Debates em Davos pedem mais
transparência em relação à espionagem
Davos
(Suíça), 22 jan (EFE).- O debate entre privacidade e segurança aberto por causa
dos programas de espionagem americanos ganhou força nesta quarta-feira no Fórum
Econômico Mundial de Davos, onde foi pedida uma maior transparência e
responsabilidade.
"O
direito à privacidade deve ser uma questão principal de nossa época. A ideia de
que se não tem nada para esconder não tem nada para temer não é um bom
argumento. É um direito essencial e, esteja onde esteja, todo cidadão tem
direito a ele", afirmou o secretário-geral da Anistia Internacional (AI),
Salil Shetty.
A
revelação da espionagem interna e externa mantida pela administração do
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, revelada pela ex-analista da
Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden, foi o eixo central de
vários debates de hoje em Davos.
"A
falta de privacidade é uma ameaça à segurança. As pessoas perdem a confiança no
Estado, o que é perigoso", afirmou por sua vez o presidente da Palantir
Technologies, Shyam Sankar, para quem é necessário regular como vão ser
utilizados os dados coletados por empresas e governos.
Não houve
consenso em relação ao fim da coleta de informação, mas sim sobre restrições ao
seu uso, porque a NSA não pode ser totalmente transparente sem comprometer sua
efetividade.
"Não
acho que uma privacidade completa seja conveniente, mas foi bom que o debate
tenha sido aberto", afirmou o presidente da americana AT&T, Randall
Stephenson.
Para o
presidente da operadora de telecomunicações holandesa Vimpelcom, Augi K.
Fabela, os usuários acreditam nas empresas nas quais depositam seus dados, e em
um momento em que "os governos pedem mais do que necessitam, a solução
está em um diálogo entre as partes envolvidas".
O
diretor-executivo da telefônica britânica BT, Gavin Patterson, defendeu que uma
nova legislação proteja os usuários da internet.
E em um
debate sobre o novo contexto digital, a conselheira delegada do Yahoo!, Marissa
Mayer, pediu mais "transparência a Obama".
"Temos que ser capazes de recuperar a
confiança de nossos usuários", acresc