sábado, 31 de agosto de 2013


Morales dá por superada divergência entre Bolívia e Brasil por fuga de senador


 



O presidente boliviano, Evo Morales, considerou neste sábado "resolvido o problema" entre Bolívia e Brasil, causado pela fuga do senador opositor Roger Pinto de seu país com apoio diplomático brasileiro e anunciou que uma missão de alto nível irá em breve para Brasília.

"Ontem (na cúpula da Unasul no Suriname), nós nos reunimos com a companheira presidente (Dilma Rousseff) e resolvemos o problema", disse Morales na inauguração de um centro de esportes em um bairro de La Paz.

"Ninguém vai nos dividir, ninguém vai nos colocar em confronto, nem haverá alguém que virá de fora da Bolívia ou da América do Sul para querer impor critérios", afirmou.

Morales disse depois a jornalistas que uma missão de ministros viajará ao Brasil para abordar a situação jurídica de Pinto, levando "informações jurídicas e técnicas para o Ministério Público do Brasil, assim como para o Ministério da Justiça, para que eles possam abordar isso".

O presidente da Bolívia ressaltou que, antes de conceder asilo ao senador, "a presidente Dilma não sabia que Pinto tinha quatro acusações, não sabia que tinha uma condenação, nem estava informada de que ele tinha processos por corrupção".

A missão boliviana será integrada pelos ministros do Governo (Interior), da Transparência e Luta contra a Corrupção e da Justiça, além de autoridades do Ministério Publico

Segundo Morales, um eventual pedido de extradição de Pinto "está nas mãos da justiça boliviana".

Diante da nova reviravolta, Fernando Tibúrcio, advogado brasileiro do senador Pinto, disse no Brasil: "Insistiremos para que (..) fique em território brasileiro, mas temos que negociar alternativas" em outros países da região, sem mencioná-las.

Morales havia pedido ao Brasil nesta semana a devolução de Pinto à justiça boliviana para que fosse julgado "como qualquer autoridade envolvida em casos de corrupção".

O governante boliviano afirmou neste sábado que "em termos de corrupção, não pode haver asilo nem refúgio para corruptos em todo o mundo, é uma obrigação com base em acordos internacionais".

Pinto fugiu de seu país há oito dias, chegando ao Brasil por terra em um veículo diplomático protegido por funcionários da embaixada brasileira em La Paz, onde estava refugiado desde maio de 2012.

O Brasil havia concedido a ele asilo político, mas o governo boliviano se negava a dar um salvo-conduto para que deixasse o país, por causa de sua situação judicial.

Antes de se instalar na embaixada do Brasil, Pinto havia entregado ao governo boliviano documentos sobre supostos atos de corrupção e vínculos de autoridades com o narcotráfico

 

Obama diz que EUA estão prontos para atacar Síria, mas quer aval do Congresso

Congressistas americanos estão em recesso, o que pode retardar ação; EUA acusam Assad de usar armas químicas em ataque que deixou 1.429 mortos no dia 21


Cláudia Trevisan - O Estado de S. Paulo

Atualizado às 17h55.

WASHINGTON - O presidente Barack Obama disse neste sábado, 31, que os Estados Unidos estão prontos para atacar a Síria. Em pronunciamento nos jardins da Casa Branca, Obama afirmou que pedirá autorização do Congresso, apesar de acreditar que tem o poder de dar o sinal verde para a operação militar sem o aval dos congressistas. A decisão afasta uma ação iminente contra o regime de Bashar al-Assad, que era esperada para este fim de semana, já que o Congresso está em recesso e só volta à atividade no dia 9 de setembro.  Os EUA acusam o governo sírio de usar armas químicas no ataque - classificado por Obama como o "mais grave do século 21" - que matou 1.429 pessoas em Ghouta, periferia de Damasco, no dia 21 de agosto.

Tendo a seu lado o vice-presidente, Joe Biden, Obama ressaltou que a capacidade do país de executar a "missão" não será afetada pela demora. "Ela será efetiva amanhã, ou na próxima semana, ou dentro de um mês. E eu estou preparado para dar essa ordem." O presidente americano desafiou os congressistas a considerarem "qual a mensagem será enviada a um ditador se ele pode matar centenas de crianças com armas químicas sem sofrer qualquer tipo de retaliação".

