quinta-feira, 29 de janeiro de 2015


Crise na Petrobras piora cenário da indústria de bens de capital

Empresas do país sofrem com inadimplência de empreiteiras e com a redução de 30% nos investimentos em obras da estatal

Patrycia Monteiro Rizzottopmonteiro@brasileconomico.com.br

São Paulo - Após o terceiro ano sucessivo de queda de faturamento em 2014, com recuo acumulado superior a 20% em quatro anos, a indústria de bens de capital estima mais perdas este ano e teme pelos impactos da redução de 30% nos investimentos anunciados pela Petrobras. “O cancelamento das obras das refinarias Premium I e II, no Maranhão e no Ceará, foi um balde de água fria para os fabricantes nacionais de máquinas e equipamentos que já estão sofrendo com contas não pagas por empresas contratadas pela Petrobras”, afirmou José Velloso Dias Cardoso, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Segundo a entidade, das 400 empresas do setor que atuam no segmento de petróleo e gás, cerca de 120 estão enfrentando problema de inadimplência, sendo que 30 delas relatam que têm R$ 200 milhões a receber. “Estamos concluindo um levantamento sobre a situação das empresas que atuam no segmento e em breve consolidaremos as cifras. Vamos nos reunir com Graça Foster na próxima quarta-feira (4) para discutir a questão e tentar sensibilizá-la”, conta Cardoso, mencionando que a participação do segmento de petróleo e gás no faturamento do setor é de R$ 8 bilhões.

De acordo com Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, a queda na atividade econômica e no nível de investimento no país no ano passado foram os principais fatores que levaram o setor a registrar uma queda de 13,7% no faturamento em relação a 2013, resultando no corte de 13 mil postos de trabalho. “As perspectivas para 2015 não são animadoras. Infelizmente, até agora a equipe econômica do governo só apresentou um pacote de maldades, anunciando os aumentos de impostos e dos juros, que só fazem elevar o custo Brasil. Nos próximos dias, teremos uma série de audiências com ministros, onde vamos expressar a nossa insatisfação e pedir para que a presidenta anuncie também um pacote de bondades que contribua para melhorar a competitividade da indústria brasileira”, disse, destacando que a formação bruta de capital deve ficar abaixo dos 17% do PIB em 2014, enquanto a média mundial é de 25,4%.

Na semana que vem, representantes da Abimaq vão se reunir com os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), o presidente do BNDES Luciano Coutinho e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Pastoriza contou que se reuniu recentemente com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que não deu grandes esperanças de que o programa de Modernização do Parque Industrial Nacional (Modermaq) — uma das principais reivindicações do setor — saia do papel este ano. “A presidenta insinuou que dará incentivos às exportações, mas medidas pontuais não são suficientes para revigorar a indústria de transformação brasileira. Precisamos de medidas mais estruturantes”, argumenta, dizendo que medidas como o Reintegra e a desoneração da folha de pagamento são benéficas, mas correspondem a uma pequena fração do custos do setor.

De acordo com dados da Abimaq, o único indicador positivo de 2014 foi o aumento de 7,4% nas exportações, que totalizaram US$ 13,3 bilhões em receitas, correspondendo a 45% do faturamento total do setor — percentual bem acima da média histórica de 32%. Os principais mercados consumidores de máquinas e equipamentos brasileiros foram os países da América do Sul, com 34,1% de participação no geral das receitas, seguidos pelos Estados Unidos, com 28,7%, e a Europa, com 19,4%. “Entre as maiores economias mundiais, os Estados Unidos serão os únicos a registrar crescimento este ano, por isso acreditamos que haverá um aumento das vendas para o mercado americano.

Caso o real continue o processo de depreciação, a expectativa é que as exportações cresçam em 2015”, diz Mario Bernardini , assessor econômico da Abimaq. As importações do setor caíram 12,1% em relação a 2013, contribuindo para reduzir em 24,2% o déficit da balança comercial do setor de US$ 15,2 bilhões. Atualmente as máquinas e equipamentos importados detém 71% de participação no mercado.

 

Sem hidrovia, custo para escoar a soja chega a US$ 46 milhões

Com o cancelamento da abertura da Tietê-Paraná , por causa da seca, 2,5 milhões de toneladas de grãos de Mato Grosso e Goiás terão de ser escoados via ferrovias e rodovias. Produtores preveem ganhos ainda menores

Aline Salgado aline.salgado@brasileconomico.com.br

Rio - Pelo segundo ano seguido, os produtores de grãos do Mato Grosso e de Goiás terão de amargar a redução da rentabilidade de suas produções por causa do aumento dos custos com o frete. O cancelamento da abertura da Hidrovia Tietê-Paraná prevista para janeiro, por causa da seca, vai gerar uma expansão de gastos com logística calculados em US$ 46 milhões, cerca de R$ 118,2 milhões. Com a mudança, os 2,5 milhões de toneladas de soja, farelo e milho, a serem colhidos este ano, terão de ser escoados via ferrovias e rodovias até o Porto de Santos.

