quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Inovação
Drone brasileiro faz voo inaugural nos Estados Unidos
Flavia Galembeck   (flaviag@brasileconomico.com.br) 04/12/13 11:00

A fabricante, AGX Tecnologia, pretende explorar mercados de óleo e gás e mineração. Foto
Já usado no agronegócio local, a aeronave não tripulada recebeu uma nova tecnologia, que captura imagens com maior precisão.
Em meio a extensas áreas dedicadas à agricultura no Meio-Oeste dos Estados Unidos, em Indiana, que integra o cinturão do milho americano, um grupo de pesquisadores testou uma nova versão do drone brasileiro Arara II.
Com um sensor hiperespectral da Headwell Photonics, usado pela NASA e pelo Exército americano, o Veículo Aéreo Não-Tripulado (Vant) decolou em West Lafayette, sobrevoou os campos congelados nessa época do ano, fotografou a área e depois enviou estes dados para análise. Tudo em poucos minutos, embora o equipamento, movido a gasolina de aviação, tenha autonomia de 5 a 7 horas.
A um custo de US$ 75 mil, o sensor da Headwell Photonics, aliado ao drone nacional, deve inaugurar uma nova fase nos negócios da empresa AGX Tecnologia.
Isso porque a inovação consegue capturar nas imagens elementos específicos, como características da vegetação (a quantidade de massa folhear da planta que, quanto mais alta, significa maior produtividade), estágio da plantação, se há excesso de nitrogênio (que, usualmente, demanda coleta de amostras e análise em um laboratório, o que pode levar semanas e não ficar pronto antes da colheita) para a correção desses fatores em tempo real. As imagens são processadas rapidamente e a análise desses dados possibilita a correção do problema antes da colheita, aumentando potencialmente a produção agrícola.
"Imagine um prisma, que é a incidência da luz na água. A olho nu, o prisma tem sete camadas de cores, que formam o arco-íris. Mas entre essas camadas existem muitos tons que são invisíveis. Fotografar essas camadas invisíveis é o que esse equipamento faz", resume o presidente da AGX, sediada em São Carlos, no interior paulista, Adriano Kancelkis. A tecnologia usual de fotografia embarcada nos drones chama-se RGB, que divide as imagens nas cores vermelho, verde e azul. Já a nova tecnologia divide cada fotografia em 328 imagens, cada uma com uma tonalidade específica, o que aumenta o detalhamento.