terça-feira, 24 de janeiro de 2012

FOME

Mais de 100 mil refugiados e migrantes chegam ao Iêmen por via marítima em 2011, afirma ACNUR
24 de janeiro de 2012 · Notícias - ONU

Apesar da crescente instabilidade e do agravamento das condições de segurança no Iêmen, um número recorde de 103 mil refugiados, solicitantes de refúgio e migrantes partiram da África em uma perigosa travessia marítima para chegar ao país do Oriente Médio.
Em 2011 ocorreu um aumento de 100% em relação a 2010, quando 53 mil pessoas realizaram a mesma viagem através do Golfo do Adem e do Mar Vermelho. O recorde anterior era de 2009, quando 78 mil pessoas fizeram a travessia. Desde 2006 o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) está compilando os dados sobre o fluxo de migração mista no Chifre da África.
“Entre os que fizeram a travessia no ano passado, mais de 130 se afogaram”, disse o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, a jornalistas em Genebra na sexta-feira. “A maior parte dos recém-chegados alcança a costa do Iêmen em condições desesperadoras – desidratados, desnutridos e frequentemente em estado de choque”.
Aqueles que cruzam o Mar Vermelho e o Golfo do Adem a partir da Somália e outros países no Chifre da África enfrentam grandes riscos e desafios em todas as etapas da travessia. Isso inclui violência física e sexual, assim como tráfico de pessoas. Quando chegam ao Iêmen enfrentam novas dificuldades, como o acesso inadequado a serviços básicos, além de limitações à liberdade de movimento e dificuldade para encontrar emprego.
“Os últimos dados mostram um forte aumento no número de Etíopes chegando ao Iêmen – nacionalidade que responde por três de cada quatro recém-chegados”, disse Edwards. Até 2008 a maioria das pessoas que chegava ao Iêmen era formada por somalis fugindo da violência e da violação dos direitos humanos no país. Desde então, os nacionais da Etiópia passaram a ser maioria.
Ao chegar ao Iêmen os somalis são automaticamente reconhecidos como refugiados, tendo garantido acesso à documentação e liberdade de movimento dentro do país.