sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ministro paraguaio compara impeachment de Lugo a golpe militar
Para Oscar Rivas, conflitos foram armados para desestabilizar governo.
Ministro do Meio Ambiente chefia delegação do país na Rio+20.
Do G1, no Rio
Na opinião do chefe da delegação paraguaia presente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o impeachment do presidente Fernando Lugo pode ser considerado um golpe de Estado. Oscar Rivas, ministro do Meio ambiente disse que o processo não tem “nenhum fundamento” e “que não há muita diferença” para uma ação militar.
“Os fundamentos para a destituição de um presidente deveriam ser fundamentos sérios. Ficou bem claro e demonstrado pela defesa, pelos advogados do nosso presidente que não fazia nenhum sentido o que estava acontecendo. Foi simplesmente uma destituição sumária por via parlamentar, disfarçada de um procedimento que se chama juízo político. O Paraguai não conhece um evento similar em sua história política”, afirmou Rivas.
O ministro acredita que os conflitos armados que deixaram 17 mortos em Curuguaty na semana passada tenham sido arquitetados pela oposição, “obviamente para desestabilizar o governo”. “Isso é claríssimo e, ademais, é perfeitamente comprovável”, acusou.
“Se fôssemos responsabilizar o presidente por causa das mortes, que, aliás, sentimos muito, acredito que há vários países que trocariam de presidente todos os dias”, completou.
Rivas agradeceu aos países vizinhos, membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), pelo envio de diplomatas para monitorar os acontecimentos políticos no país. Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores do Brasil, deixou a Rio+20 para participar da missão no Paraguai.
“Temos nove chanceleres da América Latina observando o que está acontecendo, e acredito que eles poderão dar o testemunho do mal que se fez, da ilegalidade, da ilegitimidade e do absurdo desse processo no Paraguai”, disse Rivas.
Segundo o ministro, Lugo ainda deve tentar alguma medida para se manter no cargo de presidente. “Existem alguns procedimentos legais que estão em andamento. Por exemplo, a apresentação da ilegalidade do processo que foi apresentada pela defesa”, apontou