Desde maio de 2014, a Tietê-Paraná está fechada, por causa da estiagem no Sudeste. No ano passado, cerca de 20 milhões de toneladas deixaram de ser transportados via fluvial. O diferencial de custo de frete levou a um prejuízo de US$ 37 milhões, segundo cálculos do diretor executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, presidido pela Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Edeon Vaz Ferreira.

De acordo com o executivo, o aumento de custos atinge diretamente os produtores, que com margens de lucro já reduzidas em função da queda do preço internacional da soja, vêm abrindo mão de investimentos em tecnologia e na ampliação de área de cultivo. Há quatro anos, com mercado mais favorável, a soja estava sendo cotada a US$ 15 o bushel. Hoje, o preço gira em US$ 10.

“O produtor já vêm perdendo sua capacidade de investimento e, com o aumento do custo do frete, sua rentabilidade cai ainda mais”, afirma Ferreira, explicando que a definição do preço de venda da produção às tradings é determinado pelo produto no porto.

“Paga-se menos pela produção quando se gasta mais com frete”, acrescenta Ferreira, afastando o risco de inadimplência por parte dos produtores neste ano. “A menos que os preços da soja continuem em queda. Algo que não deve acontecer agora”.

Do Departamento de Logística da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo ( Esalq/Log/USP), o economista Samuel Neto calcula que, para garantir todo o escoamento de grãos que a Tietê-Paraná realizava por ano, seriam necessários mais de 40 mil caminhões, transportando cerca de 45 toneladas cada. O aumento da demanda na área de logística que a ausência da hidrovia deixou não deve, no entanto, provocar um boom nos preços dos fretes, segundo o especialista.
“Observamos que não houve um reajuste de forma tão intensa nos fretes no ano passado. Não só o modal rodoviário, como o ferroviário, tiveram que absorver esse aumento de demanda que se abriu com a indisponibilidade de uso da hidrovia”, afirma Neto.

Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IME), a cotação do frete de grãos em Sorriso (MT) para o Porto de Santos estava a R$ 230, no dia 19, data mais recente. Mas a tendência é que com o avanço da colheita de soja no Mato Grosso, maior estado produtor, a partir da segunda quinzena de fevereiro, os preços comecem a subir.

“Como há a necessidade imediata de escoamento, a janela de exportação acaba se concentrando entre fevereiro a agosto, com pico previsto para abril. Neste mês, poderemos ter uma pressão no preço dos fretes”, diz.

Para o diretor-geral do Instituto de Logística e Suply Chain, Paulo Fleury, sem investimentos em hidrovias, o produtor brasileiro de grãos continuará tendo que lidar com a redução de suas margens de lucro. “ O fechamento da Tietê-Paraná vai estacionar os projetos de investimento em eficiência da hidrovia, ocasionando um prejuízo a mais para os produtores de grãos do país no futuro. É um banho de água fria”, critica.

“Sempre se percebeu os problemas da Tietê-Paraná, mas dava para, mesmo com menor eficiência e em menos tempo, usar a rota. O fechamento em função da seca pode levar a um desestímulo de investimentos total dos empresários por lá”, avalia.

 

Contas do governo tem déficit de R$ 17,24 bilhões em 2014, diz Tesouro

Foi o 1º déficit fiscal nas contas públicas em 18 anos. Resultado foi impactado pelo aumento dos gastos aliado à fraca economia

Reutersredacao@brasileconomico.com.br

Brasília - O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) fechou 2014 com déficit primário de R$ 17,243 bilhões, o primeiro resultado negativo da história, impactado pela expansão maior dos gastos em um cenário de fraca atividade econômica.

Em 2013, a economia feita para pagamento de juros da dívida havia ficado positiva em R$ 76,994 bilhões.

Segundo informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira, a receita líquida atingiu R$ 1,014 trilhão, alta de 2,3% frente ao ano anterior, mas a despesa total cresceu muito mais no período, 12,8%, a R$ 1,031 trilhão.

Só os gastos com benefícios trabalhistas (seguro-desemprego e abono salarial) somaram R$ 54,381 bilhões, 21,7% maiores frente a 2013. Os investimentos públicos somaram R$ 77,535 bilhões no ano passado, 22,6% maiores na comparação anual, incluindo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Para tentar mudar esse cenário e resgatar a confiança dos agentes econômicos, a nova equipe econômica --encabeçada pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e pelo presidente do BC, Alexandre Tombini-- já anunciou diversas medidas para reduzir gastos e elevar as receitas. Juntas, essas ações somam pelo menos R$ 70 bilhões.