Obama afirmou estar convencido de que os EUA devem iniciar uma ação militar contra a Síria e que as Forças Armadas estão "prontas" para agir. Mas ressaltou que sua posição será "mais forte" se houver um debate e a eventual aprovação dos parlamentares para a operação. Existe a possibilidade de que haja uma convocação extraordinária, mas qualquer votação terá de ser precedida de debates, o que traz incerteza sobre quando - e se - o ataque à Síria ocorrerá.

"A todos os membros do Congresso, de ambos os partidos, eu peço que vocês deem esse voto para nossa segurança nacional", declarou. E antecipando as dificuldades que enfrentará, fez um apelo: "Eu peço a vocês, membros do Congresso, que considerem que algumas coisas são mais importantes do que diferenças partidárias e políticas."

O presidente americano anunciou sua decisão dois dias depois de o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ter sido derrotado no Parlamento na busca de autorização para agir contra o regime de Bashar al-Assad. Sem o apoio de seu principal aliado, Obama enfrentava uma situação de considerável isolamento internacional. Cameron afirmou neste sábado que apoia a decisão do presidente dos EUA, Barack Obama, que pediu ao Congresso aval para um ataque à Síria. "Entendo e apoio a posição de Barack Obama sobre a Síria", disse Cameron em sua conta no Twitter.

No pronunciamento, Obama disse que estava pronto para agir sem a autorização do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que ele afirmou estar "paralisado", e a conclusão da investigação da missão da instituição sobre o ataque com armas químicas do dia 21 de agosto em Damasco. Os observadores da ONU deixaram a Síria neste sábado.

Mas ele ressaltou que gostaria de ter um debate sobre o assunto com os congressistas. Pesquisa da rede de TV NBC divulgada nesta semana revelou que 80% da população americana acredita que a ação na Síria deve ser precedida de votação no Congresso.

Do lado de fora da Casa Branca, manifestantes contrários à intervenção militar gritavam que a "guerra era justificada por mentiras".

Nessa sexta, relatório divulgado pelo serviço de inteligência dos Estados Unidos concluiu que o ataque com armas químicas foi ordenado pelo regime de Bashar Assad. O documento abriu caminho para o presidente Barack Obama autorizar um ataque ao país. Cinco navios de guerra americanos estão ancorados no leste do Mar Mediterrâneo, prontos para disparar mísseis contra o território sírio.

Antes do pronunciamento de Obama, o primeiro-ministro da Síria, Wael al-Halqi, disse neste sábado que o Exército sírio “está mobilizado” e “tem o dedo no gatilho” para reagir a um ataque dos EUA e aliados. Em um comunicado enviado à TV estatal, o premiê acrescentou que “o Exército está pronto para enfrentar a todos os desafios e ações”.

Também antes de Obama falar, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu a seu colega americano, Barack Obama que, como Nobel da Paz, pense nas vítimas que um ataque causará na Síria e exigiu que os EUA apresentem provas do uso de armas químicas pelo governo Bashar Assad. Com agências internacionais



 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013


Ponto Final - Presidiários não legislam

30/08/13 12:15 | Octávio Costa (ocosta@brasileconomico.com.br)

Foi um deboche, um tapa na cara da opinião pública. As expressões são fortes mas fazem justiça à votação da Câmara que salvou o mandato do deputado Natan Donadon.

Condenado pelo desvio de R$ 8,4 milhões na Assembleia Legislativa de Rondônia, ele cumpre pena de 13 anos de prisão na Papuda em Brasília, após processo que terminou com decisão histórica do STF. Anteontem, desembarcou de um camburão para fazer a própria defesa no plenário daquela Casa.

Depois de um discurso emocionado, o autor de crimes de peculato e formação de quadrilha teve o mandato preservado. Foram 131 votos a seu favor, 233 contra e 41 abstenções. Para a cassação, bastava a maioria simples, ou seja 257 votos dos 513 deputados.

Donadon ajoelhou-se e agradeceu a Deus, antes de ser novamente algemado. Mas qualquer que fosse sua defesa, a conta não era para fechar mesmo, pois 104 parlamentares sequer participaram da votação. Eles, certamente, não concordavam com a cassação, mas adotaram a atitude mais covarde de todas e se ausentaram do plenário.

Pode-se dizer que os 104 deputados, ao abrirem mão da representação a que têm direito, decidiram se esconder dos eleitores. Simplesmente não honraram os votos que receberam (à exceção do motivo de força maior, por questões de saúde, por exemplo). Todos sabiam que o destino de um colega estava em jogo, o que exigia o comparecimento. Mas 50 deles registraram a presença e não votaram, enquanto 54 simplesmente não apareceram para trabalhar.

