quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

IRAQUE

Chegou a vez do Brasil conquistar o Iraque
Regiane de Oliveira   (roliveira@brasileconomico.com.br) 22/12/11 17:19
Câmara de Comércio aponta o aumento de negócios entre os dois países, que vai desde negociações no futebol até serviços de infraestrutura, alimentação e energia
Há quem diga que a saída do exército americano do Iraque vai aumentar a insegurança na região. No entanto, isso não parece preocupar as empresas de vários lugares no mundo, que já disputam assento como fornecedores de produtos e serviços para a reconstrução do país.
Nesta lista estão incluídas algumas operações brasileiras, como Andrade Gutierrez, Odebrecht e Volkswagen. De olho nas oportunidades da área de infraestrutura e exportação de produtos, essas indústrias já pediram autorização para começar a trabalhar no país, segundo apurou o Brasil Econômico.
O Brasil ainda não figura entre os maiores fornecedores do Iraque. Mas vem galgando uma posição sustentável para reverter a balança de exportação, que, mesmo em épocas de guerra, sempre pendeu para o lado iraquiano, por conta da venda de petróleo ao Brasil.
Atualmente, dados do Ministério do Desenvolvimento, mostram que as exportações diretas são quase um terço das importações do país.
Segundo dados da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Iraque, no entanto, as vendas diretas do Brasil ao Iraque registraram de janeiro a novembro deste ano um faturamento de US$ 361,3 milhões, ante US$ 350,6 milhões de exportações indiretas, ou seja, feita por intermédio de importadores sediados em outros países como Kuwait, Turquia, Jordânia, Síria, Emirados Árabes Unidos, entre outros.
"Essa é a primeira vez na história recente das relações comerciais entre os dois países que isso acontece", conta Jalal Chaya, vice-presidente da câmara de comércio.
O total de exportações brasileiras neste ano foi de US$ 711,9 milhões. Esse resultado é 10,5% superior ao apurado no mesmo período de 2010 quando as vendas foram de US$ 644,2 milhões.
"Este valor ainda é pequeno perto do que o Brasil representa no cenário internacional." As exportações brasileiras ao exterior, para todos os países, somaram US$ 254 bilhões de janeiro a novembro.
Brasil versus Iraque
"Se vendermos os produtos brasileiros como vendemos o futebol, o Brasil tem a chance de ser um dos maiores exportadores do Iraque", afirma Chaya, otimista com as negociações para uma partida entre a seleção brasileira de futebol e a iraquiana, que deve acontecer no começo de 2012, na capital do país, Bagdá.
"Acredito que o Brasil vai acertar a oferta, afinal, o país jogou no Haiti em condições bastante difíceis", lembra.
E se a demanda pelo futebol é grande, imagine em outras áreas como infraestrutura. "O país prevê a construção de 2,5 milhões de moradias para os próximos anos.
A indústria petrolífera também vai passar por reestruturação", diz. E nesta área, o governo do Iraque está interessado em negociar com a Petrobras. "A empresa tem uma tecnologia que interessa muito ao país, que é a exploração horizontal. Com isto seria possível explorar poços que estão embaixo de grandes cidades", diz.
Na área de energia, nenhum negócio foi fechado ainda. Mas segundo Chaya, o caminho para as negociações já está sendo pavimentado. O governo brasileiro abre no início do ano a embaixada do país em Bagdá, sob comando de Anuar Nahas.
Por enquanto, o país é destaque na venda de alimentos, especialmente frango, açúcar, carne bovina, peixe e café, além de máquinas para construções e material hospitalar.
Procurada pelo Brasil Econômico, a Andrade Gutierrez afirmou que no momento "não tem qualquer informação relevante sobre projetos no Iraque". A Odebrecht disse que a informação de que estaria retornando ao país não procede. E a Volkswagen não retornou nossas ligações.Matéria publicada hoje dia 22/12/2011,quinta-feira no jornal “Brasil Econômico”.