No ano passado, diante da fraca atividade econômica, a arrecadação de tributos federais registrou retração real de 1,8%, a primeira vez desde 2009.

Em 2014, o Tesouro Nacional teve superávit primário de R$ 39,570 bilhões, queda de quase 70% sobre 2013, enquanto a Previdência Social apresentou déficit de R$ 56,698 bilhões. No período, o BC mostrou resultado fiscal negativo de R$ 114,8 milhões.

Só em dezembro, o governo central mostrou superávit primário de R$ 1,039 bilhão, o mais baixo desde 2008, quando houve déficit de R$ 19,994 bilhões.

 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015


O narcotráfico é um dos principais motivos para as altas taxas de homicídios em Manaus (Winnetou Almeida)

Manaus está no ranking das 50 cidades mais violentas do mundo em 2014

Com 749 homicídios registrados no ano passado, a capital do Amazonas está em 33º lugar, o que significa uma taxa de 37,7 por possuir 2 milhões de habitantes

24 de Janeiro de 2015

ACRITICA.COM

 

Manaus está na listada no ranking das 50 cidades mais violentas do mundo em 2014, produzida pela ONG Conselho Cidadão pela Seguridade Social Pública e Justiça Penal, do México. Com 749 homicídios registrados no ano passado, a capital do Amazonas está em 33º lugar, o que significa uma taxa de 37,7 por possuir 2 milhões de habitantes.

A lista é liderada por San Pedro Sula, em Honduras, que teve 1,317 para uma população de 769,025 habitantes; Caracas, na Venezuela, com 3,797 mortes para 3,273,863 habitantes; e Acapulco, no México, que teve 883 assassinatos por 847,735 habitantes.

Brasil

O Brasil tem nada menos de 19 cidades - de toda as regiões - listadas no "ranking sangrento", o que significa que um terço das 50 cidades mais violentas do planeta está aqui.

Dez das 19 cidades pertencem à região Nordeste. São elas João Pessoa (4º lugar), Maceió (6º), Fortaleza (8º), São Luís (10º), Natal (11º), Salvador (17º), Teresina (20º), Recife (29º), Campina Grande (30º) e Aracaju (39º).

No Norte ainda aparecem na lista Macapá (46º) e Belém (18º). No Sul, as mais violentas são Curitiba (44º) e Porto Alegre (37º). Na região Centro-oeste as maiores estatísticas de criminalidade estão em Goiânia (23º), Cuiabá (16º). No Sudeste aparecem Belo Horizonte (42º) e Vitória (15º).

Curiosamente não estão no ranking as maiores cidades como São Paulo e Rio de Janeiro

Confira os dados abaixo:

 

46. Macapá

Total de mortes em 2014: 129

Habitantes: 446,757

Taxa de homicídios: 28.87

 

44. Curitiba

Total de mortes em 2014: 587

Habitantes: 1,864,416

Taxa de homicídios: 31.48

 

42. Belo Horizonte

Total de mortes em 2014: 1,926

Habitantes: 5,767,414

Taxa de homicídios: 33.39

 

39. Aracaju

Total de mortes em 2014: 312

Habitantes: 912,647

Taxa de homicídios: 34.19

 

37. Porto Alegre

Total de mortes em 2014: 1,442

Habitantes: 4,161,237

Taxa de homicídios: 34.65

 

33. Manaus

Total de mortes em 2014: 749

Habitantes: 2,020,301

Taxa de homicídios: 37.07

 

30. Campina Grande

Total de mortes em 2014: 153

Habitantes: 402,912

Taxa de homicídios: 37.97

 

29. Recife

Total de mortes em 2014: 1518

Habitantes: 3,887,261

Taxa de homicídios: 39.05

 

23. Goiânia

Total de mortes em 2014: 633

Habitantes: 1,412,364

Taxa de homicídios: 44.82

 

20. Teresina

Total de mortes em 2014: 416

Habitantes: 840,6

Taxa de homicídios: 49.49

 

18. Belém

Total de mortes em 2014: 1,13

Habitantes: 2,129,515

Taxa de homicídios: 53.06

 

17. Salvador

Total de mortes em 2014: 2,129

Habitantes: 3,919,864

Taxa de homicídios: 54.31

 

16. Cuiabá

Total de mortes em 2014: 467

Habitantes: 827,104

Taxa de homicídios: 56.46

 

15. Vitória

Total de mortes em 2014: 1074

Habitantes: 1,884,096

Taxa de homicídios: 57.00

 

11. Natal

Total de mortes em 2014: 931

Habitantes: 1,462,045

Taxa de homicídios: 63.68

 

10. São Luís

Total de mortes em 2014: 908

Habitantes: 1,403,111

Taxa de homicídios: 64.71

 