Entre os 50 que se fingiram de mortos no plenário, onze são deputados do PT, nove do PMDB e 8 do PP. Alguns nomes não chegam a surpreender, pois também têm os mandatos no fogo. Mas outros exemplos surpreendem. Todos sabiam que negar o quórum era o mesmo que votar a favor de Donadon. No final, faltaram apenas 14 votos para que o mandato do condenado fosse cassado. E a Câmara cobriu-se de vergonha pela omissão de um quinto de seus membros.

Se os nobres deputados acreditam, de fato, que um colega pode exercer o mandato de uma cela no presídio, fica comprovada a total insanidade da classe política brasileira. Não adianta dizer que ficaram emocionados com o depoimento de Donadon sobre o drama que vive na prisão e as dificuldades financeiras de sua família.

Por esse critério, todos os detentos da Papuda deveriam ser imediatamente reintegrados à vida social, porque também devem ter histórias dramáticas para contar. Ainda bem que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, mostrou-se lúcido e concluiu que Donadon está impedido de exercer sua função. Como presidiários não legislam, convocou o suplente de Donadon, o ex-ministro Amir Lando, do PMDB de Rondônia.

Alguns deputados apostaram na decisão absurda para criar precedente que pode beneficiar colegas também condenados pelo STF. Creem que abriram a porteira. Mas a trapaça não deve e nem pode prosperar. Tramita no Congresso o projeto que prevê a perda automática de mandato para condenados pela Justiça. Outra iniciativa, já aprovada nas comissões, propõe o fim do voto secreto nas votações sobre cassação. Não haverá espaço, portanto, para outro caso Donadon. Só assim a Câmara conseguirá escapar de um novo vexame. Como advertiu ontem Amir Lando, "o povo tem o direito de execrar essa Casa".

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Octávio Costa é Chefe de Redação do Brasil Econômico



 

Obama estuda ação militar 'limitada' e de curto prazo na Síria

Presidente dos EUA disse não ter tomado decisão final, mas afirma que ataque químico não pode ficar sem resposta

Cláudia Trevisan, correspondente em Washington

WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira, 30, que considera uma ação militar "limitada" e de curto prazo contra a Síria para punir o regime de Bashar Assad pelo ataque com armas químicas que provocou a morte de 1.429 pessoas na periferia de Damasco no dia 21 de agosto.

Obama observou que gostaria de iniciar a ofensiva com o apoio da comunidade internacional, mas que há uma "incapacidade" do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) de reagir ao que classificou de "clara violação das normas internacionais".

Ressaltando que ainda não tomou uma decisão final sobre a ação, Obama afirmou temer uma situação de paralisia global, na qual "alguma coisa tem que ser feita, mas ninguém quer fazê-la". O presidente ressaltou que não haverá tropas americanas em solo sírio e que a operação terá prazo para acabar. No início da semana, ele já havia observado que a operação não teria por objetivo derrubar o regime de Assad ou intervir na guerra civil iniciada há dois anos e cinco meses.

Em declarações na Casa Branca, o presidente reafirmou que o uso de armas químicas pelo regime de Assad viola a legislação internacional e é uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos e aos aliados do país na região. "Esse tipo de ação é um desafio para o mundo e não podemos aceitá-la", declarou.

Segundo ele, a falta de resposta mandará um sinal para o mundo de que normas internacionais "não significam nada."

Qualquer tentativa de aprovar medidas contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU é barrada pela Rússia, um dos principais aliados do regime de Assad, e a China, que resiste a medidas de intervenção em assuntos internos de outros países.

Obama sofreu um forte revés quinta-feira 29 na tentativa de construir uma base de apoio internacional à ofensiva militar, com a decisão do Parlamento britânico de negar autorização ao governo para agir contra a Síria.

 

 

Unasul deve rejeitar uma intervenção militar na Síria sem aval da ONU

Para chanceler brasilero, uso de armas químicas 'é muito grave' mas ação não pode contrariar direito internacional

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Fernando Gallo, enviado especial a Paramaribo

PARAMARIBO - A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) deve rejeitar, durante a reunião de chefes de Estado que ocorre nesta sexta-feira, 30, uma eventual ação militar na Síria sem autorização do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A posição deverá ser expressada em um ponto da carta que foi discutida quinta-feira pelos ministros dos países da Unasul e que deverá ser ratificada pelos chefes de Estado nesta sexta.

Segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, na versão atual da carta, que ainda está em discussão, a Unasul "se refere à gravidade da situação, ao fato de que armas químicas foram usadas, o que é muito grave, mas ao fato também de que não se pode pensar em uso da força para intervenção sem autorização explícita das Nações Unidas".

Figueiredo ressaltou que a posição é a mesma que o governo brasileiro adota em relação ao tema. "A posição do governo brasileiro é muito forte no sentido de que não se pode usar a força sem que isso responda aos requisitos da carta das Nações Unidas, ou seja, o uso da força para defesa própria ou autorizado por uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O que quer que seja feito fora desse marco é ilegal do ponto de vista do direito internacional e nós não concordaremos com isso."

Atuação. Indagado se seria um ministro de continuidade ou em relação à gestão Antonio Patriota, Figueiredo respondeu: "a política externa é a política externa do governo Dilma Rousseff. Isso não muda. (Mas) Há correções que eventualmente terão que ser feitas."

Questionado sobre quais seriam as correções, ele afirmou que "há várias coisas sob exame". "O caso da retirada do senador boliviano da embaixada brasileira e a sua condução sem garantias ao território brasileiro é um fato grave e que está sendo apurado. Procedimentos têm que ser aperfeiçoados para que situações como essa jamais aconteçam novamente."

O ministro também avaliou a reintegração do Paraguai à Unasul, que classificou como "muito natural". "Essa reintegração é vista com muita alegria por todos os chefes de Estado que estão aqui e ocorrerá naturalmente."

 

 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013


Parlamento britânico vota contra intervenção militar na Síria

David Cameron defendia a ação contra o regime de Assad mas disse que vai respeitar a decisão

Atualizada às 21h30

 

LONDRES - Os Estados Unidos perderam na noite desta quinta-feira um importante aliado para o plano de intervenção miliar na Síria. Após o Parlamento da Grã-Bretanha rejeitar a ação internacional contra o regime de Bashar Assad, o primeiro-ministro inglês David Cameron sinalizou que deve retirar o apoio à ação planejada por Washington em resposta ao suposto uso de armas químicas. "É claro para mim que o Parlamento britânico reflete a visão do povo britânico que não quer ver militares britânicos em ação", disse Cameron.

Após longo e acalorado debate em uma votação com a presença do primeiro-ministro, o apoio aos EUA foi rechaçado por 285 parlamentares contra 272 que apoiaram a intervenção. Diante do placar desfavorável, Cameron reafirmou a suspeita de que Assad tenha usado armas químicas, mas disse que respeitará a decisão do Parlamento e que o governo vai agir "em conformidade" com o resultado da votação.

Na prática, a decisão dos parlamentares vai excluir o envolvimento britânico nas ações lideradas pelos Estados Unidos contra Assad. A derrota aconteceu um dia após o Reino Unido ter submetido ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma resolução que condenava a ação do governo sírio e pedia autorização para "medidas necessárias" para proteger civis.

Após a suspeita de que armas químicas mataram mais de 1.000 pessoas nos últimos dias nos arredores de Damasco, Londres foi um aliado de primeira hora à intenção de Washington de intervir militarmente contra o regime sírio. Outro aliado é a França.

Após a derrota, o secretário inglês de Defesa, Philip Hammond, disse que o governo Cameron estava "desapontado" com a votação e demonstrou certo constrangimento diante do prometido apoio aos EUA. Apesar disso, afirmou que o país não estará envolvido em eventuais ações militares contra o governo da Síria. "Espero que os Estados Unidos e outros países sigam olhando para respostas ao ataque químico. Eles podem ficar desapontados com o não envolvimento da Grã-Bretanha. Eu espero que a ausência da participação britânica não interrompa qualquer ação", disse Hammond.

A derrota desta quinta-feira tem um expressivo valor simbólico: Cameron é o primeiro líder britânico em décadas que não conseguiu apoio da maioria dos parlamentares para enviar tropas em uma ação militar conjunta com os EUA. Na história recente, a oposição sempre apoiou as grandes investidas militares da Grã-Bretanha, como na Guerra das Malvinas contra a Argentina em 1982 e na Guerra do Iraque em 2003.

Acuado pela crise econômica e o avanço dos partidos de oposição - seja a esquerda Trabalhista ou partidos pequenos à direita, o primeiro-ministro Conservador pode ser considerado o grande derrotado desta quinta-feira. Enquanto o placar da votação era lido na Câmara dos Comuns, um dos parlamentares presentes à sessão gritou "renúncia" a poucos metros de David Cameron.

