sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

BIOTECNOLOGIA NA AMAZÔNIA


Sabonete de gengibre amargo desenvolvido no Inpa chegará ao mercado ainda este ano


O sabonete vegetal antiacne e antisséptico foi patenteado pela empresa Biozer da Amazônia e uma das sete empresas incubadas pelo Inpa

Manaus (AM), 14 de Fevereiro de 2014

ACRITICA.COM*

Sabonete de gengibre foi patenteado (Divulgação/ Assessoria)

Após 15 anos de pesquisas com o Zingiber Zerumbet, conhecido como gengibre amargo, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o doutor em Biotecnologia e Recursos Naturais Carlos Cleomir e seu grupo de pesquisa, desenvolveu a partir do óleo essencial dessa planta e de frutos amazônicos, sabonetes que auxiliam no combate da acne vulgar. A dermatose atinge aproximadamente 90% dos adolescentes. A expectativa do pesquisador é lançar o produto até setembro de 2014.

O sabonete vegetal antiacne e antisséptico foi patenteado pela empresa Biozer da Amazônia, que é de propriedade de Carlos Cleomir e uma das sete empresas incubadas pelo Inpa. A primeira etapa já foi concluída, inclusive com a obtenção do protótipo (produto de teste nos resultados parciais do projeto).

“Este produto tem um diferencial se comparado aos outros que já estão no mercado, pois os extratos retirados do gengibre possuem ação anti-inflamatória, antioxidante e antibacterianas. Esta é proposta do sabonete, que chegará ao mercado até setembro”, explicou o pesquisador.

Originário da Ásia, o gengibre amargo foi encontrado pelo pesquisador e sua equipe em visitas técnicas e excursões realizadas em Iranduba, Parintins, Itacoatiara e Presidente Figueiredo, municípios amazonenses que possuem grande quantidade da planta. Em Manaus, o gengibre amargo, foi localizada em áreas rurais como Tarumã Mirim e Puraquequara.

Segundo o pesquisador, apesar das potencialidades medicinais e econômicas, as pessoas utilizam a planta basicamente para ornamentação, neste caso a flor. Carlos Cleomir lembra que antes suas pesquisas estavam voltadas para a potencialidade de combate ao câncer com o uso do gengibre amargo, porém ele observou que planta tinha base científica para expansão dos estudos.

A substância Zerumbona é o principal composto bioativo dos rizomas da planta. Mas, segundo Cleomir, é possível utilizar a planta inteira, inclusive as folhas para a produção de produtos e pesquisas à base do gengibre amargo.

De acordo com a coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação (CETI) do Inpa, Rosangela Bentes, o produto tem um grande valor potencial e econômico para o norte do Brasil. “É um dermocosmético com potencial de tecnologia verde, que para a produção demanda a valorização da cadeia produtiva, para que haja desenvolvimento do produto”, disse.

O sabonete é um dos sete produtos e registros de patentes depositados pelo Inpa no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), em 2013O projeto para desenvolver o sabonete contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).