quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Fui feito para viver e morrer na Síria, diz ditador
O ditador da Síria, Bashar Assad, rejeitou a hipótese de sair da Síria e disse que pretende viver no país até morrer, em entrevista exibida nesta quinta-feira pela televisão russa.
As declarações vêm dois dias depois de o primeiro-ministro britânico, David Cameron, sugerir que o dirigente sírio saia do país de forma segura se isso provocar o fim dos confrontos entre tropas do ditador e opositores, que começaram em março de 2011.
Em resposta, Assad disse que não é um "fantoche" para que os países ocidentais decidam para onde ele deve ir. "Não sou um fantoche. Eu não fui feito para que os ocidentais me digam que eu devo ir ao Ocidente ou qualquer outro país."
"Eu sou um sírio. Fui feito na Síria e para viver e morrer na Síria."
O mandatário também deu uma advertência aos países ocidentais sobre uma possível intervenção militar na Síria, apesar de não acreditar que as potências façam uma guerra no país.
"A Síria é o último bastião do Estado laico, da estabilidade e da coexistência na região. Uma intervenção teria um efeito dominó que poderia afetar o mundo todo. O preço de uma invasão estrangeira poderia ser maior que o mundo está disposto a pagar".
A entrevista completa será revelada pelo canal de televisão russo RT na sexta. O encontro entre os jornalistas e Assad aconteceu em uma casa, mas não mencionou em que cidade e quando ocorreu a entrevista.
RÚSSIA
Nesta quinta, o chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que em comunicado que rebeldes e o ditador Bashar Assad continuarão o conflito até a exaustão, após conversas com representantes das duas partes.
"Assad não vai embora para lugar nenhum. Não dá para convencê-lo e, da mesma forma que a oposição, agora quer lutar até a vitória".
O ministro avaliou que a oposição é incentivada pelos países ocidentais e do golfo Pérsico, enquanto Assad quer brigar até onde for possível, mesmo que não termine vencedor.
"Portanto, teremos uma guerra até a exaustão, até a eliminação das pessoas, a destruição do patrimônio cultural e dos antigo monumentos arquitetônicos, como é o caso de Aleppo, que é protegida pela Unesco".
Moscou defende um governo de transição formado por integrantes do regime e dos rebeldes para dar fim à crise política e à violência no país.