 

 

Haiti: Atraso na realização das eleições pode prejudicar estabilidade política, afirma ONU
29 de agosto de 2013 · Notícias



Representante especial do secretário-geral, Sandra Honoré. Foto: ONU/Mark Garten
A nova chefe da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH), Sandra Honoré, disse em seu primeiro informe ao Conselho de Segurança da ONU que o impasse eleitoral no país pode prejudicar a situação política e de segurança.
“O atraso contínuo na já tardia realização de eleições parciais para o senado, municipal e local é uma preocupação crescente e representa uma série de riscos para o processo de estabilização”, disse Honoré nesta quarta-feira (28) ao Conselho em Nova York.
A população haitiana precisa eleger um terço dos 30 membros do Senado e dezenas de postos municipais. As eleições deveriam ter sido realizadas no final de 2011, mas foram interrompidas por divergências em uma lei eleitoral – cujo projeto foi finalmente apresentado nesta terça-feira (27) ao Parlamento pelo presidente, Michel Martelly. De acordo com Honoré, os atrasos para a realização das eleições levam os cidadãos a expressar ceticismo em relação à eleições em 2013.
No início de 2014 o mandato de mais senadores irão expirar, tornando o Senado e o parlamento do país ineficazes e marcando um “declínio real do processo democrático no qual o Haiti não tem o luxo de sustentar”, disse a representante especial, acrescentando que “nesse caso, não podemos excluir a possibilidade de uma mobilização de forças da oposição e da sociedade civil que poderiam desestabilizar a situação política e de segurança”.
O Conselho de Segurança encarregou a MINUSTAH de apoiar o processo político haitiano, incluindo as suas eleições. Honoré vem promovendo o diálogo entre atores políticos com o objetivo de chegar a um acordo sobre o caminho a ser seguido, principalmente sobre as eleições. Ela também tem se reunido regularmente com membros do corpo diplomático do Haiti para garantir que as instituições do país, especialmente o Parlamento, continuem funcionando depois de janeiro de 2014.
Honoré ressaltou que os ganhos de estabilidade e de segurança no país precisam ser sustentados para que o Haiti possa ter sucesso em seus esforços atuais de estimular parcerias econômicas, atrair investimento estrangeiro e promover o desenvolvimento socioeconômico – a base para a estabilidade duradoura.

Membro das Forças de Paz da ONU é morto durante confronto na República Democrática do Congo
29 de agosto de 2013 · Destaque


Forças de Paz da ONU em Kibati, na República Democrática do Congo (RDC). Foto: ONU
Um membro das forças de paz da ONU – oriundo da Tanzânia – foi morto e outros sete foram feridos nesta quarta-feira (28), durante operação da Missão da ONU para a Estabilização na República Democrática do Congo (RDC), conhecida pela sigla MONUSCO. A operação apoia as Forças Armadas congolesas (FARDC) em um ataque contra posições do grupo rebelde M23 em Goma, capital da província de Kivu do Norte, leste da RDC.
“O membro das Forças de Paz sacrificou sua vida para proteger os civis em Goma. Meus pensamentos vão para sua família e todos os membros de sua unidade neste momento muito difícil”, disse o representante especial do secretário-geral da ONU e chefe da MONUSCO, Martin Kobler, que visitou a área do conflito mais cedo nesta semana.
“O secretário-geral deplora nos termos mais fortes o assassinato e ferimento de membros das forças de paz da ONU”, disse em outro comunicado o porta-voz de Ban Ki-moon, nesta quarta-feira (28) à noite. “Ele oferece suas sinceras condolências e solidariedade às suas famílias e aos governos da República Unida da Tanzânia e da República da África do Sul.”
De acordo com um porta-voz da ONU, o M23 vem usando essas posições para bombardear áreas povoadas. O objetivo da operação com apoio da MONUSCO é remover a ameaça contra Goma. A missão entregou morteiros e fogo de artilharia e utilizou seus helicópteros de ataque, juntamente com os das FARDC que também usaram helicópteros de ataque, tanques de batalha e as forças terrestres. A operação ainda está em curso, segundo o porta-voz.
Durante o ano passado, o M23, juntamente com outros grupos armados, entraram em conflito várias vezes com as forças armadas locais. Os rebeldes ocuparam brevemente Goma em novembro de 2012.
A luta recomeçou nas últimas semanas, desta vez com apoio de um grupo de rebeldes baseados em Uganda, e desalojou mais de 100 mil pessoas. A crise humanitária foi agravada no país, onde 2,6 milhões de pessoas foram deslocadas internamente e 6,4 milhões estão com necessidades de alimentos e ajuda emergencial.
No dia 28 de março deste ano, o Conselho de Segurança da ONU autorizou a criação da brigada de intervenção para realizar operações ofensivas, com ou sem as FARDC, contra os grupos armados que ameaçam a paz no leste da RDC. Ao mesmo tempo, o Conselho de Segurança apelou ao M23 para que cesse imediatamente todas as formas de violência e atividades desestabilizadoras e pediu a deposição imediata e permanente de armas.