8. Fortaleza

Total de mortes em 2014: 2,541

Habitantes: 3,818,380

Taxa de homicídios: 66.55

 

6. Maceió

Total de mortes em 2014: 733

Habitantes: 1,005,319

Taxa de homicídios: 72.91

 

4. João Pessoa

Total de mortes em 2014: 620

Habitantes: 780,738

Taxa de homicídios: 79.41

 

Satélite Geoestacionário: Defesa dá segmento a processo de absorção de tecnologia

Publicado em Segunda, 26 Janeiro 2015 11:06 | Última atualização em Segunda, 26 Janeiro 2015 11:29

Brasília, 26/01/2015 – Até o final deste mês, um novo grupo de engenheiros das Forças Armadas será enviado para as instalações da Empresa Thales Alenia Space (TAS), em Cannes, na França, onde são realizadas as atividades de treinamento para absorção de tecnologia, previstas no projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).
Esses profissionais se juntarão a outros brasileiros – da Aeronáutica, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Empresa VISIONA – que já passaram pelos cursos básico e avançado e, atualmente, atuam dentro da empresa Thales, contratada pelo Brasil para ser a fornecedora do satélite.

Foto: Thales Alenia Space 

 

O processo de absorção de tecnologia consiste em capacitar os profissionais brasileiros que vão trabalhar principalmente nas duas estações de controle do artefato, uma, em Brasília, outra, no Rio de Janeiro, e, ambas, instaladas dentro de organizações militares. De acordo com o diretor de Política Espacial da AEB, Petrônio Noronha de Souza, o programa de absorção de tecnologia, previsto na contratação do SGDC, teve início no começo de 2014, quando foram enviados 26 profissionais brasileiros que passaram pela fase de cursos introdutórios e avançados na empresa.

Este ano, começa a segunda etapa do programa e o novo grupo de profissionais técnicos e engenheiros completarão o novo contingente, com um total de quatro representantes AEB, oito do INPE, dez do Ministério da Defesa, nove da empresa Visiona, seis da Telebras e dois do Ministério das Comunicações, num total de 39 profissionais.

Segundo o representante do Ministério da Defesa no Grupo-executivo do Projeto, coronel Edwin Pinheiro da Costa, os profissionais do ministério e da Telebras trabalharão diretamente no projeto e também deverão contribuir com a parte de transferência de tecnologia futuramente.

“Ao retornarem ao Brasil, esses profissionais poderão assumir atividades de controle do satélite, nos centros de operação. Com a experiência adquirida, eles também estarão aptos a atuar no desenvolvimento de futuros projetos espaciais no Brasil”, disse.

 

Segundo ele, a parte de transferência de tecnologia inclui ainda o treinamento de profissionais de empresas de tecnologia aeroespacial que, futuramente, se tornarão aptos a construir módulos componentes de satélites. O representante do Ministério da Defesa no Comitê Diretor do Projeto SGDC, brigadeiro Luiz Fernando de Aguiar, explica que esse processo de capacitação da indústria nacional servirá também para apoiar o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), que prevê a construção de outros novos satélites com a participação da indústria nacional.

“Estamos abrindo uma porta para que essa tecnologia ingresse no país. Temos o MCTI, AEB e outros órgãos diretamente envolvidos no processo de transferência de tecnologia para que possamos, no futuro, construir um satélite como esse no Brasil”, explica. “O ganho maior é essa absorção de tecnologia por parte do nosso pessoal e das nossas empresas para que, no futuro, possamos ingressar nesse mercado”, completou o brigadeiro destacando que, atualmente, diversos serviços meteorológicos são feitos por empresas estrangeiras, o que deverá mudar quando o país passar a dominar tal tecnologia.

Em dezembro do ano passado, uma equipe do Ministério da Defesa participou, em Toulouse, na França, da etapa de revisão crítica do projeto, na qual foram ajustados alguns detalhes técnicos finais do projeto.
O Satélite Geoestacionário terá uma banda X, voltada as comunicações militares, e uma banda ‘Ka’, para uso de comunicação civil no âmbito do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Com previsão de lançamento para o segundo semestre do ano que vem, o novo satélite será o primeiro a ser 100% controlado pelo governo.

Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa

'O setor elétrico brasileiro perdeu suas linhas de defesa'

Presidente da PSR, empresa que desenvolve modelos computacionais para o setor elétrico, Mario Veiga diz que o país precisa ter realismo energético para evitar perdas ainda piores

Nicola Pamplonanicola.pamplona@brasileconomico.com.br

O que, de fato, aconteceu na última segunda-feira?

