terça-feira, 22 de setembro de 2015

Não é crime requerer refúgio e asilo’, destaca presidente da Assembleia Geral da ONU
Em seu primeiro pronunciamento oficial, Mogens Lykketoft,  cobrou soluções da comunidade internacional para a crise de refugiados, antes da chegada do inverno ao continente. Em 2015, mais de 442 mil pessoas já chegaram à Europa fugindo de conflitos.

Refugiados, em sua maioria sírios, atravessam fronteira entre a Hungria e a Áustria. Foto: ACNUR / Mark Henley
O presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Mogens Lykketoft, convocou a comunidade internacional a encontrar soluções para a crise de refugiados. Nesta segunda-feira (21), em seu primeiro pronunciamento oficial depois de tomar posse na semana passada, o dirigente defendeu os direitos das pessoas deslocadas de buscarem asilo em outros países. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também fez apelo aos líderes mundiais.
“O mundo não vê uma crise global humanitária dessa magnitude desde a Segunda Guerra Mundial e, com o inverno se aproximando no hemisfério norte, a situação só vai piorar”, afirmou o presidente. Mais de 442 mil pessoas já chegaram na Europa esse ano e cerca de três mil morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo.
De acordo com o dirigente, é necessário garantir que os refugiados sejam bem recebidos nas nações onde buscam asilo. “Precisamos assegurar que os países afetados pela chegada dos refugiados, particularmente os países vizinhos da Síria, recebam o apoio e a assistência necessários para lidar com as necessidades dessas populações vulneráveis”, acrescentou.
Na quarta-feira (30), durante os encontros da Assembleia Geral, o presidente e Ban Ki-moon vão se reunir com os Estados-membros para uma conferência especial sobre a crise. “O secretário-geral tem acompanhado com crescente preocupação o fechamento de algumas fronteiras na Europa, assim como a falta de instalações adequadas de recepção e o uso elevado da detenção e da criminalização de migrantes irregulares e requerentes de asilo”, disse o porta-voz do secretário.
Lykketoft também criticou o preconceito e a rejeição que as populações deslocadas têm enfrentado no mundo. “A maioria das pessoas fugindo da guerra e da violência são refugiados e têm o direito de buscar asilo sem qualquer forma de discriminação. Não é um crime requerer refúgio e asilo”, disse.