VERGONHA NACIONAL


"A Papuda está homenageada", diz ministro do STF sobre deputado preso que não foi cassado

 

SEVERINO MOTTA
DE BRASÍLIA

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), criticou a decisão da Câmara dos Deputados, que manteve o mandato do deputado Natan Donadon (ex-PMDB-RO), preso desde o final de junho.

"Agora temos essa situação de alguém com direitos políticos suspensos, mas deputado com mandato. A Papuda (presídio em Brasília onde está o deputado) que está homenageada. Vai causar inveja muito grande aos demais reeducandos", disse.

Mello ainda disse que a Câmara teria feito uma "leitura muito própria da Constituição", uma vez que, em sua visão, o caso não deveria ser levado ao plenário. "Num caso como este cabe à Mesa Diretora da Casa declarar a perda do mandato, não levar à votação."

O ministro ainda lembrou que no julgamento do mensalão o STF determinou a perda dos mandatos dos deputados condenados, mas, como a nova composição do Supremo, com Roberto Barroso e Teori Zavascki, teve entendimento diferente no caso do senador Ivo Cassol (PP-RO), o assunto acabará sendo novamente discutido na corte. Até porque o deputado condenado no mensalão João Paulo Cunha (PT-SP) tratou desse tema em seu recurso.

Por fim, Mello disse acreditar que o Brasil precisa de homens públicos que respeitem as leis. "O que penso é que precisamos amar um pouco mais a Constituição. Não precisamos de novas leis, mas de homens públicos que observem as existentes."

 

As manifestações começam pacíficas e, de repente, tornam-se
violentas, não é mera coincidência. É tudo planejado. Faz parte do
‘show’ da guerrilha urbana”. (Jorge B. Ribeiro).


PRONUNCIAMENTO DO SENHOR GENERAL PAULO CHAGAS EM 29 DE
JULHO DE 2013.

Conjecturas apocalípticas


Caros Amigos
A chegada do PT ao poder e os dez anos de sua permanência na direção
do País criaram, além do caos social, moral e econômico, a incerteza
quanto ao futuro das instituições republicanas, uma vez que o partido
não deixa de alimentar a intenção de transformar o Brasil numa
República Socialista Bolivariana.

A reação recente da sociedade nas ruas, em que pese o "show da
guerrilha urbana" que tenta desvirtuá-la, mostra que o povo deu-se
conta dos males que representam para seu futuro o aparelhamento do
Estado, do primeiro ao último escalão; o domínio completo do aparato
sindical; a concentração de meios, a logística, o treinamento, o
dispositivo e o incentivo dados às ações e pretensões dos chamados
“movimentos sociais”; a concentração de recursos financeiros, visíveis
e invisíveis, nas mãos dos “corruPTos”; a cada vez mais evidente
ligação do “ParTido” com o crime organizado; e a coordenação e o
controle exercidos pelo Foro de São Paulo sobre os horizontes de seus
associados.

Todo este potencial reunido nos induz a considerar a possibilidade e a
probabilidade de que grandes tumultos, demonstrações de força,
quebra-quebras, greves ilegais e tudo o mais que compõe o repertório
destrutivo da esquerda radical venham a ocorrer, se as pesquisas de
opinião indicarem com clareza a derrota de Dilma no processo de
reeleição.

O primeiro objetivo do tumulto será inviabilizar o pleito e o segundo
será fazer crer aos desavisados e aterrorizados cidadãos de bem que a
situação da ordem pública e a "pacificação nacional" dependem da
permanência dela e dos corruPTos no poder!

