O último voo do Mirage 2000 rumo ao Museu
da Aeroespacial da FAB, no Rio
Brasília, 31/12/2013 – O
Mirage 2000 fez hoje (31) o seu último voo, após quase uma década servindo ao
sistema de defesa aeroespacial brasileiro. O destino da aeronave foi o Rio de
Janeiro. A partir de agora, o exemplar poderá ser visto no Museu Aeroespacial
da Força Aérea Brasileira (FAB), em Campos dos Afonsos, na capital fluminense.
A solenidade de despedida ocorreu na Base Aérea de Anápolis
(BAAN). No comando da aeronave, o capitão Antonio Augusto da Silva Ramalho, do
1º Grupo de Defesa Aérea, iniciou o trajeto que marcou em definitivo a
aposentadoria do caça. Porém, a série de homenagem teve início na semana
passada, em Anápolis (GO), com a participação de oficiais-generais da
Aeronáutica.
As aeronaves continuaram em operação até o final de dezembro
fazendo a proteção da capital federal e, a partir de janeiro pelos caças F-5EM.
Na ocasião, também ocorreu a passagem de comando do Primeiro Grupo de Defesa
Aérea (1º GDA) - Esquadrão Jaguar.
Os Mirage, batizados na FAB de F-2000, atuavam na defesa aérea
do país desde 2006 e já completaram mais de 10 mil horas de voo. Para o
tenente-coronel Eric Breviglieri, piloto da FAB com 1038 horas de voo no caça,
a aeronave atendeu todos os requisitos necessários enquanto esteve em operação.
“O Mirage é a máquina, é excelente e foi de grande valia para ajudar neste
salto que vamos dar a partir de agora com o Gripen. Os conceitos e o emprego do
Mirage vão auxiliar a assimilar mais fácil o novo caça”, revela Breviglieri.
Os 12 Mirage foram adquiridos da França já usados como uma
solução temporária para a aviação de caça de alta performance no Brasil. Pelo
plano inicial os jatos iriam parar no final de 2011, mas com ajustes seis
aeronaves foram poupadas e permaneceram em voo. O Governo já anunciou a
aquisição dos substitutos do Mirage: o Gripen NG da empresa sueca Saab.
Até que os novos caças cheguem, as missões de defesa aérea,
antes desempenhadas pelo Mirage, ficarão a cargo dos caças F-5EM. Os três
esquadrões com F-5, do Rio de Janeiro, Manaus e Canoas vão assumir o alerta de
defesa aérea a partir da BAAN com suas próprias aeronaves. “A partir de
primeiro de janeiro as aeronaves F-5 assumirão a defesa aérea, e tanto Anápolis
quanto o Planalto Central estarão protegidos”, afirma o brigadeiro Luiz
Fernando de Aguiar, comandante da Terceira Força Aérea (III FAE).
Com a aposentadoria do Mirage, o Esquadrão Jaguar ficará sem
aeronaves. Um grupo de seis pilotos permanece em Anápolis (GO) para manter a
administração da unidade, cumprir horas de voo no F-5 e participar de
treinamentos. No futuro, os militares vão compor o primeiro grupo que irá
receber o novo caça Gripen NG. Parte do efetivo já foi transferida para outras
unidades, mas os que ficam aguardam com boas expectativas a chegada do novo
avião. “É uma aeronave que traz conceitos doutrinários novos, diferentes
daqueles que nós utilizamos, e vai colocar a Força Aérea, com certeza, em um
novo patamar operacional”, ressalta o novo comandante do 1º GDA, major Cláucio
Oliveira Marques.
Foto: Agência FAB
Assessoria de Comunicação Social (Ascom), com Agência FAB