Relatório da ONU sobre situação econômica:
Europa emerge da recessão, mas recuperação será lenta
21 de janeiro de 2014 · Notícias – ONU*
O fim da recessão
econômica na Europa Ocidental vai trazer um crescimento na atividade econômica
da região em 2014, embora seja lento e acompanhado por uma persistência do
desemprego de acordo com o Relatório da ONU sobre a Situação Econômica e Perspetivas 2014*,
lançado na segunda-feira (20).
O crescimento
econômico, medido pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), espera ter
um valor de 1,5% em 2014 e 1,8% em 2015 na Europa Ocidental. Porém, o
crescimento será desigual entre os países. A economia do Reino Unido deverá
crescer 2,2% em 2014, enquanto que a da França e Alemanha deverão ficar pelos
0,8% e 1,9% respectivamente.
Os países mais afetados pela crise da zona Euro estão demonstrando sinais de
melhoria, embora o relatório afirme que ainda se encontram em
posições delicadas. A economia italiana deverá contrair-se em 1,8% em 2013,
esperando-se que saia da recessão ainda este ano e cresça 0,8%. Similarmente, a
Espanha deve decrescer 1,2% em 2013, devendo registar 0,9% de crescimento em
2014. As economias do Chipre e da Grécia continuarão em decréscimo em 2014.
O relatório afirma
que as tensões na região diminuíram dramaticamente desde que o Banco Central
Europeu (BCE) anunciou o lançamento do seu programa de Transações Monetárias
sem Reservas (OMT). Através dele, o BCE pode comprar títulos ilimitados de um
governo que solicite assistência e concorde com certas medidas econômicas.
Apesar de a política não ter sido implementada ainda, serviu de entrave a um ciclo
vicioso, contendo os rendimentos de títulos depois de várias crises terem
começado em 2013, como no Chipre.
Programas de
austeridade estão entre desafios
Há sinais
positivos, mas a região ainda enfrenta alguns desafios. As condições de crédito
ainda não estão regularizadas. A queda dos preços no fim de 2013 aponta para o
risco de deflação.
A região registrará
melhoras tão logo os programas de austeridade diminuam de intensidade, afirma o
relatório.
O investimento,
aspecto fraco nos últimos dois anos, deve crescer em 2014 e 2015, enquanto a
procura sobe gradualmente e as condições de financiamento se tornam mais
favoráveis. No entanto, sua repercussão deverá ser fraca.
Desemprego atinge
novo recorde
A subida implacável
do desemprego – sentida na maioria dos países após a Grande Recessão – atingiu
um novo recorde de 12,2% na zona euro. No entanto, a taxa varia conforme a
região. Na Alemanha, a taxa está em baixa recorde de cerca de 5% , enquanto a
Espanha e Grécia experienciam taxas perto dos 27%, com o desemprego entre
jovens sendo superior ao dobro desse índice.
A situação do
desemprego deve melhorar de forma lenta, sendo que o crescimento na região não
é forte o suficiente para estimular dinamismo nos mercados de trabalho.
Adicionalmente, os trabalhadores desencorajados que abandonaram a população
ativa durante a recessão, regressarão assim que as condições melhorarem,
atrasando as melhorias na taxa de desemprego.
Na zona euro,
estima-se que a taxa de desemprego fique pelos 12% durante 2013 e se estabilize
pelos 12,1% durante 2014 até finalmente começar a recuar para os 11,8% em 2015.
*O relatório
Situação Econômica e Perspetivas é produzido anualmente pelo Departamento das
Nações Unidas de Assuntos Econômicos e Sociais (DESA),
pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)
e cinco comissões regionais da ONU. Para acessar a versão completa nos
idiomas oficiais da ONU, clique aqui.