A cada segundo, o total de geração tem que ser igual ao total de demanda. Se você agora acender a luz, um gerador a centenas de quilômetros de distância reagirá para lhe atender. E para eu ter capacidade de injetar energia ou retirar energia instantaneamente, é preciso ter reserva no sistema. Então, na operação do dia a dia, há a geração de energia que é fisicamente igual à demanda e é preciso ter uma reserva, que é chamada de reserva girante, porque o equipamento tem que estar prontinho para entrar, igual a um jogador de futebol que já está aquecido e pronto para entrar em campo. Essa reserva girante, segundo o padrão internacional, que também vale para o Brasil, precisa ser de 5% da demanda. Na segunda-feira, a demanda estava em torno de 86 mil MW. Assim, a reserva precisaria ser de 4,3 mil MW — ou seja, era necessário que tivéssemos 90 mil MW. O que acontece se não tem essa reserva? Na hora em que a demanda passar de 86 mil para 86,1 mil, já não consegue atender à demanda e aí os geradores começam a girar mais devagar. É uma situação análoga a quando você está andando de bicicleta no plano e começa a subir uma ladeira: você começa a pedalar mais devagar. Mas, no setor elétrico, não pode girar mais devagar, porque os aparelhos queimam. E os geradores têm um sistema de proteção, chamado relé de subfrequência, um sensor que fica medindo quantas vezes tudo está girando. Se este sistema passar de 60 Hz para 59 Hz, o relé desliga o gerador, a geração cai e a frequência cai ainda mais, e aí cai outro gerador. E aí tem efeito dominó, que pode chegar a um desligamento total, que seria péssimo.

Por isso a determinação do ONS para aliviar a carga?

Isso. A medida do ONS é correta. Em outros países, isso é feito antecipadamente toda vez que a reserva cai. Nos EUA, se a reserva cair abaixo de 3%, o operador já começa a fazer correções. O que chamou a atenção no caso de segunda-feira foi que, na maior parte dos países, há uma espécie de aviso, o operador começa a monitorar a reserva caindo e já manda um sinal amarelo, de que há risco de que haja corte de carga. No caso do Brasil, essa medida foi tomada sem qualquer aviso. E é por isso que, embora o ONS fale que é um desligamento de carga, a melhor expressão é blackout preventivo. Porque a definição de blackout é uma interrupção inesperada da demanda. É como se o ONS tivesse adotado um blackout preventivo para evitar um blackout descontrolado. A ação emergencial tomada foi correta, mas a pergunta importante é: por que chegamos a essa situação?

Qual o seu diagnóstico?

Na minha opinião, chegamos a essa situação emergencial porque, ao longo dos últimos três anos, fomos perdendo as linhas de defesa. É claro que, se a demanda varia e sobe de repente, os geradores quebram, isso é corriqueiro. É claro que linhas importantes como a Norte-Sul também saem. E, da mesma maneira, é claro que tem meses em que as vazões são muito ruins. Então, ninguém planejaria um sistema para ficar vulnerável a coisas tão corriqueiras. Planeja-se um sistema que seja blindado contra essas variações. A queda de uma linha é a causa imediata de um apagão. Pode ser. Mas não é a causa estrutural. Nossa primeira linha de defesa é o armazenamento nos reservatórios. E nós esvaziamos completamente os reservatórios. No início de 2015, chegamos ao pior nível da história. Muita gente diz que é porque tivemos três anos de seca. Isso não é verdade. O ano de 2012 foi um ano bem razoável, com 90% da média histórica. O ano de 2013, para surpresa de muita gente, foi um ano muito bom, que cravou a média histórica. E por que se esvaziaram? Porque o sistema está com menos capacidade real, efetiva, de produzir energia do que os números teóricos dizem.

Como assim?

Desde 2010, está havendo um esvaziamento anômalo dos reservatórios. Se você roda os modelos de planejamento para saber onde estaria o sistema no final de 2013, usando exatamente as mesmas informações de demanda e de geração que ocorreram em 2013, o modelo diria que chegamos ao final do ano de uma maneira, mas a realidade é outra. Há uma diferença gigantesca.

O que explica isso?

Em primeiro lugar, o sistema de transmissão, na vida real, está com muito mais problemas e restrições do que os modelos do governo indicam. O segundo fator é que a eficiência de produção das usinas hidrelétricas — quer dizer, quanta água elas precisam para produzir um megawatt-hora — na vida real é bem pior do que os modelos dizem. E a terceira coisa é muito específica do Rio São Francisco. Este ano estamos com uma seca severa no São Francisco. Mas em 2013, teve seca abaixo da média também; em 2012, também foi abaixo da média; e, em 2011, abaixo da média, apesar de ter sido o quarto ano mais molhado da história no Brasil inteiro. Aí, resolvi perguntar há quantos anos o São Francisco está abaixo da média. O São Francisco está abaixo da média há 20 anos! Ora, se está assim há 20 anos, é porque a média está errada. Mas os modelos continuam, de forma otimista, sempre achando que vai ocorrer a média.

