Povoado vizinho de
Pedrinhas reflete violência do MA
Por Artur Rodrigues, Ernesto
Batista e Fabio Leite, especial para AE | Estadão Conteúdo – 5 horas
atrás
Há 20 anos,
uma pequena vila surgiu no entorno do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, zona
rural de São Luís, fundada por parentes de presos. O povoado cresceu e hoje,
apesar da declaração da governadora Roseana Sarney (PMDB) de que o Maranhão
está mais violento porque ficou mais rico, a realidade ali é só de pobreza e
violência. A comunidade sintetiza indicadores sociais e econômicos que põem o
Estado nas piores posições em relação ao País.
Com o
tempo, a área passou a ser ocupada por desempregados, que não conseguiam morar
em outro lugar. Com o clima tenso das rebeliões e da crise de segurança no
Maranhão, aqueles que têm parentes detentos preferem não falar e quem fala
relata a ausência do Estado.
"O
governo não faz nada pela gente aqui", diz a dona de casa Lucicleide
Meireles Trindade, de 31 anos, que da janela de casa vê as violentas rebeliões
no complexo que ficou mundialmente conhecido pelo cotidiano sangrento. "Às
vezes, o pessoal foge daí e vem parar aqui, com a polícia atrás dando tiro. Eu
me escondo aqui dentro."
O medo de
Lucicleide é justificado pelas estatísticas. Nos últimos 13 anos, os
assassinatos cresceram 460% no Estado. Além da violência, a renda per capita
média continua a pior do Brasil - R$ 360,43, diz o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (Pnud).
A falta
de saneamento também simboliza a pobreza do Estado e de Pedrinhas. A doméstica
Neide Estelma, de 36 anos, conta que falta o básico. "Não bastam os presos
que vivem fugindo, o esgoto da prisão vaza todo para cá", conta. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.