Força Nacional deve permanecer
por mais 90 dias no Sul do Amazonas
Ministério da Justiça não descarta prorrogar
permanência após período.
Região registra conflitos com indígenas desde dezembro de 2013.
Região registra conflitos com indígenas desde dezembro de 2013.
Adneison
Severiano Do G1 AM
O
Ministério da Justiça determinou a permanência da Força Nacional de Segurança
Pública (FNSP) por mais 90 dias em Humaitá, município do Sul do Amazonas a 590
km de Manaus. A decisão foi publicada no Diário Oficial
da União (DOU), nesta segunda-feira (13). Desde o
fim do ano passado, a região registra conflitos entre indígenas e não-índios,
após o desaparecimento de homens na BR-230 (Rodovia Transamazônica). A
população suspeita que índios da etnia Tenharim estejam envolvidos no sumiço.
A Força
Nacional auxilia o Departamento de Polícia Federal nas ações de segurança pública
desencadeadas no Amazonas desde o dia 27 de dezembro de 2013. O
efetivo da FNSP foi autorizado a permanecer por mais dias em Humaitá para atuar
em ações de polícia ostensiva, na integridade física das pessoas e do
patrimônio. O período começou a contar a partir da data de publicação da
portaria.
Segundo a
portaria assinada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a atuação e o
número de policiais a ser disponibilizado obedecerá ao planejamento em conjunto
entre os órgãos envolvidos: Polícia Federal, Exército, Polícia Civil e Polícia
Militar do Amazonas. O prazo do apoio prestado pela FNSP poderá ser prorrogado,
se necessário, conforme parecer do Ministério da Justiça.
Conflitos
A região onde a reserva Tenharim está localizada é palco de conflitos desde o dia 25 de dezembro, após o desaparecimento de três pessoas. Luciano Freire, Aldeney Salvador e Stef Pinheiro sumiram no dia 16 de dezembro, supostamente nas proximidades da reserva. Peças de um veículo foram encontradas no início de janeiro deste ano, mas os três homens não foram localizados e as buscas pelos desaparecidos continuam.
A região onde a reserva Tenharim está localizada é palco de conflitos desde o dia 25 de dezembro, após o desaparecimento de três pessoas. Luciano Freire, Aldeney Salvador e Stef Pinheiro sumiram no dia 16 de dezembro, supostamente nas proximidades da reserva. Peças de um veículo foram encontradas no início de janeiro deste ano, mas os três homens não foram localizados e as buscas pelos desaparecidos continuam.
Em
dezembro de 2013, moradores da região atearam fogo em bens da Fundação Nacional
do Índio (Funai) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Após o início dos
conflitos, 143 indígenas foram abrigados no 54º Batalhão de Infantaria de Selva
(BIS), em Humaitá.
O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM)
pediu que a Funai e a União garantissem o retorno dos indígenas às aldeias e a
proteção das terras. No dia 30 de dezembro, os índios voltaram para a reserva
com a escolta do Exército.
Neste
domingo (12), o governo do Amazonas divulgou que irá reforçar o envio de
alimentos e medicamentos aos indígenas da região. De acordo o vice-governador,
José Melo, as famílias dos homens que desapareceram na Rodovia Transamazônica
também vão receber ajuda, inclusive da União. O anúncio durante reunião com as
forças de segurança envolvidas na operação montada para encontrar os
desaparecidos e para manter a ordem nos municípios de Humaitá, Manicoré e Apuí, ambos situados na região do conflito.