Cerca de 8 milhões de civis vivem em territórios
controlados pelo ISIL, diz especialista da ONU
‘Os civis que
permanecem nas zonas controladas pelo ISIL vivem em um estado de medo constante
e quase inimaginável’, declarou o relator especial sobre a promoção e proteção
dos direitos humanos e liberdades fundamentais na luta antiterrorista.
Um número crescente
de pessoas, incluindo famílias com crianças e idosos, tem encontrado emboscadas
mortais enquanto tentam escapar de áreas controladas pelo Estado Islâmico do
Iraque e o Levante (ISIL). Foto: UNAMI
Cerca de 8 milhões de pessoas vivem em territórios sob o controle do Estado
Islâmico do Iraque e o Levante (ISIL) no Iraque e na Síria,
enfrentando sistemáticas violações dos direitos humanos dos tipos mais graves e
brutalmente forçadas a “assimilar, fugir ou encarar a morte”, de acordo com o
relator especial das Nações Unidas sobre a promoção e proteção dos direitos
humanos e das liberdades fundamentais na luta antiterrorista.
“A natureza brutal
e a escalada geral dos abusos parece ter a intenção de reforçar o monopólio
absoluto do grupo sobre a vida política e social e de garantir o cumprimento e
a conformidade entre as comunidades sob seu controle. O resultado é que os
civis que permanecem nas zonas controladas pelo ISIL vivem em um estado de medo
constante e quase inimaginável”, disse Ben Emmerson em seu relatório, que foi
apresentado ao Conselho de Direitos Humanos no mês passado.
O ISIL tem como
alvo grupos religiosos e étnicos no Iraque e na Síria e cometeram atos de
violência contra civis por causa de sua filiação a eles. Estas comunidades têm
sido forçadas a assimilar, fugir ou encarar a morte, explicou. Além delas, as
mulheres também são extremamente vulneráveis à violência e à discriminação,
enfrentando violência sexual e baseada no gênero, incluindo a escravidão
sexual, assassinatos e estupro.
A crescente
capacidade militar do ISIL significa também a disseminação do medo e do terror
contra civis, acrescentou Emmerson, enfatizando que mais de 20 mil combatentes
estrangeiros já se juntaram às fileiras de grupos armados não estatais de cerca
de 80 países ao redor do mundo.
Sublinhando o
fracasso do Conselho de Segurança em tomar medidas apropriadas e ações
imediatas para proteger civis em áreas afetadas, Emmerson frisou a necessidade
da coalizão internacional de Estados tomarem ações militares contra o ISIL para
garantir a proteção de civis e prevenir novas fatalidades.