Por imposição do partido, com o aplauso dos parceiros do Foro de São
Paulo e com o apoio dos eternos oportunistas, no Congresso e fora
dele, e dos “intelectuais orgânicos”, sempre a serviço da enganação,
"as eleições serão adiadas até que haja clima favorável e seguro para
realizá-las"!

Esta conjectura, com certeza, alimenta as mentes insanas dos canalhas
que, inebriados pela exacerbação da ambição e pela subestimação da
tolerância do povo, imaginam ser possível, desta forma, a instalação
definitiva da "ditadura do proletariado" em Terras de Santa Cruz!

Tratam-se apenas de conjecturas, apocalípticas, é verdade, mas
acreditar que haja qualquer tipo de honestidade nos propósitos dos
homens e mulheres que integram e apoiam o atual governo, dentro e fora
do País, é, também, fugir da realidade.

Seja como for, vale o alerta e fica a imagem como válida também para
depois do pleito, pois, se derrotados e contrariados em seus anseios,
venderão caro a estabilidade e a governabilidade, como fizeram no Rio
Grande do Sul durante a administração de Yeda Crusius. Por outro lado,
caso sejam ainda vencedores, premidos pelo tempo e pela caótica
situação produzida por sua incompetência e reconhecida vilania,
tentarão, agravando a desordem e o desmando, consolidar as condições
objetivas e, com elas, introduzir a componente subjetiva do golpe.


Em todos os casos, imaginam que a circunstância adversa e a
“disciplina” das Forças Armadas farão com que elas, para evitar uma
guerra civil, aceitem e respaldem a "solução da casa", ou, no mínimo,
que se omitam diante do golpe.

Ledo devaneio!
Conhecendo e confiando em meus camaradas, sugiro aos que alimentam
tais esperanças que façam uma avaliação melhor e mais realista do
comprometimento das FA, porquanto, caso decidam pela quebra das
estruturas legais da república, as encontrarão aliadas, como sempre, à
democracia, ao seu dever constitucional e aos interesses daqueles de
onde, legitima e legalmente, demanda o poder. Em nome deles, elas lhes
negarão respaldo e, mais uma vez, frustrarão a traição!

Que Deus nos proteja como protegeu o Papa Francisco durante sua estada
no Brasil e que estas "conjecturas" não ultrapassem os limites da
presunção!

"O socialismo é o evangelho da inveja, o credo da ignorância, e a
filosofia do fracasso."

quarta-feira, 28 de agosto de 2013


Evo Morales pede que Brasil entregue senador boliviano asilado

 

O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta quarta-feira que o Brasil entregue o senador opositor Roger Pinto Molina, condenado no país por corrupção. Ele chegou ao país no fim de semana, após ficar 15 meses abrigado na embaixada brasileira em La Paz.

O parlamentar boliviano deixou a representação diplomática após uma operação feita pelo encarregado de negócios brasileiro, Eduardo Saboia. Os dois viajaram em dois carros diplomáticos de La Paz a Corumbá (MS), de onde partiu para Brasília.

 

Na primeira entrevista sobre o caso, Morales pediu a volta de Pinto Molina para que seja julgado por diversas acusações pendentes ante à Justiça. "É importante devolver Roger Pinto à justiça boliviana e que seja julgado como qualquer autoridade envolvida em temas de corrupção".

Questionado se ele passasse pela mesma situação do governo brasileiro, o mandatário afirmou que o colocaria na fronteira e voltou a dizer que Pinto Molina possui quatro mandados de prisão. "Ele não é um preso político e sua fuga é prova de que é um réu confesso".

RESPOSTA

Ele pediu explicações ao Brasil e uma resposta à mensagem diplomática enviada pelo ministro das Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca. "É importante que o governo brasileiro explique o porquê dessa operação e do uso de carros diplomáticos. Estamos esperando uma resposta à nota oficial diplomática".

Morales negou que Pinto Molina corresse risco de morte e que estava sob vigilância do governo, acusações apontadas pelo encarregado de negócios brasileiro para fazer a retirada do senador boliviano. O presidente não comentou sobre as negociações com o governo brasileiro.

Opositor ao presidente, o senador é processado pela Justiça boliviana por 20 crimes, todos relacionados com a administração pública. Ele diz que é perseguido pelo governo do presidente Evo Morales e, por isso, pediu asilo diplomático ao Brasil, mas não podia sair da embaixada por não ter um salvo-conduto de La Paz.

