yasin

Oito crianças são mortas ou mutiladas por dia no Iêmen’, afirma UNICEF









Relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revela que aproximadamente 400 crianças foram mortas e mais de 600 ficaram feridas desde a intensificação da violência, há cerca de quatro meses.

 

Uma média de oito crianças é morta ou mutilada todos os dias no Iêmen como resultado direto do conflito que assola o país desde abril, de acordo com um novo relatório divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). “Este conflito é uma tragédia particular para crianças iemenitas”, disse o representante do UNICEF no país, Julien Harneis.

O relatório “Iêmen: Infância Ameaçada” revela que aproximadamente 400 crianças foram mortas e mais de 600 ficaram feridas desde a intensificação da violência cerca de quatro meses atrás. “Elas estão sendo mortos por bombas ou balas, e aqueles que sobrevivem enfrentam a crescente ameaça de doenças e desnutrição. Isso não pode continuar”, frisou Harneis.

Serviços de saúde interrompidos, aumento dos níveis de desnutrição infantil, escolas fechadas e números elevados de crianças recrutadas por grupos armados estão entre os efeitos do conflito devastador no país mais pobre do mundo árabe, constata o estudo. Em todo o país, quase 10 milhões de crianças – 80% da população menor de 18 anos do país – necessitam de ajuda humanitária urgente. Mais de 1,3 milhão de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas.

O UNICEF tem estado no centro das operações humanitárias no Iêmen desde o início do conflito, trabalhando em todo o país para responder às necessidades críticas de crianças, fornecendo serviços vitais, incluindo água potável, bem como oferecendo tratamento contra a desnutrição, diarreia, sarampo e pneumonia. Ao longo dos últimos seis meses o Fundo tem fornecido apoio psicológico para ajudar mais de 150 mil crianças, enquanto 280 mil pessoas aprenderam a não se ferir com engenhos explosivos e minas.

 

segunda-feira, 17 de agosto de 2015




Projeto sobre terrorismo é aprovado pela Câmara

Publicado em Quinta, 13 Agosto 2015 18:28 | Última atualização em Quinta, 13 Agosto 2015 18:46

Brasília, 13/8/2015 – A Câmara dos Deputados encerrou, nesta quinta-feira (13), as votações sobre o Projeto de Lei 2016, de 2015, que tipifica os crimes de terrorismo e dá outras providências. Com a normatização, grandes eventos realizados no país, como os Jogos Olímpicos Rio 2016, poderão contar com mais segurança. A iniciativa foi aprovada, e agora segue para o Senado.

Foto: Felipe Barra/arquivo MD

 

Simulação de atentado terrorista na Estação Cidade Nova do Metrô Rio

No documento, o terrorismo é definido como “a prática, por um ou mais indivíduos, de atos motivados por xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia ou religião, com fins de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, paz ou incolumidade pública”.

Pelo projeto, ficam condicionadas às penas da lei o uso, ameaça e transporte de explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos e de outra natureza. Incêndios, depredações, saques, destruições e explosões de meios de transporte ou bens públicos e privados também serão enquadrados. A norma cita, ainda, ações realizadas contra sistemas de informática ou bancos de dados.

As punições impostas no projeto preveem reclusão de 12 a 30 anos para quem atentar contra a vida ou integridade física de uma pessoa. Já para aqueles que promoverem ou prestarem auxílio a organizações terroristas está previsto pena de reclusão de cinco a oito anos e multa.

De acordo com o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) do Ministério da Defesa, fazia-se necessária a tipificação de atos terroristas, principalmente para os grandes eventos que serão sediados no Brasil. O EMCFA é o órgão responsável por coordenar ações de segurança junto à Marinha, ao Exército e à Aeronáutica para essas ocasiões, como será no caso dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Os militares das Forças Armadas atuam em eventos esportivos, por exemplo, de acordo com eixos já estabelecidos. Entre eles estão as ações de combate ao terrorismo, que constituem desde varreduras em estádios, ginásios e centros olímpicos (à procura de materiais químicos, biológicos, nucleares e radiológicos) até defesa cibernética de redes.

No total, cerca de 38 mil militares devem atuar durante os Jogos. Apenas no Rio de Janeiro serão utilizados 20 mil homens. O plano integrado possui ações como segurança de dignitários, de rotas protocolares, apronto operacional, além da utilização de comando e controle móvel e centros de operações.

Por Marina Rocha

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa

 

terça-feira, 11 de agosto de 2015


ONU: 80% da população do Iêmen precisa de assistência humanitária








Mais de 15 milhões de pessoas não possuem acesso a cuidados básicos de saúde, enquanto metade da população não tem comida suficiente para alimentar suas famílias, de acordo com o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).



O coordenador humanitário das Nações Unidas para o Iêmen, Johannes van der Klaauw, pediu, neste sábado (08), contribuições para intensificar os esforços para atender as necessidades do Iêmen, onde cerca de 80% da população precisa de assistência. Apenas 18% do apelo humanitário de 1,6 bilhão de dólares foi financiado até o momento.

‘O sucesso do nosso esforço humanitário depende de recursos suficientes para prestar assistência”, disse Klaauw, após sua visita a província de Saada. “Contribuições significativas dos doadores são necessárias imediatamente para aliviar o sofrimento da população iemenita”.

No Iêmen cerca de 2 mil civis foram mortos por combates desde março. Mais de 15 milhões de pessoas não possuem acesso a cuidados básicos de saúde, enquanto metade da população não tem comida suficiente para alimentar suas famílias, de acordo com o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).