Presidente chinês promete
"ações decisivas" após novo ataque em Xinjiang
Ação ocorreu após
"visita de inspeção" do presidente Xi Jinping nesta grande região do
oeste da China, de maioria muçulmana
AFPredação@brasileconomico.com.br
O presidente chinês Xi Jinping prometeu tomar "ações
decisivas" após um ataque que matou três pessoas e deixou dezenas de
feridos na estação de trem de Xinjiang.
O ataque ocorreu após o que a mídia local tem chamado de "visita de
inspeção" do presidente Xi nesta grande região do oeste da China, de
maioria muçulmana. A batalha para combater a violência e o terrorismo não
autoriza nenhuma covardia, e ações decisivas deverão ser tomadas para que
possamos dar o exemplo a estes terroristas", reagiu Xi Jinping, citado
pela agência de notícias Xinhua.
Segundo a agência, na noite de quarta-feira agressores esfaquearam e
bateram em dezenas de usuários e detonaram artefatos explosivos na estação de
trem de Urumqi, capital de Xinjiang. De acordo com a Xinhua, trata-se de
um "ataque terrorista violento", ainda que nenhuma reivindicação
tenha chegado às autoridades até o momento.
Ao longo de sua visita a Xinjiang, Xi Jinping pediu um reforço regional
na luta contra o terrorismo. Ele também encorajou que medidas para facilitar a
assimilação de minorias étnicas sejam tomadas.
Xinjiang é a "linha de frente" do combate de Pequim contra o
"terrorismo", declarou o presidente chinês. Xi garantiu que o país
colocaria em prática "uma política apropriada para melhorar a harmonia
étnica e a prosperidade comum de todos os grupos étnicos".
A região de Xinjiang, constituída principalmente pela etnia do uigures,
muçulmanos de língua turca, é o palco de violências denunciadas por Pequim como
atos "terroristas" imputados por movimentos separatistas e
islamistas.
Em março, 29 pessoas morreram e 143 ficaram feridas após um ataque com
facas na estação de trem de Kunming, capital da província chinesa de Yunnan
(sudoeste). O governo chinês atribui o ataque a separatistas de Xinjiang.
Quatro sobreviventes do grupo de assassinos, chamado pelas autoridades
de "bando terrorista", foram considerados culpados e serão
provavelmente condenados à pena de morte pela participação ao que muitos chamam
de "11 de setembro" chinês.
A explosão foi registrada por volta das 19h (horário local), na estação
de trens do sul de Urumqi, capital de Xinjiang, "em bagagens abandonadas
entre a saída da estação e um ponto de ônibus".
Segundo o Jornal do Povo, que cita fontes próximas às investigações,
duas pessoas assassinadas eram criminosos que iam detonar suas bombas. A
terceira seria um passageiro.
O acesso à estação, a mais movimentada de Xinjiang, foi reaberto por
volta das 21h (hora local), depois da retirada das pessoas presentes no momento
da explosão, disse a Xinhua.
A televisão oficial divulgou nesta quinta-feira imagens do presidente
Jinping durante sua visita a Xinjiang ao lado dos responsáveis pelas forças de
segurança, moradores locais e estudantes.
"Os postos de polícia locais são nosso punhos e nossos punhais, por
isso temos que realizar um bom trabalho e tomarmos conta de nossos
policiais", disse Xi Jinping.
"Espero que vocês mostrem excelentes resultados em sua missão de
serviço à população e de manutenção da estabilidade social", reforçou o
presidente.
Segundo Dilxat Raxit, porta-voz do Congresso Mundial Uigur, organização
de defesa dos uigures com sede em Munique (Alemanha), quase 100 membros da
comunidade foram presos após o ataque à estação de Urumqi, em março.
Raxit convidou o presidente chinês a visitar "o Turquistão
oriental", nome usado pelos uigures para designar a região de Xinjiang,
"para fazer propostas realmente construtivas para a melhora da
situação".
Mas "o fato é que Pequim continua a encorajar a repressão armada
aos uigures", disse o porta-voz da minoria em comunicado.