Revista alemã publica reportagem sobre possível fiasco do Mundial no
Brasil
A reportagem diz
que o cenário no Rio é de policiais e traficantes “se enfrentando de maneira
sangrenta” nas favelas
Christina Nascimento
Rio - Para a maior revista da Alemanha, que vende
900 mil exemplares por semana, a Copa na terra do futebol poderá ser um fiasco.
Com uma matéria de dez páginas e uma capa que traz o título “Morte e Jogos”, em
que aparece uma bola de fogo tendo ao fundo o Pão de Açúcar, a ‘Der Spiegel’
diz que “os cidadãos estão enfurecidos com os estádios superfaturados e
políticos corruptos”.
A reportagem, que foi dividida em três partes, diz
que o clima na cidade carioca não é de Copa, mas isso pode mudar, caso a
seleção brasileira vença o Mundial . Por enquanto, o cenário no Rio é de
policiais e traficantes “se enfrentando de maneira sangrenta” nas favelas. Se
houver um desempenho ruim dos jogadores, a revista lança um questionamento
sobre o que deve acontecer. “Os jogos vão terminar em pancadaria nas ruas?
Políticos e funcionários da Fifa serão perseguidos por uma multidão
enfurecida?”
Revista alemã critica Copa no Brasil
Foto: Reprodução Internet
Ao falar dos projetos, a revista cita o exemplo do
Maracanã com um estádio que, ao ser reformado, ficou elitizado. Antes, cita a
reportagem, os ingressos eram tão baratos que até mendigos poderiam comprá-los.
“Hoje o Maracanã tem a cara de qualquer estádio da Fifa. Podia estar em
Londres, em Frankfurt ou em Yokohama”.
Nesta segunda-feira, no mesmo dia em que a revista
começou a circular, houve um ataque na Embaixada do Brasil, em Berlim. A
assessoria de imprensa da representação diplomática informou que um grupo
encapuzado atirou pedras nas janelas do prédio, na madrugada, quebrando
vidraças.
Como o prédio tem vidro reforçado, as pedras não
entraram nos escritórios. Os responsáveis pelo ataque fugiram antes da chegada
da polícia. Imagens gravadas por câmeras estão sendo analisadas. O movimento
chamado Indymedia assumiu a autoria numa carta na sua página na internet. “Para
chamar a atenção para o que a Copa do Mundo significa e derrubar a Fifa,
fizemos uma ação com as armas mais simples do povo, as pedras”, escreveu o
grupo.
Em nota, a polícia de Berlim afirmou que não está
excluída a possibilidade de motivação política para o atentado.