Então, o planejamento está sendo feito com dados irreais?

Sim, irreais. A combinação de São Francisco abaixo da média com restrições de transmissão e com as hidrelétricas não produzindo o que deveriam causa discrepância. Quando conversamos com o operador do sistema, ele diz que a discrepância é pequena, de 2%. Sim, mas 2% por mês. Olhando dois meses, dá 4%. E aí, ao final de três anos, a discrepância fica gigantesca. E é isso que explica a diferença entre os estudos do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que sempre dizem que está tudo bem, e a realidade. Qual a grande diferença entre as projeções feitas pela PSR e as projeções feitas pelo governo? Os modelos computacionais são idênticos, fomos nós quem escrevemos a metodologia dos modelos que o governo usa. A diferença é que nós recalibramos os modelos para ficarem mais aderentes à realidade.

Quando perceberam isso?

Nós alertamos em 2010 que tinha alguma coisa errada. Começamos 2010 com o melhor armazenamento da história. Mas, ao longo do ano, o sistema estava desabando. Aí começamos a analisar e identificamos esse esvaziamento anômalo. Alertamos o governo, tivemos muito diálogo com o pessoal do Planejamento para alertar que estava acontecendo algo. Mas não é tão óbvio, porque as usinas hidrelétricas não têm medidores para medir quanta água passa pelas turbinas. Em muitos casos, o cálculo do volume de água é feito com base na energia produzida e em um coeficiente de eficiência teórico. É o contrário. Mas, justiça seja feita, a Aneel está há muitos anos tentando que esses medidores sejam instalados. Também a ANA e o ONS começaram a fazer uma campanha de aferição do São Francisco. É excelente começar a verificar as causas do problema. Mas o problema existe. É como chegar no hospital com hemorragia. É ótimo, depois, verificar com calma as razões daquilo, mas na hora é anticoagulante e transfusão. O que seria o equivalente ao anticoagulante? Na nossa opinião seria, em 2010, já contratar 2,5 mil MW para dar um reforço emergencial. Não quero nem saber, em um primeiro momento, porque é que houve o problema. Quero é impedir que o paciente entre em choque.

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Sim. Se tivesse sido feito, esse reforço teria entrado em 2013 e nada disso teria acontecido. Então, a gente foi perdendo sucessivamente linhas de defesa. Em 2014, já estava claro que o sistema iria terminar o ano extremamente baixo. Essa foi a razão pela qual nós recomendamos em maio que se fizesse redução do consumo. Chegaríamos ao final do ano com mais energia armazenada e isso daria tranquilidade. E o governo, de certa forma, confiou que fosse chover. E agora estamos em uma situação muito desconfortável. Não é correto culpar São Pedro. Também não é correto dizer que foi porque a linha caiu, que o gerador saiu. Eu acho até que é pior para a população, porque quer dizer que toda hora que uma linha cair, vai cair o abastecimento. É claro que o pessoal da operação é muito mais competente do que isso. Isso só está dando estresse porque perdemos as linhas de defesa. A terceira linha de defesa que perdemos é mais sutil. A gente teve uma saraivada de blecautes nos últimos anos. Se você verificar os índices de desempenho do sistema de transmissão nos últimos anos, eles são piores que os próprios padrões do ONS. Muita gente pensa que é porque atrasou a transmissão. Mas os últimos têm ocorrido, na imensa maioria, porque houve falhas nas subestações. Isso é um problema de manutenção. E uma das razões que agravou isso nos últimos anos foram as restrições financeiras das empresas federais, que é uma das consequências da MP 579. Então, o que temos de confluência: perdemos a primeira linha de defesa, que era ter capacidade estrutural de geração para compensar o esvaziamento anômalo. Perdemos a segunda linha de defesa, quando apostamos que iria chover. E perdemos a terceira linha de defesa, com a deterioração do sistema de transmissão. E agora, estamos em uma situação complicada, em que temos pouca margem de manobra e qualquer coisa acidental pode causar problema. E a pergunta é: a água que temos dentro dos reservatórios, mais as termelétricas, biomassa e eólicas, vai ser suficiente para atender a demanda durante todo o ano? Começa a ficar muito preocupante.

Qual a probabilidade de racionamento este ano?

Olhando agora, no final de janeiro, e levando em consideração que todo mundo torce para chover em fevereiro e março, existe, na nossa conta, 50% de probabilidade de não termos capacidade suficiente de energia.

Mas se os dados são conhecidos, e o risco está sendo alertado, por que o governo não toma medidas?

