segunda-feira, 21 de julho de 2014


Secretário-geral da ONU se reúne com líderes do Oriente Médio para negociar fim do conflito em Gaza

21 de julho de 2014 · Destaque  - ONU

 

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon durante encontro com o presidente palestino Mahmoud Abbas em Doha, Catar. Foto: ONU/Eskinder Debebe

O Conselho de Segurança pediu neste domingo (20) um cessar-fogo imediato em Gaza; ao mesmo tempo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, encontra-se no Oriente Médio com o objetivo de acabar com o conflito e mostrar sua solidariedade aos povos israelense e palestino.

Ban  se reuniu com o emir do Catar, o xeique Tamin bin Hamad al-Thani e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em Doha, para discutir a situação na região. O chefe da ONU estuda um pedido de Abbas que colocaria a Palestina sob um sistema de proteção internacional administrado pela ONU.

“Durante a minha estadia na região, continuarei pressionando por um cessar-fogo, e o fim imediato da operação militar israelense em Gaza e os ataques com foguetes do Hamas e da Jihad Islâmica”, disse Ban no início do dia em um conferência de imprensa ao lado do ministro das Relações Exteriores do Catar, Khaled al-Attiya.

“Enquanto estava a caminho de Doha, dezenas de outros civis, incluindo crianças, foram mortos em ataques israelenses no bairro de Shejaiyah em Gaza”, disse Ban. “Condeno esta ação atroz. Israel deve exercer a máxima contenção e fazer muito mais para proteger os civis.”

De acordo com os relatos da mídia, ao menos 100 palestinos foram mortos e 13 membros das forças de defesa israelenses morreram neste domingo, na que está sendo chamada como a luta mais sangrenta desde que a ofensiva começou, há duas semanas.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) afirma que mais de 81 mil pessoas foram deslocadas e se encontraram agora refugiadas em 61 abrigos da agência em Gaza.

“Esse número ultrapassa o número de pessoas que solicitaram refúgio conosco no conflito de 2008/2009 e continua aumentando”, disse o porta-voz da UNRWA, Chris Gunness.

Em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu no domingo à noite a portas fechadas. Após o término do encontro, o embaixador ruandês Eugene Richard Gasana, país que detém a presidência rotativa do órgão em julho, disse aos jornalistas que  a reunião foi “sóbria”, dada a gravidade da situação. O representante explicou ainda que os membros do Conselho pediram um cessar-fogo imediato e respeito pelo direito internacional humanitário, incluindo a proteção de civis.

Os 15 membros do Conselho também enfatizaram a necessidade de melhorar a situação humanitária, incluindo pausas humanitárias mais extensas, como as cinco horas de trégua negociada na semana passada pelo representante especial do secretário-geral para a coordenação do processo de paz no Oriente Médio, Robert Sherry.

Ban e outros funcionários da ONU têm dito repetidamente que a única maneira de acabar com o ciclo de violência e insegurança perpétua na região é lidar com as raízes do conflito. Por isso, eles instaram aos dois estados que voltem a sentar-se à mesa de negociação para encontrar uma solução.

“Israelenses, mas também palestinos, precisam sentir uma sensação de segurança”, disse Ban. “Palestinos, mas também israelenses precisam ver um horizonte de esperança.”

Ban viajará ainda para a Cidade de Kuwait, Cairo, Jerusalém, Ramallah e Amã, antes de voltar para Nova York no final da semana, mas poderá mudar a sua agenda conforme a necessidade.