Ele recebeu o asilo diplomático do governo brasileiro em agosto do ano passado. No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) disse na terça (27) que Roger Pinto Molina terá que pedir refúgio ao Brasil.

 

Patriota não avisou Dilma

Gilberto Nascimento   (gilberto.nascimento@brasileconomico.com.br)
28/08/13 10:29

A demissão do ministro das Relações Exteriores foi decidida por que ele não avisou a presidente sobre a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina
A presidente soube do fato e esperou que o ministro ligasse. Como não veio o telefonema, tomou a decisão. Patriota soube da fuga depois de ter ocorrido. Mas não avisou imediatamente a presidente. Ela ficou sabendo por outras vias. Depois, ligou para ele.
Inicialmente, o governo brasileiro recebeu a informação de que o senador estaria em um hospital em Campo Grande (MS). O boliviano foi procurado na cidade, mas não encontrado. Nos momentos seguintes à descoberta da operação, quem esteve o tempo todo ao lado de Dilma foi o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O ministro não foi chamado para tomar decisão sobre o assunto - ressaltam governistas -, por não ser a sua área. Mas não deixou de marcar presença ao lado da presidente. Isso é mais uma evidência de que ele - que deve ser o indicado para concorrer ao cargo de governador em São Paulo pelo PT - está cada vez mais fortalecido no governo.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, também foi chamado no momento. Dilma manifestou irritação com Patriota. Já estava contrariada com ele há muito tempo, por vários motivos.
Dessa vez, não admitiu a realização dessa operação sem seu conhecimento e aprovação - e também do próprio ministro. Outras decisões do ex-ministro provocaram contrariedade em Dilma, como a demora na manifestação do Itamaraty contra a decisão de governos europeus de negar o pouso ao avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, em julho.
Quebra de hierarquia
Para o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), o Itamaraty não podia manter um embaixador com postura ideológica contrária ao governo da Bolívia, com o qual o País mantém boas relações. "Houve quebra de hierarquia", diz o senador.
Bom negociador
Especialista em meio ambiente e desenvolvimento sustentável, o novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, é considerado um excelente negociador e, segundo governistas, tem "clareza sobre o papel político do Itamaraty".
Embaixador punido
O embaixador Marcel Biato, que ajudou na fuga do senador na Bolívia, já foi punido. Não deve mais seguir para a Suécia, para onde havia sido indicado. A mensagem que estava no Senado para analisar e aprovar sua indicação, já foi retirada.

Patriota se disse responsável pela saída de senador da Bolívia
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA

Tão logo soube que o senador boliviano Roger Pinto Molina entrara no Brasil, Dilma Rousseff quis saber quem fora o responsável pela operação que abriu uma crise no Ministério das Relações Exteriores e derrubou o chanceler Antonio Patriota.
Foi o chanceler quem disse à presidente, por telefone, que o boliviano havia entrado no país. A Folha apurou que Dilma e Patriota se falaram no sábado. O tom da conversa entre os dois teria sido tenso.
Patriota estava no aeroporto de Guarulhos (SP), prestes a embarcar para a Finlândia, e, segundo relatos, parecia incomodado. Fez vários telefonemas e avisou que poderia ter de voltar para Brasília.
Uma das ligações foi para um funcionário do Itamaraty, que confirmou que o senador havia entrado no país após passar 455 dias na embaixada em La Paz.
Patriota teria demonstrado surpresa e apreensão com a notícia. Imediatamente pediu a um assessor para que o colocasse em contato com a presidente. A primeira tentativa, contudo, foi frustrada.
Ele telefonou então para o chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, informando que acabara de saber da retirada do senador oposicionista.
Na conversa, teria dito que havia sido uma decisão de um funcionário da embaixada devido às condições de saúde do senador. Prometeu que providências seriam tomadas pelo governo brasileiro.
Em seguida, Patriota falou com Dilma. Apesar de afirmar que a condição de saúde do senador era séria, disse que a decisão não fora tomada em Brasília.
Dilma quis saber quem planejara a operação. Patriota apontou o encarregado de negócios, Eduardo Saboia, mas se responsabilizou pela retirada do oposicionista, uma vez que havia sido ele que indicara Saboia para o cargo.
Patriota voltou então à capital federal.
No dia seguinte, o Itamaraty divulgou nota citando Saboia e anunciando que uma investigação interna seria aberta para apurar o caso.
Na segunda-feira, Patriota deixou o cargo e foi indicado para representar o Brasil na ONU. O senado precisará sabatiná-lo.