Refugiados
sul-suldaneses esperam em fila para conseguir comida no centro de trânsito em
Dzaipi, Uganda. Foto: ACNUR/F. Noy
Já são mais de 400 mil deslocados por causa
do conflito no Sudão do Sul, informa ONU
15 de janeiro de 2014 · Destaque
Chega a
aproximadamente 413 mil o número de civis sul-sudaneses expulsos de suas casas
por causa do conflito iniciado em 15 de dezembro de 2013. Ao longo deste um
mês, quase dobrou a quantidade de refugiados nos países vizinhos. Segundo
agência das Nações Unidas, 74,3 mil sul-sudaneses fugiram para países vizinhos.
A ajuda humanitária já chegou a cerca de 203 mil pessoas.
Os confrontos no país continuam apesar das negociações políticas
entre as partes na capital da Etiópia, Adis Abeba, que procuram estabelecer um
cessar-fogo.
Na terça-feira
(14), a Missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) relatou conflitos intensos entre forças a favor e
contra o governo em Malakal, estado do Alto Nilo, próximo a uma base da ONU,
com o uso de metralhadoras pesadas e tanques. Balas perdidas atingiram o
interior da base, ferindo dezenas de deslocados internos.
A UNMISS está
tratando de dezenas de feridos no hospital em Malakal e pediu a todas as partes
que respeitem a integridade das instalações da ONU pelo país, onde cerca de
66,5 mil deslocados buscaram abrigo.
“Com relatos de
conflitos em partes do Sudão do Sul, principalmente nos estados de Jonglei e
Alto Nilo, e o lento progresso nas negociações políticas em Adis Abeba, estamos
prevendo mais deslocamentos dentro e fora das fronteiras do Sudão do Sul”,
informou o porta-voz da agência da ONU para refugiados.
Os confrontos no
Sudão do Sul foram retomados quando o presidente, Salva Kiir, afirmou que
soldados leais ao ex-vice-presidente Riek Machar, destituído do cargo em julho,
tentaram aplicar um golpe de Estado. Desde então, a violência tem se
caracterizado cada vez mais como perseguição étnica, já que Kiir é do grupo
Dinka e Machar, do Lou Nuer.
A ONU está atuando na frente política e de manutenção da paz para
auxiliar o país a acabar com os embates que têm resultado em diversas violações
dos direitos humanos, incluindo execuções extrajudiciais de civis e soldados capturados.
O Conselho de
Segurança autorizou o aumento do contingente de força de paz para quase 14 mil homens e
mulheres, aproximadamente o dobro do previsto no mandato. Em
negociação com países contribuintes e com governos africanos onde missões estão
em andamento, a ONU está deslocando temporariamente militares e policiais para
reforçar a segurança no Sudão do Sul.