Brasil e Rússia estreitam parceria
técnico-militar e repassam negociações de artilharia antiaérea
Publicado em Quarta, 19
Agosto 2015 17:06 | Última atualização em Quarta, 19 Agosto 2015 17:15
Brasília, 19/8/2015 – Com o
objetivo de avançar a cooperação técnico-militar entre Brasil e Rússia,
militares e civis estiveram reunidos no Ministério da Defesa (MD), em Brasília
(DF), durante a manhã e tarde desta terça-feira (18). Na ocasião, foi repassado
todo o histórico das negociações para aquisição de artilharia antiaérea, as
baterias Pantsir. As comitivas eram formadas por profissionais da Defesa e do
Ministério das Relações Exteriores. Os temas abordados voltarão a ser debatidos
em setembro, quando ocorrerá a IX Reunião da Comissão Intergovernamental de
Cooperação (CIC) Brasil-Rússia, na capital russa de Moscou.
Foto: Gilberto Alves
O subchefe de Assuntos Internacionais do MD, general Décio Luís Schons,
expressou uma visão pessoal muito positiva do relacionamento Brasil-Rússia no
Campo da Defesa e as boas perspectivas de futuras parcerias. “Precisamos
ultrapassar nossas diferenças culturais no campo militar, particularmente no
que diz respeito a operação e manutenção de equipamentos.” E completou: “Antes
de mais nada, devemos construir confiança e credibilidade”.
Já o
chefe da delegação russa, o senhor Vladimir Tikhomirov, do Serviço Federal de
Cooperação Técnico-Militar, elencou os tópicos de interesse de sua nação para
acordos conjuntos. Além das baterias Pantsir, ele citou o contrato de OFF-SET
(compensação comercial) dos helicópteros MI-35 e a criação de um centro de
manutenção para essas aeronaves; e apresentou um sistema de segurança integrada
que inclui os mísseis Bal e Bastión.
Sobre
o tema artilharia antiaérea, o chefe da Assessoria para os Setores Estratégicos
de Defesa, general Aderico Visconte Pardi Mattioli, explicou que os estudos
acerca do material a ser adotado datam de 2011. A Estratégia Nacional de
Defesa, um dos documentos-base do MD, previa que o país tivesse capacidade de
resposta a ameaças aéreas à média altura. Para isso, foram feitas pesquisas até
chegar à escolha pelo sistema russo Pantsir. Atualmente existe grupo de
trabalho específico para o tema.
O
Brasil possui demanda inicial de 14 baterias antiaéreas de baixa altura e mais
sete de média altura. A ideia é que a aquisição do equipamento ocorra junto com
transferência de tecnologia, para que cada bateria tenha graus de
nacionalização maior, de maneira progressiva, até se totalmente produzida no
Brasil.
O
projeto para a compra prevê a participação de empresas estratégicas de defesa,
o que beneficiaria a indústria nacional deste setor. As negociações estão em
andamento. “É a primeira vez que compramos um sistema conjunto. Para nós, é uma
experiência nova e representa parceria estratégica. A partir da assinatura do
contrato, os prazos de entrega serão ajustados de acordo com as possibilidades
russas de fornecimento e com as nossas necessidades”, ressaltou o general
Mattioli.
Comitiva russa também debateu sobre contrato de OFF-SET dos helicópteros
MI-35 e a criação de um centro de manutenção
De
acordo com a comitiva russa, o programa do Pantsir está em curso há três anos e
já foram feitos exercícios de tiro pelo Ministério da Defesa Russo. A etapa
exploratória do projeto está concluída. “Concordamos com a transferência
irrestrita de tecnologia e necessidade de suporte pós venda. Vamos capacitar
parceiros brasileiros que realizarão esse suporte. Estamos tendo progressos”,
disse Tikhomirov.
Helicópteros MI-35
Acerca
de outro equipamento, o general Schons lembrou que o Brasil adquiriu
recentemente os helicópteros russos de ataque MI-35. São ao todo 12 unidades já
entregues para o país. A intenção é que os ajustes no acordo de OFF-SET sejam
feitos o mais rápido possível – e que esta tarefa esteja concluída em setembro.
Foi
lembrado, ainda, que nos dias 14 e 15 de setembro será realizada a IX Reunião
CIC Brasil/Rússia de Cooperação Governamental. Na ocasião, os temas levantados
no encontro desta subcomissão de cooperação técnico-militar poderão ser
apresentados pela delegação brasileira em Moscou.
Sistema Integrado
A
comitiva da Rússia manifestou o interesse de apresentar ao Brasil o seu Sistema
Automatizado Complexo “Cidade Segura”. A técnica foi desenvolvida para os Jogos
Olímpicos de Inverno de Sochi, realizados em 2014.
Segundo
eles, o evento esportivo reuniu 88 países e contou com a visita de 51
presidentes. O sistema inclui câmeras e sensores que podem ser adquiridos
separadamente. Os russos colocaram-se à disposição para esmiuçar todo o uso e
particularidades da tecnologia.
Por Marina Rocha
Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
Ministério da Defesa