quinta-feira, 20 de agosto de 2015


Faisal tem 18 meses e sofre grave desnutrição aguda, e recebe tratamento no hospital Sabeen, na capital do Iêmen Saná. Foto: UNICEF /Yasin

Oito crianças são mortas ou mutiladas por dia no Iêmen’, afirma UNICEF









Relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revela que aproximadamente 400 crianças foram mortas e mais de 600 ficaram feridas desde a intensificação da violência, há cerca de quatro meses.

 

Uma média de oito crianças é morta ou mutilada todos os dias no Iêmen como resultado direto do conflito que assola o país desde abril, de acordo com um novo relatório divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). “Este conflito é uma tragédia particular para crianças iemenitas”, disse o representante do UNICEF no país, Julien Harneis.

O relatório “Iêmen: Infância Ameaçada” revela que aproximadamente 400 crianças foram mortas e mais de 600 ficaram feridas desde a intensificação da violência cerca de quatro meses atrás. “Elas estão sendo mortos por bombas ou balas, e aqueles que sobrevivem enfrentam a crescente ameaça de doenças e desnutrição. Isso não pode continuar”, frisou Harneis.

Serviços de saúde interrompidos, aumento dos níveis de desnutrição infantil, escolas fechadas e números elevados de crianças recrutadas por grupos armados estão entre os efeitos do conflito devastador no país mais pobre do mundo árabe, constata o estudo. Em todo o país, quase 10 milhões de crianças – 80% da população menor de 18 anos do país – necessitam de ajuda humanitária urgente. Mais de 1,3 milhão de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas.

O UNICEF tem estado no centro das operações humanitárias no Iêmen desde o início do conflito, trabalhando em todo o país para responder às necessidades críticas de crianças, fornecendo serviços vitais, incluindo água potável, bem como oferecendo tratamento contra a desnutrição, diarreia, sarampo e pneumonia. Ao longo dos últimos seis meses o Fundo tem fornecido apoio psicológico para ajudar mais de 150 mil crianças, enquanto 280 mil pessoas aprenderam a não se ferir com engenhos explosivos e minas.