26/05/2014 | 09:20 - Atualizado em: 26/05/2014 | 09:09
Rússia está disposta a
dialogar com novo governo da Ucrânia
O chefe da
diplomacia russa não anunciou, no entanto, um reconhecimento formal da
legitimidade do novo presidente ucraniano
AFPredação@brasileconomico.com.br
Moscou - A Rússia está "disposta a dialogar" com o novo
presidente ucraniano Petro Poroshenko, afirmou o chanceler russo Serguei
Lavrov, que pediu a Kiev o fim da operação militar contra as forças
separatistas pró-Moscou no leste da Ucrânia.
"Estamos dispostos a dialogar com os representantes de Kiev, com
Petro Poroshenko", que foi eleito domingo, declarou Lavrov.
"Estamos dispostos a iniciar um diálogo pragmático, em pé de
igualdade, baseado no respeito de todos os acordos, em particular na área
comercial, econômica e de gás, com o objetivo de buscar soluções aos problemas
atuais entre Rússia e Ucrânia", completou.
O chefe da diplomacia russa não anunciou, no entanto, um reconhecimento
formal da legitimidade do novo presidente ucraniano. "Como disse o
presidente (Vladimir Putin), respeitaremos o resultado decidido pelo povo
ucraniano", se limitou a declarar.
A eleição de Poroshenko coroa para Kiev o processo iniciado com a
destituição em fevereiro, pelo Parlamento ucraniano, do presidente pró-Rússia
Viktor Yanukovich, após vários meses de protestos violentos. Mas a votação não
aconteceu na maior parte do leste do país, que está em aberta rebelião
separatista.
Putin afirmou na semana passada que consideraria "com
respeito" o resultado da eleição na Ucrânia, mas sem pronunciar-se sobre a
legitimidade da votação. Segundo Lavrov, "o mais importante é que as
atuais autoridades (ucranianas) respeitem os cidadãos, o povo, e permitam
alcançar compromissos que levem em consideração todas as forças
políticas".
Ele condenou a operação "antiterrorista" do governo ucraniano
contra as forças pró-Rússia do leste. "Seria um erro colossal
prosseguir com a operação" advertiu, antes de pedir o respeito ao 'mapa do
caminho' da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).
O plano prevê o fim da violência e uma anistia aos opositores
pró-Rússia, o desarmamento dos grupos armados e o "retorno do monopólio da
força ao Estado", a promoção do diálogo nacional e a organização das
eleições presidenciais que aconteceram domingo.