Brasil e Reino Unido têm grande interesse na
descoberta de novas terapêuticas para malária
Nova droga contra
malária é testada em Manaus
Medicamento pode
reduzir o tempo de tratamento da doença de sete para apenas um dia. Se
comprovada sua eficácia, droga deverá ser adotada pelo Ministério da Saúde
Manaus, 05 de Maio de 2014
JORNAL A CRÍTICA
Brasil e Reino Unido têm grande interesse na
descoberta de novas terapêuticas para malária (Arquivo A CRÍTICA)
A Fundação de Medicina Tropical Dr.
Heitor Vieira Dourado (FMT) está realizando testes de uma nova droga, a
Tafenoquina, destinada ao tratamento da Malária causada pelo Plasmodium Vivax.
O objetivo é testar a eficiência do medicamento que, se comprovada, deverá ser
adotado pelo Ministério da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
A ação pioneira faz parte do estudo
clínico de cooperação internacional, que conta com a participação de centros de
pesquisa do Brasil, Peru, Índia, Bangladesh e Tailândia. “A FMT é a primeira,
entre as instituições de pesquisa envolvidas no projeto, a testar o medicamento
em humanos”, destaca o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim.
O ensaio clínico multicêntrico é
financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, por meio da empresa suíça
Medicines for Malaria Venture (MMV) e da Glaxo Smith Kline (GSK), cuja sede
mundial fica no Reino Unido e a regional da América Latina, no Rio de Janeiro.
No Brasil, além da FMT, que faz parte da Secretaria Estadual de Saúde (Susam),
o projeto conta com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de Porto
Velho (RO). A diretora presidente da FMT, Graça Alecrim, ressalta que os países
envolvidos no estudo têm grande interesse no desenvolvimento de novas
terapêuticas para Malária, em virtude da alta incidência da doença nessas
regiões.
Graça Alecrim explica que, atualmente,
o tratamento da Malária causada pelo Plasmódium Vivax é feito, no Brasil e em
todo o mundo, com a terapia combinada de dois antimaláricos – a Cloroquina,
administrada por via oral pelo período de três dias; e a Primaquina, utilizada
por sete dias. Este último é, atualmente, o único fármaco anti-recaídas, ativo
contra a forma latente do P.Vivax. Se os resultados atestarem a eficiência da
Tafenoquina, a substância deverá substituir a Primaquina. “Uma das principais
vantagens da troca é que a Tafenoquina é administrada em dose única, o que
reduz o tempo de tratamento do paciente de sete para apenas um dia”, explicou.