Em primeiro lugar, precisamos ser justos. Veja o comportamento do governo de São Paulo com relação à água. É igualzinho. O quadro geral que se instalou na cabeça dos governantes é que, politicamente, admitir a escassez ou fazer apelos para racionalização dá problema. Eu considero que isso é quase uma ofensa à maturidade da população brasileira, que já passou por crises cambiais horrorosas, que já passou por hiperinflação, que já reagiu magnificamente quando tivemos problema de suprimento de energia. Achar que essa população não consegue entender que estamos em uma situação difícil é complicado.

E o ONS, não deveria ter uma postura mais combativa?

ONS é o sujeito que pilota o avião. E ele pilota o avião com os recursos que tem. O governo diz que ele tem um Airbus 380 mas, na prática, ele tem um Sucatão. Ele está tomando medidas absolutamente heróicas para o avião não cair. Várias vezes o Hermes Chipp (presidente do ONS) declarou em público que era importante colocar termelétricas. Dentro do que ele pode fazer, que é alertar, ele fez. Mas acho que não é papel do operador do sistema vir a público e rasgar as vestes. A questão, nesse aspecto das responsabilidades, é: os estudos de planejamento estão indicando que há problemas. Há uma defasagem entre as projeções e a realidade operativa. E essa união entre planejamento e operação deveria ser equacionada no CMSE. E aí, não tenho conhecimento para dizer por que não há o grau necessário de coordenação. E também não vale à pena chorar pelo leite derramado. A realidade é que o país perdeu janelas de oportunidade para evitar a queda das linhas de defesa. E a última arma, a racionalização do consumo, não foi usada. É excelente que o Brasil tenha entrado no realismo fiscal. Também, felizmente, entramos no realismo tarifário. Quem sabe a gente não completa o tripé e entramos no realismo energético? Enquanto não entrarmos no realismo energético, ficamos numa situação em que todo mundo perde. Se o governo fizesse um apelo, se aparecesse na televisão dizendo: “Gente, a conta de luz vai subir, então a economia vai ser boa para o país, e para o bolso de vocês”... É um mote muito legal, mesmo do ponto de vista do consumidor. Uma situação em que todo mundo ganha. Se não alertar e der o azar de não conseguir atender, os consumidores estarão pagando muito caro por um produto que não existe, o que pode gerar um desgaste político gigantesco, uma situação em que todo mundo perde. Inclusive, existe uma unanimidade impressionante entre analistas, independentemente de sua visão do sistema elétrico, de que medidas de racionalização só têm vantagens.

Mas o governo ainda não parece sensibilizado...

É um assunto que causa certa perplexidade. As notícias dos jornais hoje (quinta-feira) são até interessantes: há um apoio muito grande ao Joaquim Levy (ministro da Fazenda), uma resposta muito positiva, pela sinceridade. O Joaquim Levy não estava dando boas notícias em Davos. Pelo contrário, eram notícias muito ruins. Mas o que os investidores veem? Que vamos passar por um período difícil porque estamos colocando a casa em ordem. Mas, em 2016 ou 2017, a coisa vai melhorar. É tudo o que o investidor precisa. O que afasta os investidores é a incerteza, é a sensação de que a coisa está com pouco rumo.

O que o sr. quer dizer com “realismo energético”?

No curtíssimo prazo só se pode fazer um apelo pela racionalização. No médio prazo, temos que recompor a capacidade de produção do sistema e, em paralelo, fazer uma reavaliação das deficiências estruturais e institucionais que precisam ser sanadas. Em setembro de 2001, estava todo mundo tranquilo, o racionamento já ia acabar, a população tinha reagido de uma maneira fantástica. E aí, o ministro Pedro Parente começou um grupo de trabalho, que era chamado de grupo de revitalização, para analisar as causas profundas que nos levaram àquela situação. E a partir disso se fez uma série de análises, com a participação de todos os agentes, dos problemas no desenho institucional e regulatório, apontando soluções. Esse conjunto de documentos, que era uma análise muito objetiva, muito crítica e muito construtiva, foi uma das fontes de informação da então ministra Dilma Rousseff, já no início do governo seguinte. Se você olhar a documentação que foi feita pelo grupo de revitalização no final de 2001 e o desenho geral do modelo do setor elétrico, tem muitas coisas em comum. E é assim que as coisas avançam. Dá errado, se analisa objetivamente e conserta. O suprimento de energia elétrica é uma questão da sociedade, é uma questão da população, não é uma questão de governo.

Essas questões já foram levadas ao governo?

Várias associações, como o Fórum das Associações do Setor Elétrico, têm levado sugestões. Sei que tiveram reunião com o ministro Eduardo Braga. Sei que a Academia Nacional de Engenharia está levando outro documento. Mas temos que ter um pouco de paciência porque o ministro acabou de entrar. Está conversando, tomando pé da situação. Acho que só depois desse período é que vamos ver o que o governo vai fazer. Mas, por exemplo, em termos de sinalização, acho que São Paulo andou mais rápido, porque tanto o Benedito Braga na Secretaria de Recursos Hídricos, quanto o Jerson Kelman na Sabesp, sinalizam uma reorientação. É possível que, no caso do MME, aconteça a mesma coisa. Mas temos que esperar para ver.

