Presidente Barack Obama em conferência de imprensa de fim de
ano, na qual falou sobre espionagem
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deverá
anunciar nesta sexta-feira a obrigatoriedade de uma decisão judicial para poder
consultar o banco de dados da Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês). A
medida deve entrar na reforma da inteligência americana, feita após críticas à
espionagem.
Em discurso às 14h (horário de Brasília) no Departamento de
Justiça, Obama vai dizer que está ordenando uma transição que vai mudar de
forma significativa o uso pela NSA do que ficou conhecido como programa de
"metadados" de telefonemas.
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A medida de Obama tem como objetivo restaurar a confiança
nas práticas de inteligência dos Estados Unidos, e será anunciada após meses de
revisão do programa pela Casa Branca, depois das revelações feitas pelo
ex-prestador de serviço da NSA Edward Snowden.
Os jornais americanos "The New York Times" e
"Washington Post" e a agência de notícias Reuters dizem que Obama
deverá anunciar a exigência de autorização judicial para os agentes que queiram
acessar os dados de monitoramento de internet e telefones do governo.
Além disso, o mandatário vai dizer que ele decidiu que o
governo não deve mais manter o enorme volume de metadados de telefonemas, uma
decisão que pode frustrar alguns oficiais de inteligência. Os agentes desejam
manter o nível de monitoramento e justificam o uso da ferramenta pelo combate
ao terrorismo.
HISTÓRICO
As revelações da espionagem dos Estados Unidos começaram em
julho, quando saíram nos jornais "Guardian" e "Washington
Post" os primeiros documentos obtidos por Snowden. As revelações provocaram
indignação de outros países após a descoberta de que também havia espionagem de
presidentes e chefes de governo.
Dentre os espionados, estão a presidente Dilma Rousseff e a
chanceler alemã, Angela Merkel. Em reação ao monitoramento de suas comunicações
e dos dados da Petrobras, a brasileira decidiu adiar a visita de Estado a
Washington, que estava marcada para outubro.
Além do Brasil e da Alemanha, a NSA também teria espionado
governos de mais de 30 países, de acordo com os documentos obtidos por Snowden.
Em novembro, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução que pede aos
países-membros que "respeitem e protejam o direito à privacidade",
escrita por Brasil e Alemanha.
O governo americano justifica a espionagem como uma forma de
evitar o terrorismo e alega que não invadiu as informações dos cidadãos dos
Estados Unidos. Na Justiça americana, foram aprovadas duas liminares que
considerava a espionagem inconstitucional, mas que, em seguida, foram
derrubadas pelo governo.
Editoria de Arte/Folhapress
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