sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

PUTIN NÃO PARTICIPARÁ DE DEBATE ELEITORAL.

O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, que está se candidatando à presidência do país, não participará do debate eleitoral da campanha presidencial em março de 2012, anunciou nesta quinta-feira seu porta-voz, Dmitry Peskov.
“A participação do candidato Vladimir Putin à presidência nos debates eleitorais televisivos requer que ele entre de férias conforme a legislação vigente, o que certamente não o permitiria cumprir as obrigações de chefe de Gabinete”, disse Peskov, entrevistado pela agência de notícias Interfax.
Segundo a legislação eleitoral da Rússia, o candidato à presidência não pode ocupar cargos estatais durante a campanha eleitoral, razão pela qual o Partido Comunista russo enviou na véspera uma carta à Procuradoria questionando a legitimidade de Putin continuar sendo primeiro-ministro.
No entanto, o chefe do Comitê Eleitoral da Rússia, Vladimir Churov, afirmou que Putin não é funcionário estatal, mas ocupa um cargo de confiança do presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, o que permite continuar na chefia do Governo durante a campanha.
No sistema presidencialista russo, o chefe de Governo ou primeiro-ministro não é eleito por voto universal, mas nomeado pelo chefe de Estado, que o considera como cargo de confiança.
Peskov informou que é possível que Putin nomeie representantes para participar do debate. No entanto, disse que a decisão final será do próprio primeiro-ministro.
Outra fonte do Kremlin, entrevistada pelo jornal russo “Moskovski Komsomolets” (MK), confirmou que Putin não participará dos debates prévios às eleições em março de 2012.
MK lembrou que anteriormente Putin disse que seu debate com outros candidatos à presidência seria “desigual”, em referência a menor categoria desses em comparação com ele, o que deixou perceber em suas palavras.
“Vou dar a eles a oportunidade de competir com um ‘irmão mais novo’ em cada assunto, procurarei pessoas que sejam capazes de responder a cada um dos candidatos”, disse.
A popularidade de Putin caiu em dezembro para níveis históricos por causa das eleições parlamentares que deram a vitória ao partido governista Rússia Unida, o que provocou grandes manifestações de protesto em dezenas de cidades russas pela suposta fraude a seu favor.