Como o sr. vê a expansão de longo prazo?

Temos oportunidades absolutamente extraordinárias, o Brasil é fantástico. Sou um grande entusiasta dos recursos naturais brasileiros. Temos dois portfólios, o das renováveis e o das termelétricas. Nas renováveis, é claro que a grande estrela é a hidrelétrica, mas tem eólica, biomassa e, agora, a solar. A eólica tem um padrão de produção que é complementar com a hidrelétrica e com a biomassa. Então, se, por alguma razão não conseguirmos construir mais hidrelétricas, podemos aumentar bastante a participação de eólica e biomassa. E, embora o leilão de solar tenha sido bem sucedido, na nossa opinião o grande mercado para esta fonte está na geração distribuída. Porque uma solar, do lado da geração, está competindo com eólicas a R$ 100 por MWh, é duríssimo. Mas uma solar na sua casa compete com a tarifa cheia, que é R$ 600 por MWh. E, além disso, o fato de nosso consumo máximo ser devido ao ar condicionado é perfeito para a solar. Em muitos países dizem que a solar não adianta porque funciona de dia, enquanto o grande consumo é à noite. No Brasil, não. O uso do ar condicionado depende do calor. Num dia nublado, a solar não funciona direito, mas o ar condicionado está desligado. Num dia de sol, a solar bomba e o ar condicionado também. É um negócio que encaixa muito bem.

E as térmicas?

No caso de termelétricas, é evidente que nossa opção preferencial é o gás. Mas temos ainda uma incerteza muito grande, tem que haver equacionamento da questão da Petrobras. E há também o fato de que, no pré-sal, o gás é associado. Então, temos gás longe e dependente da produção de petróleo. O plano B é Bolívia e Argentina, que são muito ricos em gás. É claro que nossa experiência recente com a Bolívia não tem sido das mais animadoras, mas há sinalizações do governo Evo Morales de que há interesse em reaproximar, o que é muito bom. E a Argentina não passa pelos seus melhores momentos, mas é da vida, tem que pensar em longo prazo. O plano B é o carvão. Os meus amigos ambientalistas vão chiar, mas é uma ótima opção para o Brasil. Primeiro, porque temos proporção gigantesca de energia limpa. E o fornecimento de carvão não é muito afetado por problemas geopolíticos, o que dá muito mais previsibilidade. A terceira opção é nuclear. Existe uma nova geração de usinas nucleares que são montadas de maneira mais modularizada, principalmente nos EUA e na China. Se conseguirmos reduzir o tempo de construção, a competitividade da nuclear fica muito grande e poderíamos alavancar nossos recursos de urânio. Como nós temos abundância de recursos, temos a vantagem de ficar de olho no que está sendo feito no mundo e esperar para montar no cavalo na hora certa. Por exemplo, houve um investimento muito grande dos europeus e americanos em eólica. Eles gastarem um bocado de dinheiro para aperfeiçoar aquilo e, no momento em que aperfeiçoou, a gente deu bote e entrou na hora certa. Está acontecendo a mesma coisa com a solar. Eles investiram à beça para cair o preço e a gente entrou na hora certa. Então, parte da sabedoria do planejamento é ficar de olho, não se afobar e esperar a hora de o cavalo passar para montar.

O sr. acha que um apelo pela racionalização é suficiente ou são necessárias medidas que doam no bolso?

Doer no bolso, já vai doer. Poderíamos aproveitar para avisar que vai doer no bolso e pedir colaboração. No ano passado, poderia ter ido à TV para estimular o uso racional da energia. Todo mundo ganha com isso. Hoje, já teria que reforçar a mensagem: “Vai ser bom para o seu bolso e bom para o sistema”. Continua todo mundo ganhando. E aí, temos que esperar até o final de abril, para, eventualmente, pedir para apertar os cintos.

Qual seria o nível de conforto para os reservatórios?

O próprio operador tinha sinalizado que precisaria de 30%. Mas o ponto é o seguinte: olhando agora para 2001, talvez pudéssemos ter feito um racionamento menor. O racionamento foi mais severo porque o objetivo era entregar o sistema em excelentes condições. A questão é: quereremos fazer o mínimo para chegar no ano que vem e ter que ficar pedindo para São Pedro de novo? Melhor acertar as coisas de vez. A verdade é que estamos há três anos com térmicas ligadas o tempo todo. Isso não é brincadeira. É absolutamente anormal.